Projeto ‘MPB Ano Zero’ lança 5º single ‘Construção’ | Augusto Ordine e Mauro Aguiar

O quinto single do projeto MPB Ano Zero: “Construção”, a obra-prima de Chico Buarque, nas vozes potentes de Augusto Ordine e Mauro Aguiar é lançado pela Biscoito Fino. E no dia 24 de julho, Augusto Ordine e Mauro Aguiar apresentam a faixa ao vivo no Espaço Cultural Sérgio Porto (RJ), durante o show do projeto. 
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O título é autoexplicativo e a maior das nossas canções nunca está mesmo pronta (como o país, a sua música e, ai (de), nós). Augusto Ordine e Mauro Aguiar, dois compositores contemporâneos da canção brasileira, partiram da célula melódica, dos versos alexandrinos e das proparoxítonas da “Construção” de Chico Buarque, para construírem a sua, uma canção chamada “Invisível”. Que em vez de falar da morte de alguém que constrói coisas concretas no tempo da exploração do trabalho, como Chico, fala da vida e da morte (invisíveis) de quem faz canções (mas poderia ser qualquer outra coisa que vira “conteúdo” e se perde nas redes) no tempo da precarização do trabalho. Hoje, portanto.
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Foi inevitável então que Augusto e Mauro neste “MPB Ano Zero” trouxessem seus tijolos mágicos para a construção de “Construção”. E o resultado é lindo e assustador, polifônico, às vezes doce outras desesperado, como uma trilha-sonora ciclotímica, longe da precisão monótona e construtivista de 1971, mais perto das desconstruções contemporâneas. Parceiros, Augusto Ordine é especialista em vocal, cantor e arranjador do Ordinarius; Mauro Aguiar começou como letrista de Guinga, o mais complexo e influente compositor atual, antes de abraçar parceiros de sua geração. A “Construção” dos dois traz essas informações e o sabor deste tempo.

Idealizado e produzido por Hugo Sukman, Augusto Martins e Marcelo Cabanas, o “MPB Ano Zero” celebra a Música Popular Brasileira. Uma viagem por clássicos da nossa canção, revisitados por novas vozes e formações. Projeto apadrinhado pelo lendário grupo MPB4, apresentará semanalmente um single nas plataformas digitais, às terças-feiras, e um show, às quintas, no Espaço Cultural Sergio Porto, em Humaitá/Rio de Janeiro, até novembro de 2025. A produção inclui ainda 21 minidocumentários de 5 minutos, mais 21 clipes, sobre cada artista participante, que revisita grandes clássicos da MPB com novas vozes e formações. Os lançamentos já realizados são ‘Bendegó‘ (Cláudia Castelo Branco e Renato Frazão), com MPB4; ‘A Estrada e o Violeiro‘ (Sidney Miller), com Claudia Castelo Branco e Luisa Lacerda; ‘Beradêro’ (Chico César), com Luiza Borges e Thiago Thiago de Mello; ‘Se Eu Quiser Falar com Deus’ (Gilberto Gil), com Ilessi.

Mauro Aguiar
Letrista e compositor brasileiro. Suas canções já foram gravadas por Ney Matogrosso, Ivan Lins, Guinga, Zeca Pagodinho, Leila Pinheiro, Joyce Moreno, Ed Motta, Zélia Duncan, Mônica Salmaso, Paulinho Moska, Chico César e muitos outro(a)s intérpretes. Seu primeiro álbum “Transeunte” foi lançado no ano de 2010 pela gravadora Biscoito Fino.
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Augusto Ordine
Cantor, arranjador, compositor e regente. Diretor do grupo vocal Ordinarius, fez a produção musical dos nove álbuns do grupo. Tem participações nos programas de TV “A grande Família”, “Fantástico”, “TV Xuxa”, entre outros. No teatro participou como arranjador das produções “Elis, a musical”, Chacrinha”, “O beijo no asfalto”, e atuou no espetáculo “Bibi in concert III”, com Bibi Ferreira. Com o Ordinarius fez turnês pela Europa, Estados Unidos e Japão.
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O quarto show do projeto MPB Ano Zero, será com Augusto Ordine e Mauro Aguiar, com participação de Luísa Lacerda, quinta-feira, 24 de julho 2025, às 19h30, no Espaço Cultural Sérgio Porto (Rua Humaitá, 163 – Humaitá, Rio de Janeiro/RJ). Os ingressos para a apresentação estão à venda por R$ 60,00.

Single ‘Construção’ • Augusto Ordine e Mauro Aguiar • Projeto MPB Ano Zero • Selo Biscoito Fino • 2025
Canção / compositor
1. Construção (Chico Buarque)
– ficha técnica –
Mauro Aguiar (voz) | Augusto Ordine (voz e violão) | Bernardo Aguiar (percussão e arranjo percussivo) | Daniel Marques (guitarras, baixo elétrico e arranjo) | Arranjos vocais: Augusto Ordine | Gravado, mixado e masterizado por: Lucas Ariel no estúdio Biscoito Fino (Rio de Janeiro/RJ) | Curadoria: Hugo Sukman | Direção musical: Augusto Martins | Direção de produção: Marcelo Cabanas | Vídeo – Captação de imagem e som: Fabiano Soares / Boneco de Pano Produções | Edição e colorização: Leonardo Miranda | Identidade visual/arte de capa: Gê Pinto/GPS | Realização: Boa Nova, Cabanas Produções e Vale da Tijuca | Assessoria de imprensa do projeto: Braulio Neto | Assessoria jurídica: Carolina Valles | Estagiária de produção: Vitória Almeida || Gravadora Biscoito Fino – Direção geral: Kati Almeida Braga; Direção artística: Olívia Hime; Direção executiva: Jorge Lopes; Gerente de A&R: Rafael Freire; Gerente de marketing: Marcela Maia;  Assessoria de imprensa BF: Belinha Almendra / Coringa Comunicação || Selo: Biscoito Fino | Formato: Single digital | Ano: 2025 | Lançamento: 22 de julho | ♪Ouça o single: clique aqui | ♩Assista o mini-doc: clique aqui / Clip making of: clique aqui.  

Construção
(Chico Buarque)
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Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
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Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
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Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
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E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
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como se fosse o último
(Beijou sua mulher) como se fosse a única
(E cada filho seu) como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
.
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
.
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
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E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
.
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
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E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
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Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / Canção /  Single.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske