Indiana Nomma e André Pinto Siqueira - foto: Marcelo Castello Branco
O segundo álbum da cantora Indiana Nomma e do violonista André Pinto Siqueira em homenagem a Mercedes Sosa: A voz dos sem voz – volume II, já está disponível, em todas as plataformas de streaming
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Em 2025, ano em que Mercedes Sosa completaria 90 anos de idade, Indiana Nomma
acompanhada pelo violonista André Pinto Siqueira, dão continuidade ao projeto lançando em 2022, pela gravadora Mills Records, lançando 9 (nove) novas canções no álbum “Mercedes Sosa: A voz dos sem voz – volume II”
Em 2022 a cantora hondurenha-brasileira Indiana lançou o álbum ‘Mercedes Sosa: A Voz Dos Sem Voz’, e por esse feito recebeu o reconhecimento internacional com o certificado oficial marca país Argentina sendo declarada pelo governo argentino Amiga da Argentina e tributo oficial da maior voz da América Latina.
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Filha de pais brasileiros exilados durante a ditadura militar brasileira, Nomma passou por 30 países durante o exílio dos pais, conectando a luta pelos direitos humanos que Mercedes pregava, à sua própria história familiar, já que o pai foi um dos líderes das Ligas Camponesas e a mãe, alfabetizadora voluntária que trabalhou na Nicarágua durante a Cruzada Nacional de Alfabetização.
André Pinto Siqueira é vencedor de dois prêmios “Prêmio MIMO Instrumental” (2017) e
Prêmio Nacional de Violão Popular Chico Mário (2018), como melhor violonista solo, é santista criado em Porto Alegre e no Rio de Janeiro e traz em sua bagagem toda influência musical da canção sul-americana.
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O volume II conta ainda com a participação do percussionista argentino que toca Bombo Legüero, instrumento fundamental da cultura daquele país, Lolo Risso.
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Assim, as músicas ganham novos arranjos conectando gerações distintas e reafirmando a importância de suas mensagens no contexto atual.
“Mercedes Sosa segue atual e lembrando através da escolha das canções que interpretava, tempos bárbaros que jamais devem ser esquecidos para nunca mais voltarem. São hinos imortais e atemporais que nos convidam a um único caminho: a união. Fazer com que seja sempre lembrada é contar a história da nossa América Latina levando sua mensagem para as novas gerações e despertando consciências para gerarmos um novo futuro.” – Indiana Nomma
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“Conheci Mercedes Sosa no álbum Geraes do Milton Nascimento onde também Chico Buarque participa. Ele já tinha percebido a importância em descortinarmos como brasileiros, essa fronteira invisível e incômoda que criamos frente à America Latina. Tocar esse repertório para as novas gerações é unir a história com a música trazendo conhecimento.” – André Pinto Siqueira
Disco ‘Mercedes Sosa: A voz dos sem voz – volume II’ • Indiana Nomma e André Pinto Siqueira • Selo Mills Records • 2025
Canções / compositores
1. Cuando tenga la tierra (Ariel Petrocelli e Daniel Toro)
2. Sueño con serpientes (Damián Sánchez e Jorge Luis Sosa)
3. Hermano dame tu mano (Sílvio Rodriguez)
4. Me gustan los estudiantes (Violeta Parra)
5. Razón de vivir (Victor Heredia)
6. Yo vengo a oferecer mi corazón (Fito Páez)
7. Siembra (Vitor Ramil e Ademir Fogaça / adaptação de Edmundo Font)
8. Maria Maria (Fernando Brant e Milton Nascimento)
9. Solo le pido a diós (León Gieco)
– ficha técnica –
Indiana Nomma – voz | André Pinto Siqueira – violão | Lolo Risso – bombo legüero | Produção e direção musical: Indiana Nomma | Arranjos: Indiana Nomma e André Pinto Siqueira | Mixagem: Didier Fernan | Masterização: Carlos Mills | Projeto gráfico: Luciano Prates | Fotos: Marcelo Castello Branco | Figurino: Diana Arte em Roupas |
Gravado ao vivo no estúdio La Maison – Rio de Janeiro/RJ | Selo: Mills Records | Formato: CD digital | Ano: 2025 | Lançamento: 4 de julho | ♪Ouça o álbum: clique aqui.
FAIXA A FAIXA
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Faixa 1: Cuando Tenga La Tierra (Ariel Petrocelli e Daniel Toro)
Um chamado, um grito de luta. Esta é uma das mais icônicas canções entoadas por Mercedes Sosa no show que Indiana Nomma assistiu nos ombros de seu pai, ideólogo das Ligas Camponesas no Brasil, com apenas quatro anos de idade, à celebração do fim da Cruzada Nacional de Alfabetização realizada meses depois da Revolução Sandinista, na Nicarágua. A mãe de Indiana, Célia Lima, exilada e torturada durante a ditadura militar no Brasil, participou como alfabetizadora voluntária nesse projeto e a família estava finalmente reunida novamente. Além do violão de André Pinto Siqueira, o novo elemento que é agregado à sonoridade do projeto em seu segundo volume é o bombo legüero de Lolo Risso.
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Faixa 2: Sueño Con Serpientes (Silvio Rodriguez)
Através desta canção Indiana conheceu ainda pequena o que era uma metáfora. Silvio Rodriguez, um dos integrantes do movimento da Nova Trova Cubana é especialista no gênero e Indiana logo aprendeu como falar sobre um tema censurado, proibido, dando recados claros de consciência. Nesta canção, o incessante duelo entre o bem e o mal. André Pinto Siqueira traz um clima psicodélico com seu violão e um solo belíssimo que nos convida a mergulhar em sonhos.
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Faixa 3: Hermano Dame Tu Mano (Jorge Sosa e Damián Sánchez)
Filha de defensores da democracia e dos direitos humanos, Indiana Nomma se lembra do chamado à luta pela alfabetização nacional durante sua infância na Nicarágua. Enquanto via sua mãe se preparando com fuzil, lápis e papel para se defender da milícia que persistia nas fronteiras daquele país, e ainda assim ensinar os camponeses a lerem e escrever, Indiana guarda na memória o chamado desta canção ao enfrentamento do analfabetismo.
Faixa 4: Me Gustan Los Estudiantes (Violeta Parra)
Violeta Parra convida os estudantes a se fortalecerem apesar dos percalços enfrentados na América Latina. Indiana deu luz a seu filho, Tagore, que se formou em medicina, a vacinou contra a COVID e hoje faz doutorado. Filho de musicista, profissão ainda muito desvalorizada no Brasil, ele venceu as dificuldades ao lado da mãe e hoje recebe através desta canção a homenagem dela. Mercedes Sosa transforma essa canção em hino por todas as universidades por onde passou. O bombo legüero convoca.
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Faixa 5: Razón de Vivir (Víctor Heredia)
Indiana, filha de exilados, nômade, alma livre, descobre o amor ao lado de seu companheiro Julio, assim como Mercedes Sosa encontra o sentimento mais profundo ao lado de Francisco “Pocho” Massetelli, seu segundo marido. A única canção romântica do repertório deste álbum é em homenagem ao amor na idade madura. O bater do coração surge novamente nas mãos de Lolo Risso e seu bombo legüero, a singeleza está no solo de André Pinto Siqueira e os vocais de Indiana transbordam em passionalidade.
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Faixa 6: Yo Vengo a Ofrecer Mi Corazón (Fito Páez)
A música que cita a bárbara ditadura argentina em trechos como “Tanta Sangre que se llevó el rio” (tanto sague que o rio levou) lembrando os milhares de adolescentes que eram jogados dentro de barris, ainda vivos, de aviões no Rio da Prata para nunca mais darem notícias. Uma canção aos desaparecidos das ditaduras na América Latina, tais como amigos dos pais de Indiana que nunca mais voltaram.
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Faixa 7: Siembra (Vitor Ramil, Ademir Fogaça / adaptação de Edmundo Font)
Semeadura é o nome da canção em português gravada pelos irmãos Kleiton e Kledir, composta pelo terceiro irmão, Vitor Ramil e por Ademir Fogaça. Para a versão em espanhol, Edmundo Font cria a letra e Mercedes Sosa a grava plantando em Indiana a necessidade de seguir cantando seu legado para que não seja esquecido pelas próximas gerações. Mercedes amava o intercâmbio cultural cantando inúmeros compositores de outros países latino-americanos. Assim como Indiana faz essa busca semeando.
Faixa 8: Maria Maria (Milton Nascimento e Fernando Brant)
Milton tornou-se amigo pessoal de Mercedes Sosa e é com essa canção que ela encerrava seus shows no Brasil. Indiana segue dando o recado entoando a força das mulheres latino-americanas que jamais desistem apesar dos desafios. Uma homenagem a todas as Marias.
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Faixa 9: Solo Le Pido a Diós (León Gieco)
Um pedido por esperança. Esta é a canção que Indiana viu Mercedes interpretando para 1,5 milhão de pessoas que em uníssono cantavam seu refrão na Praça da Revolução Sandinista. Em sua versão original, uma evocação. Aqui, Indiana atualiza o tempo e reza de forma íntima realizando um dueto consigo mesma, atravessando as dimensões da reflexão sobre as guerras internas e externas que assolam a todos.
Sobre Indiana Nomma
Fortemente identificada com a história da cantora argentina La Negra, como Mercedes Sosa era chamada, a cantora Indiana Nomma é filha de pais brasileiros exilados para o Chile durante a ditadura militar no Brasil. Nasceu em Honduras e viveu no México, Nicarágua, Portugal e Alemanha Oriental durante o período da guerra fria, chegando ao Brasil em 1987. Porém foi em 1980 que assistiu aos 4 anos de idade, sua ídola na Praça da Revolução Sandinista na Nicarágua, onde teve semeada a consciência da unidade latino-americana que posteriormente, em 2000 daria origem ao show Mercedes Sosa: A Voz dos Sem Voz.
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Indiana Nomma coleciona cerca de 100 apresentações desse show em teatros e festivais nacionais e internacionais como FAP – Festival de Arte Popular Mercedes Sosa na Argentina, SESC Pompéia (SP) lotando duas noites consecutivas, Santos Jazz Festival (SP), SESC Santos (SP), Fest Bossa & Jazz em Pipa (RN), Cineteatro São Luiz (CE), Blue Note SP, Blue Note Rio, Clube do Choro de Brasília, Teatro Rival Refit (RJ), Teatro Imperator (RJ), Sala Baden Powell (RJ), Teatro SESI (RJ), Teatro Oscar Niemeyer (Niterói), Teatro da UFF (Niterói), Festival Latinidades (Brasília), Teatro Opera (Buenos Aires, Argentina), entre outros, pelo Brasil, Alemanha, Itália. Também teve a oportunidade de cantar em inúmeros corais na década de 90, tendo se apresentado no Carnegie Hall em Nova Iorque antes mesmo de completar 20 anos de idade.
Além de representante da música latino-americana, a cantora também expressa suas multifaces musicais através do jazz, cuja influência recebeu do pai, que além de sociólogo, escritor e outras formações, também foi clarinetista durante a década de 30. Influenciada por Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Nina Simone, Carmen McRae, Dee Dee Bridgewater, Shirley Horn e Roberta Gambarini, Indiana Nomma se destaca também no cenário dos festivais de jazz. Em 2018 Indiana Nomma representou o Brasil na Semana do Brasil em Bangladesh com participação honrosa. Durante seus quase 30 anos de carreira, cantou com orquestras, big bands e participou de festivais internacionais e nacionais cantando com artistas como Osmar Milito, Gilson Peranzzetta, Bruno Arias (Argentina), Ananda Jyoti (Índia), entre outros e abriu shows de Glória Gaynor, Billie Paul, Ney Matogrosso, Jorge Aragão, Alceu Valença, participando de apresentações com Milton Nascimento, Daniela Mercury, Leny Andrade, Áurea Martins, e outros mais.
Com 6 CDs produzidos e lançados desde 2015, dos quais dois, o cd Unexpected e o Lessons in Love, foram finalistas do 27°e 29° Prêmio da Música Brasileira em 2016 e 2018 e o homônimo Indiana Nomma foi top 10 em vendas em Israel no iTunes em 2017, nesse álbum latino, Indiana Nomma vem sendo sucesso de crítica especializada através das 10 canções imortalizadas por Mercedes Sosa, executadas em parceria com o violonista André Pinto Siqueira, melhor violonista solo do Prêmio Mimo em 2018.
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Como consultora apresenta os workshops “Viver da Música: Realidade e Desafios” e “Interpretando letra, música e alma”, onde transfere o conhecimento adquirido durante sua vida a respeito do mercado musical e do ofício de cantora. Conhecida pela voz grave e versatilidade em vários estilos, Indiana faz a síntese de suas preferências musicais, através de projetos como: Divas do Jazz, o Tributo Oficial: Mercedes Sosa: A Voz dos Sem Voz e mais. Bebops, improvisos, a voz grave e trompete de boca fazem do show uma atração hipnotizante.
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Sobre André Pinto Siqueira
Nascido em Santos, tendo vivido por muito tempo em Porto Alegre e atualmente radicado no Rio de Janeiro, o violonista André-Pinto Siqueira é vencedor de dois prêmios no âmbito nacional: o Prêmio Chico Mário de Violão 2018 e o Prêmio MIMO Instrumental 2017.
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Já se apresentou na Suíça, Reino Unido, França, Portugal, Espanha e por todo o Brasil, tocando e gravando com os mais variados nomes (Orquestra Sinfônica Brasileira, Danilo Caymmi, Jenny Chi, Carlos Malta, entre outros). Lançou 3 discos em parceria: – “Live in Rio” (2010), em duo com a cantora suíça Jenny Chi – “Ary” (2020), com a obra de Ary Barroso, em trio com a cantora Alice Passos e o violonista Mauricio Massunaga – “Entre Tempos” (2021), em duo com a cantora Aline Paes Gravou os violões de algumas novelas recentes da TV Globo, como “Nos Tempos do Imperador”, “Éramos Seis”, “O Sétimo Guardião”, entre outras. Escreveu e tocou junto com André Geiger a trilha sonora original do longa-metragem “O Deserto do Deserto” (2017), de Samir Abujamra e Tito Gonzalez. No teatro tocou em inúmeras peças e fez a direção musical dos espetáculos “Com Amor, Vinicius”, de Hugo Sukman e Marcos França, sobre a obra de Vinicius de Moraes e “Chabadabadá”, de Xico Sá, entre outros.
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Tocou com Danilo Caymmi, Carlos Malta, Mario Adnet, Leila Pinheiro, entre muitos outros músicos, cantores, compositores. Suas influências são a música brasileira, música latinoamericana, jazz e a música clássica.
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>> Siga: @indiananomma | @siqueira_music | @millsrecords.br
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Série: Discografia da Música Brasileira / Música Latino-americana / Canção / Álbum.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske
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