O álbum “Senzala e Favela”, de Wilson das Neves, chegou nas plataformas de streaming em 28 de abril (2023). Com produção executiva de Alexandre Segundo e várias parcerias de “das Neves” com Paulo César Pinheiro, o disco traz 18 canções, 13 inéditas, compostas, arranjadas e interpretadas pelos grandes da música brasileira. O projeto teve ainda uma noite de estreia luxuosa, com show de lançamento no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no dia 9 de maio.
.
O álbum reúne parte da longa e riquíssima carreira de Wilson das Neves: tem produção musical de Alexandre Kassin e Jorge Helder; entre arranjos, letras, instrumentação e vozes, traz Cláudio Jorge, Thiago Delegado, Chico Buarque, Zeca Pagodinho, Maria Rita, Ney Matogrosso, Roberta Sá, Emicida, Fabiana Cozza, Seu Jorge, Marcelo D2, BNegão, Rodrigo Amarante, Pretinho da Serrinha, Zero, Moacyr Luz, Gabriel Cavalcante, Áurea Martins, Paulo César Pinheiro, André Tandeta, Jaques Morelenbaum, Zé Carlos Bigorna, Marlon Sette, Cristovão Bastos, João Lyra, Paulão Sete Cordas, Moyseis Marques e a Velha Guarda da Império Serrano.
.
A história do álbum “Senzala e Favela” começou a nascer há seis anos pelas mãos deste que é considerado um dos mais importantes bateristas da música brasileira. “Das Neves”, como era chamado por muitos amigos, morreu dois dias antes de entrar em estúdio para gravar esse que viria a ser provavelmente seu último álbum. Coube a Emicida e Chico Buarque, dois parceiros e amigos, a gravação do single da música que dá nome ao projeto e que já está disponível nas plataformas de streaming desde o final de março.
.
O álbum, como o nome antecipa, trata da história do negro na construção do Brasil, marcada pelo racismo e pela desigualdade. Se a leveza e mesmo a malandragem são marcas registradas de Wilson das Neves, Senzala e Favela é uma mensagem direta, pungente e sem concessões contra a força do racismo.

“Eu ainda olho o telefone achando que o Seu Wilson vai me ligar”, lembra Emicida. “Eu aprendi muito com ele, como o ensinamento de que ‘um cigarro é fácil de quebrar, um maço já é mais difícil: mantenham-se juntos’. Então, estar nesse disco é uma maneira de dizer o nosso obrigado a esse grande mestre e mostrar que nos mantivemos juntos”, conclui.

Idealizador e diretor do projeto, Alexandre Segundo lembra que, inicialmente, a faixa título, Senzala e Favela, seria gravada por Chico Buarque e pelo próprio Wilson (que escolheu o velho parceiro sabendo que se tratava de uma canção com uma mensagem extremamente forte). “Era o que ele tinha a dizer, mas que, infelizmente, não teve tempo para falar, no lugar que era dele, o palco”, destaca Segundo. Emicida já havia recebido pelos Correios uma fita cassete, enviada por Das Neves, que continha a melodia da música. Quando Wilson se foi, tanto pela mensagem quanto pela amizade entre os dois, a escolha do rapper para a música foi natural.
.
O Álbum Senzala e Favela está sendo lançado pelo FundiSom, um selo independente e inovador, que nasce da parceria da Jataí, uma investidora inclusiva com propósitos e valores econômicos regenerativos, com a Fundição Progresso, atuante há mais de 20 anos no cenário cultural carioca e que faz parte da história do Rio de Janeiro.
.
Senzala e Favela é uma grande realização do selo FundiSom, homenageia a talentosa trajetória de Wilson das Neves e o samba, um dos elementos mais representativos da cultura brasileira. Os investidores da Jataí veem nas produções do selo FundiSom as conexões e objetivos alinhados com seus interesses.” Leandro Almeida, gestor da Jataí.
.

revistaprosaversoearte.com - 'Senzala e Favela', álbum inédito de Wilson das Neves
Capa do álbum ‘Senzala e Favela’ • Selo FundiSom • 2023

DISCO “SENZALA E FAVELA” • Wilson das Neves • Selo FundiSom • 2023
Canções / compositores / intérpretes
1. Se você não me levar (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro) | Intérprete: Wilson das Neves
2. Que beleza de nega (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro) | Intérprete: Seu Jorge
3. Embarcação (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro) | Intérprete: Áurea Martins
4. Sem porto (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro) | Intérprete: Zeca Pagodinho
5. Senzala e favela (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro) | Intérpretes: Chico Buarque e Emicida
6. O dia em que o morro descer e não for carnaval (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro) | Intérpretes: Marcelo D2 e BNegão
7. Café com leite (Moyseis Marques e Wilson das Neves) | Intérprete: Moyseis Marques
8. Um novo amor chegou (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro) | Intérprete: Ney Matogrosso
9. O que é carnaval (Wilson das Neves e Cláudio Jorge) | Intérprete: Rodrigo Amarante
10. Samba para João (Wilson das Neves e Chico Buarque) | Intérprete: Chico Buarque
11. Transitória (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro) | Intérpretes: Roberta Sá e Wilson das Neves
12. Vou sair daqui (Wilson das Neves e Delcio Carvalho) | Intérprete: Zé Renato
13. Duas vozes (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro) | Intérprete: Fabiana Cozza
14. Traço de giz (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro) | Intérprete: Maria Rita
15. Luz de candeeiro (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro) | Intérprete: Áurea Martins
16. Do que é capaz o tambor e o agogô (Wilson das Neves e Cláudio Jorge) |Intérpretes: Cláudio Jorge e Pretinho da Serrinha
17. Rei de Oyó (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro) | Intérpretes: Moacyr Luz e Gabriel Cavalcante
18. Chefia (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro) | Intérprete: Wilson das Neves
– ficha técnica –
Wilson das Neves (percussão – fx. 1; voz – fx. 1, 12, 18) | Zero (percussão – fx. 1, 3, 4, 5, 6, 10, 11, 13, 15, 16; programação – fx. 6; percussão eletrônica – fx. 17) | Armando Marçal (percussão – fx. 1, 3, 4, 5, 7, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18) | Pretinho da Serrinha (percussão – fx. 2, 5, 9, 16; cavaquinho – fx. 2, 5, 6, 16) | Rodrigo Jesus (percussão – fx. 4, 10) | Alyson Oliveira (percussão – fx. 1) | Stephane San Juan (percussão – fx. 9) | Marcelinho Moreira (percussão – fx. 14) | André Tandeta (caixa – fx. 3; bateria – fx. 4, 7, 8, 10, 11, 12, 13, 14, 15) | Márcio Hulk (cavaquinho – fx. 1, 3) | Alessandro Cardozo (cavaquinho – fx. 4, 10) | Márcio Alexandre (cavaquinho – fx. 15) | Kassin (baixo – fx. 2; baixo elétrico – fx. 9; banjo – fx. 2; sitar – fx. 2; gongo – fx. 2; programação – 5, 6) | Jorge Helder (baixo elétrico – fx. 3, 5, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16; baixo – fx. 4; contrabaixo – fx. 7, 8, 17) | Cristovão Bastos (piano – fx. 3, 15) | João Rebouças (piano – fx. 4, 7, 10, 11, 12, 18; sintetizador – fx. 8; fender rhodes – fx. 13) | Cláudio Jorge (violão – fx. 2, 5, 7, 8, 13, 16, 18) | João Lyra (violão – fx. 3, 15) | Paulão 7 Cordas (violão – fx. 4) | Thiago Delegado (violão – fx. 10) | Rodrigo Amarante (violão – fx. 9; percussão – fx. 9) | Thiago Delegado (violão – fx. 17) | Nobru (guitarra – fx. 6) | Marlon Sette (trombone – fx. 7, 12, 16) | Diogo Gomes (flugelhorn – fx. 7; trompete – fx. 12, 14, 16) | Zé Carlos Bigorna (flauta – fx. 7, 11; sax – fx. 12, 14, 16) | Felipe Pinaud (flauta – fx. 11) | Jaques Morelenbaum (violoncelo – fx. 18) | Seu Jorge (voz – fx. 2) | Áurea Martins (voz – fx. 3, 15) | Zeca Pagodinho (voz – fx. 4) | Chico Buarque e Emicida (voz – fx. 5) | Bnegão e Marcelo D2 (voz – fx. 6) | Moyseis Marques (voz – fx. 7) | Ney Matogrosso (voz – fx. 8) | Rodrigo Amarante (voz – fx. 9) | Chico Buarque (voz – fx. 10) | Roberta Sá e Wilson das Neves (voz – fx. 11) | Zé Renato (voz – fx. 12) | Fabiana Cozza (voz – fx. 13) | Maria Rita (voz – fx. 14) | Cláudio Jorge e Pretinho da Serrinha (voz – fx. 16) | Moacyr Luz e Gabriel Cavalcante (voz – fx. 17) | Coro (fx. 3, 4, 15): Nina Becker, Mariana Bernardes, Alice Passos, Vidal Assis e Paulão 7 Cordas + Áurea Martins (fx. 15) // Coro (fx. 6): Velha guarda do Império Serrano {Aluísio Machado, Silvio Manoel da Silva, Alcir Jorge de Oliveira, Lindomar Fraga, Rachel Teixeira Valença, Vilma dos Santos Machado, Nilson Rangel Maria e Jovaci Manoel da Silva} || Arranjos: Wilson das Neves (fx. 1); Pretinho da Serrinha (fx. 2); Kassin (fx. 2, 5); Cristovão Bastos (fx. 3, 15); Paulão 7 Cordas (fx. 4); Kassin e Zero (fx. 6); Jorge Helder (fx. 7, 10, 13, 14, 18); Cláudio Jorge (fx. 8, 14, 16); Rodrigo Amarante (fx. 9); João Rebouças (fx. 11, 12) Thiago Delegado (fx. 17) // Arranjo de sopros: Jorge Helder (fx. 14) || Produção musical: Alexandre Kassin e Jorge Helder | Direção de estúdio: Jorge Helder | Idealização: Wilson das Neves e Alexandre Segundo | Produção executiva: Alexandre Segundo / Expresso Duplo | Assistência de produção: Paulo Sérgio Pires, Samir Caetano, Ana Paula Abreu, Gustavo Zubreu / Núcleo Cigarras || Técnico de gravação: Mauro Araújo (fx. 1, 2, 3, 5, 6, 7, 9 – ‘Kassin’, 10 – ‘base’, 11, 12, 13 – ‘base’, 14, 15, 16, 17, 18) / Estúdio Marini || Mário Caldato (fx. 9 – ‘Rodrigo Amarante’) / MCJ Studios || Lucas Ariel (fx. 5, 10 – ‘Chico Buarque’) / Estúdio Biscoito Fino || Scotty Hard (fx. 9 – ‘Stephane San Juan’) / Estúdio Duro of Brooklyn || Rodrigo Gavião (fx. 8) / Cia dos Técnicos || William Luna Jr. (fx. 4) / Cia dos Técnicos || Adonias Jr. (fx. 13 – ‘Fabiana Cozza’) / Cia dos Técnicos || Mixagem: Mauro Araújo / Estúdio Marini | Masterização: Ricardo Garcia | Gravado nos estúdios: Cia dos Técnicos / Estúdio Marini MCJ Studios / Estúdio Biscoito Fino / Estúdio Duro of Brooklyn | Assessoria de imprensa: Renata Rodrigues | Selo: FundiSom | Distribuição digital: Atabaque | Apoio cultural: Saúva / Jataí | Ano: 2023 | Lançamento: 30 de junto | Formato: CD | Digital | ♪Ouça o álbum na sua plataforma de música favorita. Clique aqui.
>> Próximos lançamentos: Fundição Progresso.

 

 

revistaprosaversoearte.com - 'Senzala e Favela', álbum inédito de Wilson das Neves
Wilson das Neves – foto ©Mariana Beltrame

SHOW DE LANÇAMENTO DO ÁLBUM SENZALA E FAVELA • TEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
Sinopse: Lançamento do álbum “Senzala e Favela” é o evento imperdível que vai aquecer sua alma! Com a participação de músicos renomados, esse espetáculo emocionante é uma homenagem especial a Wilson das Neves, um dos maiores ícones da música brasileira. Junte-se a nós em uma viagem musical pelos clássicos de composições autorais de Wilson das Neves , com um toque moderno e vibrante, que vai fazer você dançar e cantar junto. Você contribui com a preservação da nossa cultura e história musical garantindo seu ingresso. Prepare-se para uma noite inesquecível!
Data: 9 de maio (2023)
Hora: 19h
Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro – Praça Floriano, S/N – Centro, Rio de Janeiro/RJ.
Ingressos: entre R$ 60 a 200 reais no site. clique aqui.
Time de artistas do Das Neves
– ficha técnica / show –
– convidados especiais – Áurea Martins – voz / Vidal Assis – voz / Moyseis Marques – voz / Bia Ferreira – voz / Gabriel Cavalcante – voz / Moacyr Luz – voz / Roberta Sá – voz / Zé Renato – voz / Chico Batera – bateria / Velha Guarda império serrano – vozes (Aluísio Machado, Silvio Manoel da Silva, Alcir Jorge de Oliveira, Lindomar Fraga, Rachel Teixeira Valença, Vilma dos Santos Machado, Nilson Rangel Maria e Jovaci Manoel da Silva) || – músicos – Jorge Helder – baixo e regência / Cristovão Bastos – piano / Cláudio Jorge – violão e voz / André Tandeta – bateria / Armando Marçal – percussão / Zero – percussão / Marlon Sette – trombone / Diogo Gomes – flugelhorn e trompete / Zé Carlos Bigorna – flauta e sax / Márcio Alexandre – cavaco || Coro: Mariana Bernardes, Alice Passos, Nina Becker || Direção de cena: Andrea Jabor || Produção executiva: Alexandre Segundo

 

 

revistaprosaversoearte.com - 'Senzala e Favela', álbum inédito de Wilson das Neves
Wilson das Neves – foto @alexandre2nd

BREVE PERFIL BIOGRÁFICO DE WILSON DAS NEVES
Wilson das Neves (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1936 – idem, 2017). Baterista, percussionista, compositor e cantor. Estudou música com Joaquim Naegle e logo depois com Darci Barbosa. Aos 14 anos, através do ritmista Edgar Nunes Rocca, o “Bituca”, tocou na Escola Flor do Ritmo, no bairro do Méier. Em mais de cinquenta anos de carreira como baterista, participou de mais de 800 gravações, acompanhou diversos artitas, entre eles: Elis Regina, Chico Buarque, Egberto Gismonti, Wilson Simonal, Elizeth Cardoso, Roberto Carlos, Francis Hime, Taiguara, Sérgio Sampaio, Carlos Lyra, Ney Matogrosso, João Bosco, Maria Bethânia, Gal Costa, Emílio Santiago, Nelson Gonçalves, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Alcione, Tom Jobim e Miucha, além de internacionais como Michel Legrand, Toots Thielemans, Sarah Vaughan e Sean Lennon. E como compositor, é parceiro de Aldir Blanc, Paulo César Pinheiro, Nei Lopes, Ivor Lancellotti, Claudio Jorge, Marcelo Amorim, Moacyr Luz e Chico Buarque
.
Discografia de Wilson das Neves
:: Baterista: Wilson das Neves. Elza Soares e Wilson das Neves (Odeon, 1968) / produção musical: Lyrio Panicali
:: Juventude 2000. Wilson das Neves e seu conjunto (1968)
:: Som quente é o Das Neves. Wilson das Neves e seu conjunto (Polydor, 1969)
:: Samba-tropi – Até aí morreu Neves. Wilson das Neves (Elenco, 1970)
:: O som sagrado de Wilson Das Neves (CID, 1996)
:: Brasão de Orfeu. Wilson das Neves (Quelé, 2004)
:: The Ipanemas – Samba is our gift / O Samba é nosso dom. Wilson das Neves e Neco (Far Out Recordings, 2006)
:: Pra gente fazer mais um samba. Wilson das Neves. (Totolo, 2010)
:: Se me chamar, ô sorte. Wilson das Neves (MP,B Discos/Universal Music, 2013)
– participação em todas as faixais –
:: Moacir Santos – coisas / bateria: Wilson das Neves, em todas as faixas (Forma, 1965)
– documentário –
:: O Samba é Meu Dom – Wilson das Neves | direção: Cristiano Abud | roteiro: Cristiano Abud e Felipe Hutter | documentário | 80 min. | Brasil | 2017.
– livro –
:: Ô sorte! Memórias de um imperador: uma breve biografia de Wilson das Neves. Guilherme Almeida. Rio de Janeiro: Multifoco, 2016.
.
Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / Samba / Canção.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske







Literatura - Artes e fotografia - Educação - Cultura e sociedade - Saúde e bem-estar