O jornalista Gilberto Dimenstein morreu nesta sexta-feira (29), aos 63 anos, vítima de um câncer de pâncreas, com metástase no fígado. Criador do site Catraca Livre, Dimenstein foi jornalista premiado e escreveu no jornal “Folha de S.Paulo” por 28 anos, de 1985 a 2013 – foi diretor da sucursal em Brasília, correspondente em Nova York, colunista e membro do conselho editorial de 1992 a 2013. 

Nascido em São Paulo em 28 de agosto de 1956, Gilberto Dimenstein, foi, além de jornalista, escritor. Ele ganhou as principais premiações brasileiras de jornalismo, o prêmio Esso, em mais de uma ocasião, e de literatura, o Jabuti. Foi reconhecido pelo seu trabalho ao abordar problemas sociais.

Dimenstein se formou na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, e começou a atuar no jornalismo em 1977, na revista Shalon (SP), da Comunidade Judaica do Brasil. Ao longo de sua carreira, publicou mais de dez livros.

Ele foi colunista da Folha de S.Paulo, comentarista da Rádio CBN e criador do portal “Catraca Livre”. Na Folha de S.Paulo, foi diretor na sucursal de Brasília e correspondente em Nova York. Ele também passou pela redação dos jornais “O Globo”, “Jornal do Brasil”, “Correio Braziliense”, “Última Hora” e das revistas “Educação”, “Visão” e “Veja”.

Dimenstein foi o fundador da organização não governamental (ONG) Cidade Escola Aprendiz, criada a partir de um projeto experimental de comunicação e educação com alunos do ensino médio em 1997. O projeto “Bairro-escola”, da organização, foi reconhecido pela Unicef [Fundo das Nações Unidas para a Infância] como modelo em educação a ser replicado mundialmente.

O jornalista e escritor também foi um dos fundadores da ONG Agência Nacional de Direitos da Infância (Andi), que busca ampliar e aprimorar a abordagem do tema da infância e da adolescência na grande imprensa.

Dimenstein ganhou, ainda, o Prêmio Nacional de Direitos Humanos junto com o cardeal Paulo de Evaristo Arns, e o Prêmio Criança e Paz, do Unicef, tendo recebido menção honrosa do Prêmio Maria Moors Cabot, da Faculdade de Jornalismo da Universidade de Columbia, em Nova York.

Leia: o depoimento emocionante de Gilberto Dimenstein

‘Cidadão de papel’ e prêmio Jabuti
Em 1994, ganhou o prêmio Jabuti de melhor livro de não ficção pelo então recém-lançado “O Cidadão de Papel”. Na obra, o autor busca mostrar o desrespeito aos direitos humanos na nossa sociedade. O livro relaciona o assassinato de crianças, a violência, a fome e a falta de escola com o desenvolvimento da economia, a crise da educação e o desemprego.

A obra discute o papel dos jovens como cidadãos de deveres e direitos, analisa o funcionamento das instituições do país e trata de questões como a má distribuição de renda e a desigualdade social. A obra também traz reflexões sobre documentos como a “Declaração Universal dos Direitos Humanos”.

Dimenstein também escreveu livros como “Aprendiz do Futuro – Cidadania Hoje e Amanhã” (2005), “Meninas da Noite” (1992) e “Quebra-Cabeça Brasil – Temas de Cidadania na História do Brasil” (2003).

No caso de “Meninas da Noite”, a obra resultou de uma série de investigações sobre violência e prostituição de crianças na Amazônia feitas no início da década de 1990, após Dimenstein receber uma bolsa de estudos da MacArthur Foundation.

*Com informações do G1







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