O show Pérolas Negras com Alaíde Costa, Eliana Pittman e Zezé Motta, chega em CD e nas plataformas digitais pelos selos Companhia de Discos do Brasil e Nova Estação. Sucesso de público e crítica, show reúne três das maiores vozes da música popular brasileira em apresentação histórica; vinil será lançado ainda no primeiro semestre de 2024.
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A união dos selos Companhia de Discos do Brasil e Nova Estação irá lançar no próximo dia 16 de fevereiro (2024) em CD e nas plataformas digitais o álbum Pérolas Negras Ao Vivo das cantoras Alaíde Costa, Eliana Pittman e Zezé Motta. O lançamento será durante o show das três artistas no SESC Pinheiros. O álbum também ganhará um vinil que está previsto ainda para o primeiro semestre de 2024. A produção e a direção artística do disco e do show é de Thiago Marques Luiz. O CD já está em pré-venda no site da Companhia de Discos do Brasil.

Dedicado à reflexão sobre a participação e contribuição de compositoras e compositores negros na música brasileira, o show Pérolas Negras reúne 3 mulheres negras importantíssimas da nossa cultura musical de todos os tempos à frente de um repertório que abrange gêneros e estilos diversos, de Cartola a Salgadinho, passando por Milton Nascimento, Candeia, Jorge Ben, Jhonny Alf, Martinho da Vila, Gilberto Gil, Luiz Melodia, Djavan, Leci Brandão, Paulinho da Viola, Paulo César Pinheiro, Ataulfo Alves, entre outros.

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Alaíde Costa – foto © Murilo Alvesso

Alaíde Costa
Aos 88 anos, uma das maiores vozes da música brasileira é também uma artista que sempre se guiou pelo que quis fazer e pelo que acreditava fazer melhor, o que não foi fácil. “Ah, mas você é negra, tem que cantar uma coisa mais animadinha, sabe? Um sambinha”, ouvia. “Me recusei a entrar nessa porque não daria certo”, afirma, categórica. Seu primeiro álbum foi lançado dois anos antes de “Chega de Saudade” (1958), música que marca o início da bossa nova, mas só recentemente ela passou a ser reconhecida entre os grandes nomes do gênero — assim como Johnny Alf, precursor do estilo e, não por acaso, também negro. Durante a carreira, teve grandes parceiros musicais como o próprio Johnny Alf, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, João Gilberto, Milton Nascimento, Oscar Castro Neves, entre outros.
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Em um show que homenageou João Gilberto em abril de 2023, em São Paulo, falou: “Vou fazer 88 anos, tenho 70 de carreira, e olha que loucura: as pessoas me descobriram agora!”. Alaíde nunca parou de cantar, nunca ficou sem gravar (são mais de 20 discos) ou se apresentar em shows. Alaíde é uma das poucas artistas vivas que passou por todos os formatos de mídia – desde o 78RPM, LP, K7, CD e agora o streaming. Nos últimos anos, parcerias deram novo vigor a uma carreira cheia de coerência artística. Em 2022, lançou “O que meus calos dizem sobre mim”, produzido por Emicida, Pupillo (Nação Zumbi) e Marcus Preto, álbum que terá segundo volume em 2024 — eleito o melhor lançamento fonográfico de MPB no 30º Prêmio da Música Brasileira, com a cantora aplaudida de pé por todo o Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em maio de 2023, Alaíde se apresentou em Portugal com a Orquestra de Jazz do Algarve sendo um grande sucesso de crítica e público além mar. Além disso, se apresentou no Carnegie Hall em Nova Iorque em outubro de 2023, no show The Greatest Night Bossa Nova em comemoração aos 60 anos da Bossa Nova, no qual foi aplaudida de pé por mais de cinco minutos.

Atualmente Alaíde Costa está em estúdio gravando o segundo disco da trilogia produzida por Emicida, Pupillo (Nação Zumbi) e Marcus Preto, e já lançou dois singles do novo trabalho: “Moço” (Marisa Monte e Carlinhos Brown) e “Ata-me” (Junio Barreto). Está em turnê por todo o Brasil com dois shows: “O que meus calos dizem sobre mim”, com o repertório do último disco e “Pérolas Negras”, no qual se apresenta ao lado das amigas Eliana Pittman e Zezé Motta. Acabou de gravar, ao lado de Guilherme Arantes, o grande sucesso do compositor, “Meu mundo e nada mais”, que já está disponível em todas as plataformas digitais.

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Eliana Pittman – foto © Murilo Alvesso

Eliana Pittman
Eliana Pittman iniciou sua carreira em 1961, ao lado do saxofonista norte-americano Booker Pittman, seu padrasto, cantando standards do jazz e da bossa nova em boates no Rio de Janeiro. O avô de seu padrasto foi Booker T. Washington, fundador do conceituado Tuskegee Institute, a primeira universidade para negros nos Estados Unidos.
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Fez shows no Brasil e no exterior (75 países) e na década de 1970 emplacou vários sucessos, como “Das Duzentas para Lá”, “Abandono” (canção lançada por Eliana em 1974 e que Roberto Carlos regravou em 1979), “Vou pular neste carnaval”, “Quem vai querer”, “Sinhá Pureza”, “Mistura de Carimbó”. Pelo sucesso das últimas duas canções, recebeu o título de “Rainha do Carimbó”.
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No final dos anos 60, Geraldo Azevedo veio do Nordeste para o Rio a convite de Eliana para acompanhá-la no show “Positivamente Eliana”, e logo se tornou um dos maiores nomes da música brasileira.

Dona de um grande ecletismo musical e um notório virtuosismo vocal, Eliana se apresentou em muitos países do mundo (França, Alemanha, Suécia, Espanha, Itália, Portugal, Venezuela, México e Estados Unidos), tendo se apresentado, por exemplo, na lendária casa de shows Olympia em Paris e no programa do comediante Jerry Lewis. Também se apresentou ao lado do lendário showman Sammy Davis Jr. Além de cantora, é professora de música em uma escola do Rio de Janeiro.
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Eliana Pittman foi a única artista brasileira capa da revista Ebony (@ebonymagazine) em dezembro de 1965. A Ebony, é uma revista mensal norte-americana dedicada ao público negro e foi fundada por John Harold Johnson e publicada desde 1945. Sua fundação ao fim da II Guerra Mundial trouxe um novo status para os negros, que apesar de terem acabado de ajudar os Estados Unidos a ganhar a guerra, eram considerados como homens e mulheres invisíveis na sociedade americana, ignorados pela imprensa branca.
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Em 2007, Eliana foi convidada por Charles Möeller e Claudio Botelho para atuar no musical “7”, com texto de Möeller e trilha original de Botelho e Ed Motta. Ela dividia a cena com Alessandra Maestrini, Ida Gomes, Rogéria e Zezé Motta. O espetáculo estreou em 1º de setembro de 2007, no Teatro João Caetano (RJ) e foi um dos grandes vencedores do Prêmio Shell e do Prêmio APTR. O enorme sucesso da temporada fez o espetáculo reestrear em 27 setembro de 2008 no Teatro Carlos Gomes, também no Rio. Em 17 de abril de 2009, o espetáculo estreou em São Paulo, no Teatro Sérgio Cardoso, também com grande sucesso.

Após um hiato de 17 anos longe dos estúdios, foi anunciado em março 2019 que Eliana gravaria um novo disco, chamado “Hoje, Ontem e Sempre”, produzido por Thiago Marques Luiz. O disco contém canções como “Preciso Me Encontrar” (Candeia), “Drão” (Gilberto Gil) e “Onde Estará o Meu Amor” (Chico César), todas inéditas na voz de Eliana.
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Em 2020 foi lançado o disco “As Divas do Sambalanço” em LP e CD, dedicado exclusivamente ao gênero, em que Eliana divide as interpretações com Claudette Soares e Doris Monteiro.
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No cinema Eliana fez diversas participações como nos filmes: “Der Goldene SchuB”, como a cantora Singer. Em 1971, fez “The Sandpit Generals” (Capitães de Areia), como Dalvah. Em 71 ainda, fez: “Die Lester Wilson”. Em 1977, estreou “La Menor” e em 1987, trabalhou em “Jubiabá”. Sua estreia na TV foi em 1995, na Rede Globo com a novela-seriado “Malhação”. Em 2005, na mesma emissora, fez a novela “América”. Em 2010 participou de “Tempos Modernos” e em 2013, de “Sangue Bom”. Na Netflix, Eliana viveu a personagem Elza Ferreira na série “Coisa mais linda” e também participou do sitcom “A sogra que te pariu” ao lado do humorista Rodrigo Sant’Anna.

Ao longo de sua carreira, gravou mais de vinte discos, muitos deles lançados em diversos países, e ganhou variados prêmios. Acabou de lançar pela Companhia de Discos do Brasil o CD “Canções de Elizeth”, fruto de uma série de lives em homenagem aos “100 anos de Elizeth Cardoso”, idealizadas por Thiago Marques Luiz. Atualmente está em turnê por todo o Brasil com três shows: “50 anos de Carimbó”, com o repertório dos seus maiores sucessos nos dois ritmos que foram gravados por ela principalmente na fase em que passou pela gravadora RCA Victor nos anos 1970, “Canções de Elizeth” com o repertório de seu último álbum e “Pérolas Negras”, no qual se apresenta ao lado das amigas Alaíde Costa e Zezé Motta. Lançou recentemente seu mais novo single “Quando o Sol Nascer” de Eduardo Ribeiro e Mauro Motta, que ganhou um arranjo “afro” nas mãos de Alberto Marques (Alemão).

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Zeze Motta – foto ©Bendito Benedito

Zezé Motta
Atriz e cantora há mais de 50 anos Zezé Motta se dedica à cultura no Brasil. Nascida em Campos, no interior do Rio de Janeiro, estudou no Teatro Tablado e começou a carreira profissionalmente em 1968 com a peça “Roda Viva” de Chico Buarque de Hollanda. Na música, lançou mais de 10 LP’s e discos, apresentou-se em Hannover (Alemanha), Carnegie Hall Nova York (EUA), França, Venezuela, México, Chile, Argentina, Angola e Portugal. É uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado, denunciando casos de racismo. No cinema e na TV, Zezé se destacou por seus papéis em “Beto Rockefeller” (1968), “Xica da Silva” (1976), “Quilombo” (1984), “Porto dos Milagres” (2001), “Sinhá Moça” (2006), “O Outro Lado do Paraíso” (2017), entre muitos outros. São mais de 50 projetos da TV e mais de 70 filmes.

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Capa do álbum ‘Pérolas Negras’ • Alaíde Costa, Eliana Pittman e Zezé Motta • Selo Companhia de Discos do Brasil e Nova Estação • 2024 – Arte Leandro Arraes

DISCO ‘PÉROLAS NEGRAS’ • Alaíde Costa, Eliana Pittman e Zezé Motta • Selo Companhia de Discos do Brasil e Nova Estação • 2024
Canções / compositores
– Eliana Pittman –
1. Canto das três raças (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) / Fim de reinado (Martinho da Vila)
2. Sala de recepção (Cartola)
3. Preciso me encontrar (Candeia)
4. Oceano (Djavan)
– Alaíde Costa –
5. Me deixa em paz (Airton Amorim e Monsueto)
6. Infidelidade (Ataulfo Alves e Américo Seixas)
7. Eu e a brisa (Johnny Alf)
8. Recado à minha amada (Juninho Araújo e Salgadinho)
– Zezé Motta –
9. Dengue (Lecy Brandão)
10. Tigresa (Caetano Veloso)
11. Estácio, Holly Estácio (Luiz Melodia)
12. Minha missão (João Nogueira e Paulo César Pinheiro)
– ficha técnica –
Alaíde Costa (voz) | Eliana Pittman (voz) | Zezé Motta (voz) | João Barros (guitarra, cavaquinho) | Gabriel Deodato (violão de 6 e 7 cordas) | Fábio Faustino (bateria e percussão) | Emerson Marciano (contrabaixo) | Direção musical: João Barros | Produção e direção artística: Thiago Marques Luiz | Diretor artístico Companhia de Discos do Brasil: Paulo Henrique de Moura | Projeto gráfico: Leandro Arraes a partir de foto de Murilo Alvesso | Fotos: Murilo Alvesso | Assessoria de imprensa: Paulo Henrique de Moura | Selo: Companhia de Discos do Brasil e Nova Estação | Formato: CD digital / físico | Ano: 2024 | Lançamento: 16 de fevereiro | ♪Ouça o álbum: clique aqui | O CD já está em pré-venda no site da Companhia de Discos do Brasil.

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Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / Álbum.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske
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