“O Profeta” de Kalil Gibran completa 100 anos e estreia em versão musical em São Paulo. Um tratado secular da condição humana adaptado pela filósofa Lúcia Helena Galvão, encenado por Luiz Antônio Rocha, com atuação do músico e cantor libanês Sami Bordokan
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“O profeta”, de Khalil Gibran, é o livro mais lido depois da Bíblia, tendo sido traduzido para mais de cem idiomas. Este ano, em 2023, o livro completa um século de vida e ganha os palcos a partir de 11 de maio, no Teatro B32. A história da jornada turbulenta e incerta do homem pela vida foi o mote para a adaptação de Lucia Helena Galvão, que acredita na força transformadora da obra. “A vida e os pensamentos de Khalil Gibran se entrelaçam com as nossas vidas e compõem parte importante do que somos”, diz a autora.
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Em doze ensaios poéticos, baseados na obra de Gibran, temas profundos e atemporais como amor, dor, filhos, trabalho, tempo, liberdade, alegria, tristeza, morte, entre outros, são abordados com a sabedoria do Oriente. Numa atmosfera de enlevo e encantamento a peça é um convite para buscarmos o nosso melhor, ao que de mais elevado temos em nós.
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A encenação é de Luiz Antônio Rocha, indicado ao prêmio Shell (2019) pela montagem de “Paulo Freire, O Andarilho da Utopia”, tem projeto de luz de Ricardo Fujii e cenário e figurinos do artista plástico uruguaio Eduardo Albini. A direção musical é assinada pela dupla Sami e Willian Bordokan.
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O espetáculo teve estreia nacional em Fortaleza, no Teatro José de Alencar e pontua a segunda parceria artística entre Luiz Antônio Rocha e Lucia Helena Galvão. Juntos assinaram “Helena Blavatsky, a voz do silêncio”, sucesso de público e crítica e agora repetem a parceria no desafio de transpor para o teatro a releitura filosófica da obra do poeta libanês.
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“O profeta está enraizado na própria experiência do autor como um imigrante e serve de inspiração para qualquer um que se sinta à deriva em um mundo em fluxo”, completa a autora.
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No papel título, o músico e cantor libanês Sami Bordokan desenha essa história com as cordas de seu alaúde. Sami é pesquisador de música árabe clássica e folclórica e faz releituras de temas tradicionais num trabalho de resgate de peças ancestrais. Seu estilo de tocar o alaúde e de cantar reúne influências diversas desde a música clássica árabe, o canto bizantino, o Sufismo, o flamenco e a música popular brasileira.

“Rabab é a palavra árabe mais antiga conhecida para um instrumento de arco. Ancestral do violino e pai de todos os instrumentos de arco, possui apenas uma corda, sendo esta de crina de cavalo, e é o instrumento melódico dos beduínos nômades”, afirma Sami.
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É tocado pelo sha’ir, ou poeta-cantor, para acompanhar canções heróicas e de amor. A peça apresenta uma variedade de sons e ritmos, utilizando instrumentos musicais ancestrais como o alaúde, a flauta nay, a rabab e a derbak, tocados pelo músico William Bordokan, além do místico canto oriental entonado pelo próprio ator em cena.
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Segundo Sami, “O Profeta” faz com que ele relembre seu passado, a juventude em Miniara, seu vilarejo de origem no norte do Líbano, numa manhã de primavera colorida pela flor da amêndoa e o frescor da brisa das montanhas de cedro que abraçam o seu presente e iluminam o seu amanhã com a luz da esperança de que pode torná-lo um homem cada vez melhor.
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Para o diretor “O Profeta é uma história de rara beleza. A força de suas parábolas, a poética musicalidade, a profundeza de seus conceitos são um bálsamo nos dias de hoje. O amor é o fio condutor da história e nos faz redescobrir o papel do coração.”

revistaprosaversoearte.com - Adaptado do clássico de Khalil Gibran, o espetáculo “O Profeta” estreia no Teatro B32, em São Paulo
Espetáculo musical “O Profeta” – foto: © Marlon Mikon

SINOPSE
Após um ciclo de doze anos de exílio na cidade de Orfhalese, o profeta All Mustafa está prestes a embarcar em um navio para retornar a sua terra natal. No dia da partida, entretanto, antes da chegada iminente de seu navio, os habitantes da pequena cidade pedem a ele que lhes fale sobre as questões fundamentais da condição humana. E assim, o profeta responde com reflexões que, na sua aparente simplicidade, revelam uma compreensão profunda da vida e do processo de existir.
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FICHA TÉCNICA
Texto: Lúcia Helena Galvão | Interpretação: Sami Bordokan | Encenação: Luiz Antônio Rocha | Participação especial: William Bordokan | Cenário e figurinos: Eduardo Albini | Projeto de luz: Ricardo Fujii | Direção musical: Sami Bordokan e William Bordokan | Assistente de direção: Hanna Perez | Vídeo mapping: Júlio Mauro / Cine Mauro | Fotos: João Caldas, Andreia Machado e Marlon Mikon | Direção de arte: Eduardo Albini | Preparação corporal e direção de movimento: Hanna Perez | Caracterização: Mona Magalhães | Adereços e efeitos: Nilton Araújo | Artista têxtil: Priscila Pires | Costureira: Marcela G. F. Artusi | Parceria: Nova Acrópole Brasil | Produção executiva: Luiz Antônio Rocha | Produção: Espaço Cênico Produções Artísticas | Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro/Ofício das Letras
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S E R V I Ç O
Uma releitura filosófica baseada na obra de Kahlil Gibran
Temporada: De 11 de maio a 11 de junho
Teatro B32: Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.732 – Itaim Bibi, São Paulo – SP
Telefone: (11) 3058-9100
Ingressos: Plateia: R$ 120 (inteira) e 60 (meia-entrada); e Balcão: 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada).
Dias da semana: Quarta a domingo, às 20h e 17h aos domingos
490 pessoas
Duração: 1:20h.
Horário de funcionamento da bilheteria: De terça a sexta, das 13h às 20h.
Vendas online: Teatro B32. Clique aqui.
Classificação etária: Livre
Instagram: @oprofetaapeca
Gênero: Musical filosófico
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…………….  ‘A Música é a linguagem dos espíritos’ – Khalil Gibran







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