EDUCAÇÃO

Ler poesia é mais útil para o cérebro que livros de autoajuda, dizem cientistas

“O objetivo do poeta não é descobrir novas emoções, mas utilizar as corriqueiras e, trabalhando-as no elevado nível poético, exprimir sentimentos que não se encontram em absoluto nas emoções como tais”
– T. S. Eliot, em “Tradição e talento individual”. In.: ELIOT, T. S.. Ensaios. [tradução, introdução e notas de Ivan Junqueira]. São Paulo: Art Editora, 1989, p. 47.

Ler autores clássicos, como Shakespeare, William Wordsworth e T.S. Eliot, estimula a mente e a poesia pode ser mais eficaz em tratamentos do que os livros de autoajuda, segundo um estudo da Universidade de Liverpool.

Especialistas em ciência, psicologia e literatura inglesa da universidade monitoraram a atividade cerebral de 30 voluntários que leram primeiro trechos de textos clássicos e depois essas mesmas passagens traduzidas para a “linguagem coloquial”.

Os resultados da pesquisa, antecipados pelo jornal britânico “Daily Telegraph”, mostram que a atividade do cérebro “dispara” quando o leitor encontra palavras incomuns ou frases com uma estrutura semântica complexa, mas não reage quando esse mesmo conteúdo se expressa com fórmulas de uso cotidiano.

Esses estímulos se mantêm durante um tempo, potencializando a atenção do indivíduo, segundo o estudo, que utilizou textos de autores ingleses como Henry Vaughan, John Donne, Elizabeth Barrett Browning e Philip Larkin.

Os especialistas descobriram que a poesia “é mais útil que os livros de autoajuda”, já que afeta o lado direito do cérebro, onde são armazenadas as lembranças autobiográficas, e ajuda a refletir sobre eles e entendê-los desde outra perspectiva.

“A poesia não é só uma questão de estilo. A descrição profunda de experiências acrescenta elementos emocionais e biográficos ao conhecimento cognitivo que já possuímos de nossas lembranças”, explica o professor David, encarregado de apresentar o estudo.

Após o descobrimento, os especialistas buscam agora compreender como afetaram a atividade cerebral as contínuas revisões de alguns clássicos da literatura para adaptá-los à linguagem atual, caso das obras de Charles Dickens.

Fonte: FSP Ilustrada

Saiba mais sobre T.S. Eliot
T. S. Eliot – o mago metafísico

Revista Prosa Verso e Arte

Música - Literatura - Artes - Agenda cultural - Livros - Colunistas - Sociedade - Educação - Entrevistas

Recent Posts

55º Festival de Inverno de Campos do Jordão terá 76 apresentações gratuitas

Criado em 1970 e reconhecido como o maior e mais tradicional evento de música clássica…

10 horas ago

Santo Antônio, amor em tempo de guerra – por Paulo Baía

Num 13 de junho que amanhece com o planeta tremendo, com líderes do mundo se…

12 horas ago

Congadar e Teresa Cristina lançam versão da banda Os Tincoãs

O clássico “Promessa ao Gantois” (Grinaldo Salustiano dos Santos e Mateus Aleluia Lima), da banda…

12 horas ago

Nina Wirtti e Guto Wirtti lançam releitura contemporânea da canção ‘Meu Primeiro Amor’

Neste novo lançamento digital, a cantora e compositora Nina Wirtti (que prepara álbum especial ainda…

14 horas ago

Osesp traz espetáculo multimídia ‘The silence of sound’ à Sala São Paulo

A Fundação Osesp e o Governo do Estado de São Paulo , por meio da Secretaria da Cultura, Economia e…

17 horas ago

Álbum ‘Edu & Tom, Tom & Edu’ | Edu Lobo e Tom Jobim (nova edição)

"Edu & Tom, Tom & Edu", clássico da MPB gravado em 1981, ganhou nova edição…

1 dia ago