Eliana Pittman celebra 80 anos com turnê do disco dedicado a Jorge Aragão, novo álbum de jazz, documentário e biografia oficial que reafirmam seu legado na cultura brasileira
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Aos 80 anos, completados em 14 de agosto, Eliana Pittman vive um momento de celebração e intensa atividade artística. Com uma carreira marcada por versatilidade, reconhecimento internacional e pioneirismo, a cantora, atriz e professora comemora oito décadas de vida com uma série de projetos especiais que reforçam sua importância para a música e a cultura brasileiras.
Dona de uma trajetória que inclui apresentações em 35 países, Eliana iniciou sua carreira em 1961 ao lado do padrasto e mentor Booker Pittman, cantando standards de jazz e bossa nova em boates do Rio de Janeiro. De lá para cá, construiu uma história única, marcada por sucessos como “Das Duzentas pra Lá”, “Mistura de Carimbó”, “Vou Pular Neste Carnaval” e “Abandono” — esta última lançada por ela em 1974 e posteriormente regravada por Roberto Carlos.
Para marcar os 80 anos, Eliana está em turnê com três espetáculos distintos:
- “Eliana Pittman canta Jorge Aragão”, com repertório de seu mais recente álbum Nem lágrima nem dor, dedicado à obra do sambista;
- “Do Samba ao Carimbó”, que reúne os sucessos gravados por ela nos anos 1970, especialmente em sua fase na RCA Victor;
- “Pérolas Negras”, ao lado das amigas Alaíde Costa e Zezé Motta, com canções de compositores negros como Cartola, Djavan, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Luiz Melodia, Leci Brandão e Paulinho da Viola.
Além dos palcos, Eliana prepara um novo álbum de jazz, com lançamento marcado para o dia 20 de novembro, no qual revisita clássicos do gênero que marcaram sua formação musical. Está também em fase de produção um documentário inédito sobre sua vida e obra, trazendo registros raros, entrevistas e imagens de arquivo que revelam detalhes de sua trajetória artística e pessoal.
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Outro destaque entre os projetos comemorativos é o lançamento, ainda no segundo semestre de 2025, de uma biografia oficial escrita pelo historiador Daniel Saraiva, que investiga e contextualiza a relevância de Eliana Pittman no cenário artístico brasileiro e internacional.
“Chegar aos 80 anos com saúde, voz firme e tantos projetos é uma bênção. Sinto que estou colhendo os frutos de uma vida inteira dedicada à música e à arte. Mais do que olhar para o passado, esses 80 anos me inspiram a continuar criando, dividindo histórias e celebrando a cultura que me formou e que me impulsiona até hoje”, afirma Eliana Pittman.
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Nos últimos anos, Eliana lançou os álbuns Canções de Elizeth (2023), homenagem ao centenário de Elizeth Cardoso, e Pérolas Negras (2024), ambos pela Companhia de Discos do Brasil. Em 2020, integrou o projeto As Divas do Sambalanço, com Claudette Soares e Doris Monteiro.
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Com uma carreira que transita entre a música, o teatro, o cinema e a televisão, Eliana Pittman continua a surpreender o público. Atuou no premiado musical 7 (de Charles Möeller e Claudio Botelho), participou de produções televisivas como Coisa Mais Linda (Netflix), América, Sangue Bom e A Sogra que Te Pariu, além de ter sido a única artista brasileira a estampar a capa da revista Ebony, em dezembro de 1965.
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Referência de elegância, potência vocal e entrega cênica, Eliana Pittman segue como símbolo de excelência artística e afirmação da identidade negra na cultura brasileira. Aos 80 anos, permanece em plena atividade, emocionando plateias e lançando novos olhares sobre sua própria história.

Sobre Eliana Pittman
Eliana Pittman iniciou sua carreira em 1961, ao lado do saxofonista norte-americano Booker Pittman, seu padrasto, cantando standards do jazz e da bossa nova em boates no Rio de Janeiro. O avô de seu padrasto foi Booker T. Washington, fundador do conceituado Tuskegee Institute, a primeira universidade para negros nos Estados Unidos.
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Fez shows no Brasil e no exterior (75 países) e na década de 1970 emplacou vários sucessos, como “Das Duzentas para Lá”, “Abandono” (canção lançada por Eliana em 1974 e que Roberto Carlos regravou em 1979), “Vou pular neste carnaval”, “Quem vai querer”, “Sinhá Pureza”, “Mistura de Carimbó”. Pelo sucesso das últimas duas canções, recebeu o título de “Rainha do Carimbó”.
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No final dos anos 60, Geraldo Azevedo veio do Nordeste para o Rio a convite de Eliana para acompanhá-la no show “Positivamente Eliana”, e logo se tornou um dos maiores nomes da música brasileira.
Dona de um grande ecletismo musical e um notório virtuosismo vocal, Eliana se apresentou em muitos países do mundo (França, Alemanha, Suécia, Espanha, Itália, Portugal, Venezuela, México e Estados Unidos), tendo se apresentado, por exemplo, na lendária casa de shows Olympia em Paris e no programa do comediante Jerry Lewis. Também se apresentou ao lado do lendário showman Sammy Davis Jr. Além de cantora, é professora de música em uma escola do Rio de Janeiro.
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Eliana Pittman foi a única artista brasileira capa da revista Ebony (@ebonymagazine) em dezembro de 1965. A Ebony, é uma revista mensal norte-americana dedicada ao público negro e foi fundada por John Harold Johnson e publicada desde 1945. Sua fundação ao fim da II Guerra Mundial trouxe um novo status para os negros, que apesar de terem acabado de ajudar os Estados Unidos a ganhar a guerra, eram considerados como homens e mulheres invisíveis na sociedade americana, ignorados pela imprensa branca.
Em 2007, Eliana foi convidada por Charles Möeller e Claudio Botelho para atuar no musical “7”, com texto de Möeller e trilha original de Botelho e Ed Motta. Ela dividia a cena com Alessandra Maestrini, Ida Gomes, Rogéria e Zezé Motta. O espetáculo estreou em 1º de setembro de 2007, no Teatro João Caetano (RJ) e foi um dos grandes vencedores do Prêmio Shell e do Prêmio APTR. O enorme sucesso da temporada fez o espetáculo reestrear em 27 setembro de 2008 no Teatro Carlos Gomes, também no Rio. Em 17 de abril de 2009, o espetáculo estreou em São Paulo, no Teatro Sérgio Cardoso, também com grande sucesso.
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Após um hiato de 17 anos longe dos estúdios, foi anunciado em março 2019 que Eliana gravaria um novo disco, chamado “Hoje, Ontem e Sempre”, produzido por Thiago Marques Luiz. O disco contém canções como “Preciso Me Encontrar” (Candeia), “Drão” (Gilberto Gil) e “Onde Estará o Meu Amor” (Chico César), todas inéditas na voz de Eliana.
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Em 2020 foi lançado o disco “As Divas do Sambalanço” em LP e CD, dedicado exclusivamente ao gênero, em que Eliana divide as interpretações com Claudette Soares e Doris Monteiro.
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Foi uma das atrações musicais da cerimônia de entrega do Prêmio Sim à Igualdade Racial 2023, ao lado de MC Soffia, Linn da Quebrada, Kaê Guajajara e Liniker.
No cinema Eliana fez diversas participações como nos filmes: “Der Goldene SchuB”, como a cantora Singer. Em 1971, fez “The Sandpit Generals” (Capitães de Areia), como Dalvah. Em 71 ainda, fez: “Die Lester Wilson”. Em 1977, estreou “La Menor” e em 1987, trabalhou em “Jubiabá”. Sua estreia na TV foi em 1995, na Rede Globo com a novela-seriado “Malhação”. Em 2005, na mesma emissora, fez a novela “América”. Em 2010 participou de “Tempos Modernos” e em 2013, de “Sangue Bom”. Na Netflix, Eliana viveu a personagem Elza Ferreira na série “Coisa mais linda” e também participou do sitcom “A sogra que te pariu” ao lado do humorista Rodrigo Sant’Anna.
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Ao longo de sua carreira, gravou mais de vinte discos, muitos deles lançados em diversos países, e ganhou variados prêmios. Acabou de lançar pela Companhia de Discos do Brasil o CD “Canções de Elizeth”, fruto de uma série de lives em homenagem aos “100 anos de Elizeth Cardoso”, idealizadas por Thiago Marques Luiz e “Perolas Negras” ao lado das amigas Alaíde Costa e Zezé Motta também pela mesma gravadora. Atualmente está em turnê por todo o Brasil com dois shows: “Do Samba ao Carimbó”, com o repertório dos seus maiores sucessos nos dois ritmos que foram gravados por ela principalmente na fase em que passou pela gravadora RCA Victor nos anos 1970 e “Pérolas Negras”, no qual se apresenta ao lado das amigas Alaíde Costa e Zezé Motta cantando um repertório apenas de compositores negros passando por Milton Nascimento, Candeia, Jorge Ben, Jhonny Alf, Cartola, Martinho da Vila, Gilberto Gil, Tim Maia, Luiz Melodia, Djavan, Leci Brandão, Paulinho da Viola, Ataulfo Alves e outros.
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A cantora, conhecida por sua versatilidade e trajetória internacional, está mergulhada em novos projetos, incluindo sua aguardada biografia, um documentário, um álbum de jazz e, em destaque, o trabalho inteiramente dedicado ao repertório de Jorge Aragão, mestre do samba e referência da geração Fundo de Quintal.
> Siga: @eliana.pittman
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Foto de capa: Samuca Kim
Assessor de imprensa: Paulo Henrique de Moura