Selo Sesc lançou o álbum Sons do Refúgio com canções de diversas partes do mundo. Fruto da série homônima lançada em 2022 pelo SescTV, projeto apresenta músicas de refugiados e imigrantes que encontraram no Brasil o espaço para expressar a sua arte. Sons do Refúgio reforça a música como uma expressão cultural que ultrapassa fronteiras e aproxima as pessoas, rompendo barreiras, seja de língua, de raça, de classe, de religião ou de nacionalidade.
.
O Selo Sesc reuniu canções de músicos em situação de refúgio, migrantes internacionais e apátridas no Brasil no álbum Sons do Refúgio, lançado em 20 de junho, data em que é celebrado o Dia Mundial do Refugiado. O trabalho teve origem a partir da série documental de mesmo nome lançada pelo SescTV, em novembro do ano passado. Em cada um dos dez episódios, são apresentadas as histórias desses personagens que encontraram no Brasil um espaço para divulgação da sua arte.
.
Assim como na série, o álbum Sons do Refúgio reforça a música como uma expressão cultural que ultrapassa fronteiras e aproxima as pessoas, rompendo barreiras, seja de língua, de raça, de classe, de religião ou de nacionalidade. Em dez faixas, é possível conhecer a arte de músicos de diferentes regiões do planeta que carregam em suas histórias, traumas, deslocamentos, preconceitos, acolhimentos e recomeços, tudo o que compõe as suas vivências em solo brasileiro.

O trabalho abre com “Beleza Pura”, composição do congolês radicado no Brasil desde 1993, Zola Star. O artista canta em português e traz influências de ritmos da Angola, já tendo conquistado o seu espaço no meio musical do Brasil. O álbum apresenta também a angolana, Ruth Mariana, cantora e atriz com uma trajetória marcada por difíceis deslocamentos em busca de uma vida longe das guerras e crises que atingem seu país. Em “Mulheres”, a artista destaca as lutas femininas.
.
Já a francesa Anaïs Sylla, com ascendência senegalesa, escolheu o Brasil por seu interesse pela música nacional, buscando espaço para se desenvolver como cantora e compositora. No álbum Sons do Refúgio a artista destaca-se com a canção “Mai” cantada em francês. O cubano Pedro Bandeira, líder da banda Batanga e Cia, também chegou ao Brasil encantado pela música brasileira. Em “Ijé”, o grupo traz o ritmo batanga, tocado com instrumentos percussivos de Cuba.
.
Seguindo com a volta ao mundo que o novo lançamento do Selo Sesc propõe, a iraniana Mah Mooni apresenta “Pulso do Nascente / Yo M’enamori D’un aire / Simin Bar / Uskudar”. No anseio de liberdade, que era oprimida em seu país de origem, a cantora encontrou no Brasil um lugar para expressar sua arte, ser modelo e velejar. A cantora, compositora e bailarina, Fanta Konatê, demonstra a percussão africana na música “Matadi”. Fanta é influenciada pelo seu pai, o mestre percussionista Famoudú Konatê, primeiro solista do balé nacional da Guiné Conacri e conhecido internacionalmente como o rei do djembê, o tradicional instrumento africano de percussão.

A canção “Mejor que Nadie” é interpretada pelo grupo boliviano Santa Mala formado por três irmãs rappers: Abigail Llanque, Jenny Llanque e Pamela Llanque. Cantando sobre o orgulho por sua ancestralidade inca, as irmãs incluem em suas músicas falas de protesto e de empoderamento feminino. Já o grupo Maobe apresenta música, dança e percussão de seu país de origem, o Togo, para os brasileiros na música “Eu Vim de Lá”, em que se repercutem elementos fundamentais através de ritmos ancestrais.
.
Em “Hal Asmar Ellon”, a cantora Oula Al-Saghir mostra a música tradicional árabe e palestina. Refugiada no Brasil com a família, Oula encontrou na música uma maneira de retornar e compartilhar costumes da Síria, sua terra natal, e da Palestina, terra de seus pais. Encerrando o álbum, Guipson Pierre traz o ritmo regueiro do Haiti na canção “Há Sempre Luz”. Após o terremoto que acometeu o seu país em 2010, Pierre chegou ao Brasil buscando melhores condições de vida.
.
Todas as canções do álbum Sons do Refúgio foi disponibilizado no Sesc Digital e nas principais plataformas de streaming a partir do dia 20 de junho.

revistaprosaversoearte.com - 'Sons do Refúgio', álbum com canções de diversas partes do mundo, lançado pelo selo Sesc SP
Capa do álbum ‘Sons do Refúgio’ • Diversos artistas • Selo SESC SP • 2023

DISCO ‘SONS DO REFÚGIO’ • Diversos artistas • Selo SESC SP • 2023
Canções / compositores
1. Beleza pura (Zola Star)
2. Mai (Anaïs Sylla)
3. Pulso do nascente / Yo M’enamori D’un aire / Simin Bar / Uskudar (Mah Mooni)
4. Matadi (Fanta Konatê)
5. Mulheres (Ruth Mariana)
6. Mejor que nadie (Santa Mala)
7. Eu vim de lá (Grupo Maobé)
8. Hal asmar ellon (Oula Al-Saghir)
9. Ijé (Batanga & Cia)
10. Há sempre luz (Guipson Pierre)
– ficha técnica –
Faixa 1 – Voz, guitarra e violão: Zola Star / MPC: Curumin / Baixo e synths: Zé Nigro / Coro: Julia Valiengo, Paula Tesser e Raquel dos Santos || Faixa 2 – Voz: Anaïs Sylla / Violão e baixo: Beto Villares / Violoncelo: Yaniel Matos / Percussão: Maurício Badé || Faixa 3 – Voz: Mah Mooni / Piano: Daniel Szafran / Flauta: Franciana Araújo / Contrabaixo: Igor Pimenta / Percussão: Kaveh Valipoor || Faixa 4 – Voz e dança: Fanta Konatê e Koria Konatê / Djembê e ntama: Luis Kinugawa / Djembê: Bangaly Konatê / Sangban: Manu Neto / Kenkenis: Fábio Serra / Dunumba: Barba Marques || Faixa 5 – Voz: Ruth Mariana / Guitarra, baixo e violão: Zola Star / Percussão Thomas Harres || Faixa 6 – Vozes: Abigail Llanque, Jenny Llanque e Pamela Llanque / Rhodes e baixo sintetizador: Beto Villares / Teclado e beats: Zé Nigro / MPC: Érico Theobaldo || Faixa 7 – Voz e violão: Tyno Val / Djembê: Edoh Amassize / Voz e xequerê: Namíbia Neves / Doundouns e agogô: Papnez Togovi / Guitarra: Rodrigo Caçapa / Baixo: Zé Nigro / Coro: Julia Valiengo, Paula Tesser e Raquel dos Santos || Faixa 8 – Voz: Oula Al-Saghir / Riq: Maurício Mouzakek / Kanun: Raouf Jemni / Buzuq: Youssef Saif || Faixa 9 – Tumbadoras e tambores batá: Pedro Bandera / Timbales: Alexis Damian de Armas / Sax tenor: Fernando Javier Ferrer / Piano: Hanser Ferrer / Sax alto: Luis de la Hoz / Trompete: Felipe Aires / Baixo: Gustavo Martinez || Faixa 10 – Voz e guitarra: Guipson Pierre / Rhodes e sintetizador: André Lima / Clavinet: Beto Villares / Bateria: Bruno Buarque / Baixo, piano, sintetizadores e guitarra: Zé Nigro || Direção musical: Beto Villares | Produção musical: Zé Nigro | Gravação e mixagem: Estúdio Navegantes (Guipson Pierre, Batanga & Cia., Santa Mala, Mah Mooni, Anaïs Sylla, Grupo Maobé, Ruth Mariana, Zola Star e Oula Al-Saghir) e Parede-Meia Estúdio (Fanta Konatê) | Assistente de produção: Paula Tesser || Selo: Sesc SP | Distribuição: Tratore | Formato: CD / Digital | Ano: 2023 | Lançamento: 20 de junho | #* Ouça o álbum: Sesc Digital / ou nas principais plataformas de streaming.

SOBRE O SELO SESC
Desde 2004 o Selo Sesc traz a público obras que revelam a diversidade e a amplitude da produção artística brasileira, tanto em obras contemporâneas quanto naquelas que repercutem a memória cultural, estabelecendo diálogos entre a inovação e o histórico. Em catálogo, constam álbuns em formatos físico e digital que vão de registros folclóricos às realizações atuais da música de concerto, passando pelas vertentes da música popular e projetos especiais. Entre as obras audiovisuais em DVD, destacam-se a convergência de linguagens e a abordagem de diferentes aspectos da música, da literatura, da dança e das artes visuais. Os títulos estão disponíveis nas principais plataformas de áudio, Sesc Digital e Lojas Sesc.

.
SOBRE O SESC SÃO PAULO
Com 76 anos de atuação, o Sesc – Serviço Social do Comércio conta com uma rede de 40 unidades operacionais no estado de São Paulo e desenvolve ações com o objetivo de promover bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores do comércio, serviços, turismo e para toda a sociedade. Mantido pelos empresários do setor, o Sesc é uma entidade privada que atua nas dimensões físico-esportiva, meio ambiente, saúde, odontologia, turismo social, artes, alimentação e segurança alimentar, inclusão, diversidade e cidadania. As iniciativas da instituição partem das perspectivas cultural e educativa voltadas para todas as faixas etárias, com o objetivo de contribuir para experiências mais duradouras e significativas. São atendidas nas unidades do estado de São Paulo cerca de 30 milhões de pessoas por ano. Hoje, aproximadamente 50 organizações nacionais e internacionais do campo das artes, esportes, cultura, saúde, meio ambiente, turismo, serviço social e direitos humanos contam com representantes do Sesc São Paulo em suas instâncias consultivas e deliberativas. Mais informações, clique aqui.

CULTURAS EM TRÂNSITO
O Sesc São Paulo realiza ações de integração para pessoas em situação de refúgio e solicitantes de refúgio desde 1995, fruto de um convênio entre o Sesc, Senac e Caritas – Arquidiocesana de São Paulo. Essa iniciativa se expandiu e passou a contar com outras ações de promoção de direitos à migração e da diversidade cultural e com a parceria do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados – ACNUR. As atividades socioeducativas e culturais para este público visam desenvolvimento educativo do indivíduo nas mais diversas dimensões e sensibilização dos públicos para a questão do Refúgio e Migração.
.
Série: Discografia da Música Brasileira / Músicas do Mundo / Sons do Refúgio.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske







Literatura - Artes e fotografia - Educação - Cultura e sociedade - Saúde e bem-estar