Canção

Joaquim apresenta seu álbum de estreia ‘Varanda dos Palpites’

Joaquim apresenta seu disco de estreia “Varanda dos Palpites”. Lançado pela Coala Records, o álbum é formado por dez faixas que contemplam o lirismo envolto por piano
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O cantor, compositor e instrumentista Joaquim apresenta “Varanda dos Palpites”, disco de estreia lançado pela Coala Records. Produzido pelo próprio artista e Marcus Preto, o disco marca a chegada de uma nova voz à cena da música brasileira contemporânea. Composto por dez faixas, o álbum chegou às plataformas digitais em 15 de maio de 2025.
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O disco é resultado de um processo cuidadoso de criação, com atenção à composição e repertório, dinâmica tanto no arranjo quanto na melodia, e tudo construído com banda ao vivo (Fábio Sá no baixo, Filipe Coibra na guitarra e Biel Basile na bateria). Gravado entre 2023 e 2024, o álbum tem direção artística também de Marcus Preto . A mixagem ficou por conta de Tó Brandileone , e a masterização por Felipe Tichauer.

“Nos interessava nesse álbum imprimir, de alguma forma, a sonoridade do minha voz-e-piano ao vivo em um arranjo de banda gravada. Acredito que as escolhas dos membros da banda e gravar a cozinha simultaneamente, somadas às mixagens e masterizações sublimes de Tó e Felipe, foram dorsais pra chegar nisso”, diz Joaquim.
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Entre as referências, Joaquim cita letristas dos quais acompanharam os lançamentos, como Tim Bernardes, Sophia Chablau, Paulo Novaes, Ana Frango Elétrico e Clarice Falcão. Ele também lembra de Beatles, Stevie Wonder, Elis Regina, Chico Buarque, Aldir Blanc, Os Mutantes. Além de Angela RoRo, homenageada no álbum com uma versão de “Fogueira”, e Rubel , que participa do disco na faixa “Falta” . Além dele, o disco também contou com a participação de Luiza Villa em “Me Conta”, faixa onde Joaquim explora a versão brasileira de “Something Stupid” de Frank e Nancy Sinatra.
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Sobre a parceria com a Coala Records, Joaquim afirma: Eu sou a geração que mais foi impactada pela Coala. É mais que representativo: tem tudo a ver com a construção das letras, minhas referências, com o processo e seus resultados”.

Joaquim – foto: Pedro Maciel

Faixa a Faixa
1. Emboscada (Joaquim/ Leo Quintella)
Compus no comecinho de 2023. Iniciada com o Leo Quintella, na casa dele, depois de uma longa conversa sobre meu repertório e meu álbum, que ainda era um embrião. Leo me pediu pra eu criar uma harmonia gospel (eu tinha comentado que estava ouvindo gospel americano). Ele colocou uma melodia nos dois acordes que soltei e começamos, com o primeiro verso vindo rápido dele (“Vejo motivos em coisas guardadas”). Desenrolei a letra em cima do papo que tivemos e de algumas reflexões logo após aquela noite.
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2. Varanda dos Palpites (Joaquim)
Foi composta numa hospedagem minha de duas semanas na casa de um grande amigo, no meio da pandemia. Nessa hospedagem, compus outras duas músicas do álbum, “Calma” e “Disciplina”. A parte musical vem de mim tentando compor algo das músicas do Thundercat. Queria algo meio groove, com baixão. Acho que rolou algo por aí, no fim. A casa descrita na canção não é a mesma que tem a “varanda dos palpites” que dá nome à música e ao disco, mas fazem parte de um mesmo universo.

3. Chumbo Trocado (Joaquim)
Compus depois de ouvir “A Loba”, da Alcione, lembrar do ditado e perceber que discordo bastante dele. Musicalmente, há referências tanto à própria música de Alcione quanto a “Gota de Sangue” (especificamente no refrão), de Angela RoRo. É o mais recente do álbum.
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4. Calma (Joaquim)
Compus na mesma hospedagem que citei em “Varanda dos Palpites”. Desta vez, em homenagem ao amigo que estava me hospedando. A música “Gloomy Sunday”, do repertório de Billie Holiday, o fazia tremer o pé. “Calma” vem daí, mas tomar rumores internos ao longo da escrita. É muito sobre mim em algum momento, também.
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5. Fogueira (Angela RoRo)
O produtor Marcus Preto descobriu que faltava uma faixa “de respiro” no álbum e sugeriu que eu fizesse um cover, pois já tinha ficado empolgado ao me ver cantando coisas dos outros. Pensamos em muitas possibilidades. “Fogueira” eu conheci na voz de Maria Bethânia antes mesmo de começarem a me comparar com Angela RoRo, uma autora da música, o que tem acontecido com bastante frequência. Um amigo meu, Chico, me mostrou a gravação de Bethânia e eu amei. Incluí no meu primeiro show solo e, ali, decidimos que seria ela a tal faixa não-autoral do álbum.

6. Plenamente Acordado (Joaquim)
Musicalmente, assim como “Calma”, quis dar bastante atenção à melodia, à métrica, e por isso foram processos criativos mais faseados, longos, do que costumam ser pra mim. Entre a parte A/B e o refrão foram alguns meses, e a letra foi se ajustando até o dia da gravação da voz, literalmente. Assim como Emboscada, bebe despretensiosamente do gospel americano.
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7. Falta (Joaquim/ Leo Gomes/ Martin Buckup/ Rodrigo Negrão/ Thiago Rocha)
A mais antiga do álbum. Compus no meio de 2019, pensando muito em nostalgia. Ela era um samba em tom menor, virou um lo-fi maior quando gravei com a minha banda Pseudo. Agora ganhou essa forma mais calma no meu álbum solo. Teve muitas formas, amo todas elas. É legal que a gravação da minha banda fosse totalmente referenciada no álbum “Casas”, do Rubel. É uma referência gritante, até, ao ponto do próprio Rubel ter sacado isso sem a gente falar. E, não exatamente por acaso, é dele a voz que canta comigo nessa nova gravação.

8. Estudo Solitude Blues (Joaquim)
Marcus Preto me pediu pra compor alguma coisa especialmente pra o Ney Matogrosso. Fui na mesma noite procurando no baú dos meus rascunhos algum início de ideia que pudesse fazer sentido. Ney já tinha curtido “Emboscada”, enviado pra ele uns dias antes. Como aquela era mais pesada, pensei em compor algo sereno pra ele ter diferentes opções. E o Marcus tinha pedido algo de “romântico”, também. Achei o primeiro take de “Solitude Blues Etude”. Essa começou em 2020 e terminou em 2025, com algumas re-harmonizações e mudanças na letra.
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9. Disciplina (Joaquim)
A terceira que compõe essa hospedagem na casa do amigo. Escrevi a partir de uma fala de uma professora minha (que já estava parafraseando o professor dela). Ele dizia que, quando vamos ler um livro ou texto importante pra gente, precisamos fazer isso com sapato no pé, sentados, bem vestidos, pra prestar mais atenção. Gostei da frase. Um ano e pouco depois saiu a Disciplina. É uma ode a “Vou sentar e escrever uma carta para mim mesmo”, para Fats Waller.
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10. Me Conta (Carson Parks – Joaquim)
Escrevi outra letra em português pra “Something Stupid” (já existem algumas, antigas), hit do Frank Sinatra com a filha Nancy, muito delicado, pois amava a melodia demais e achei que ela implorava algo meio João Gilberto. Não existiria “Me Conta” se não existisse “Disse Alguém”, clássico do repertório de João gravado por ele com Gilberto Gil e Caetano Veloso. Chamei Luiza Villa pra participar e ela topou na hora. Foi uma gravação deliciosa, com uma amiga muito querida, que não pôde ter encaixado melhor do que encaixou.

Joaquim – foto: Pedro Maciel

Sobre Joaquim
Joaquim é um dos novos nomes da cena contemporânea. O cantor, compositor e pianista de 22 anos estreou em 2025 o álbum Varanda dos Palpites , lançado pelo selo Coala Records. Sua relação com a música surgiu do encantamento com o piano quando criança, aos 10 anos já começou a compor, parte essencial de sua formação como músico. Ainda no colégio, fez parte da banda Pseudo, formada ao lado de quatro amigos. O artista chamou a atenção do produtor, curador e jornalista Marcus Preto durante uma participação no show de Léo Quintella em junho de 2023.
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Suas influências são formadas por um mosaico de sua vida, sua avó, seu primeiro professor de música, Geraldo Orlando, e seus interesses enquanto crescia e observava o mundo ao seu redor. Eles vão de Chico Buarque, Elis Regina, Jorge Ben e João Bosco a nomes contemporâneos como Tim Bernardes, Rubel, Ana Frango Elétrico e Sophia Chablau. O que chama a atenção são as comparações de ouvintes com compositores de baladas densas e profundas, como Maysa, Lupicínio Rodrigues, Angela Ro Ro, Cazuza e Sueli Costa, que não fazem parte das referências primárias de Joaquim.
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Seu show de estreia, que aconteceu na Casa Bona, teve um peso simbólico, foi no mesmo palco que conheceu Marcus e despertou o interesse do Coala. O repertório combinou inéditas do álbum com versões de canções que o marcaram, como “Fogueira” de Angela Ro Ro, presente no disco de estreia.
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Com o lançamento de “Varanda dos Palpites”, Joaquim apresenta seu primeiro trabalho solo, mostrando em suas canções possibilidades criadas por um ouvido atento às palavras, melodias e histórias que as cercam.

Capa do disco ‘Varanda dos Palpites’ • Joaquim • Selo Coala Records • 2025

Disco ‘Varanda dos Palpites’ • Joaquim • Selo Coala Records • 2025
Canções / compositores
1. Emboscada (Joaquim e Leo Quintella)
2. Varanda dos Palpites (Joaquim)
3. Chumbo Trocado (Joaquim)
4. Calma (Joaquim)
5. Fogueira (Angela RoRo)
6. Plenamente Acordado (Joaquim)
7. Falta (Joaquim, Leo Gomes, Martin Buckup, Rodrigo Negrão e Thiago Rocha) | Participação Rubel
8. Estudo Solitude Blues (Joaquim)
9. Disciplina (Joaquim)
10. Me Conta (Carson Parks e Joaquim) | Participação Luiza Villa
– ficha Técnica –
Voz, piano, rhodes e Synths: Joaquim | Baterias: Biel Basile | Baixos e contrabaixo: Fábio Sá | Guitarras e violões: Filipe Coimbra | || Cordas: Felipe Pacheco Ventura | Metais e sopros: Will Bone | Participação: Rubel (voz, violão? – fx. 7) | Luiza Villa (voz – fx. 10) || Realização Coala Records | Produção musical: Marcus Preto e Joaquim | Direção artística: Marcus Preto e Leo Quintella || Mixado por Tó Brandileone | Masterizado por Felipe Tichauer | Remasterizado para vinil por Martin Scian | Gravações – Baterias, guitarras, Rhodes e baixos captados no Trampolim Estúdio por LoFabio, Gabriel Nascimbeni e Ico dos Anjos / Vozes e violão (“Me Conta”) captados por Tó Brandileone no Estúdio do Tó* /Pianos captados no Estúdio Pá Virada por Victor Nery e Big Rabello / Sintetizadores captados no Museu do Sintetizador por Elimarky Filho / Cordas captadas por Felipe Pacheco Ventura em seu estúdio / Metais captados por Will Bone em seu estúdio / *Voz e piano de “Fogueira” captados no Trampolim Estúdio por Elimarky Filho | Direção criativa: Thomas Berti | Foto de capa: Pedro Maciel | Fotos e vídeos: Lívia Rodrigues e Pedro Maciel | Assistência de filmagem: Matheus Viotti | Produção executiva: Gabriel Andrade, Gabriel Bernini, Marcus Preto, Leo Quintella e Liro Música | Redes sociais: Menu da Música | Assessoria de imprensa: Omim Comunicação / Fernanda Burzaca | Agradecimentos especiais: Ana Beatriz Resende, André Heidi, Angela Ro Ro, Arthur Bussad, Carson Parks, Daniel Polloni, Dodó Moreau, Everton Felisberto, Fernanda Burzaca, Francisco Mieli, Francisco Nogueira, Geraldo Orlando, Gustavo Cravinhos, Habacuque Lima, Jhow Araújo, Leonardo Gomes, Malu Bolanho, Martin Buckup, Matheus Viotti, Paulo Novaes, Pedro Gadia, Rodrigo Negrão, Richard Timoner, Thiago Rocha, Tita (Hacker Stories), Tomás Coelho, Ugor Feio, pai, mãe, Nina, Bô, Mimi, Fê, André, minha família e meus amigos | Selo: Coala Records / Liro Musica | Formato: Álbum digital / LP Vinil | Ano: 2025 | Lançamento: 15 de maio | ♪Ouça o álbum: clique aqui.
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>> Siga: @joaquim.musica | @coala.records

Joaquim – foto: Pedro Maciel

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