MÚSICA

Empresa brasileira cria tecnologia que detecta inteligência artificial em músicas

Diante da explosão de músicas geradas por IA, TuneTraders lança solução pioneira que promete ajudar artistas, gravadoras e entidades a proteger a criação musical
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A empresa de tecnologia brasileira TuneTraders acaba de lançar uma solução inédita no mercado: um detector de inteligência artificial (AI detector) voltado exclusivamente para o setor musical. Desenvolvido 100% no Brasil, o sistema é capaz de identificar com precisão a presença de IA em composições musicais, determinando inclusive quais obras foram usadas para treinar o modelo de IA e em que trecho da música essas influências foram inseridas .
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A inovação, última lida na blockchain, surge em meio a um problema crescente e sem precedentes na indústria fonográfica: o crescimento exponencial da produção musical baseada exclusivamente em IA. Em abril deste ano, por exemplo, a plataforma Deezer revelou que recebe cerca de 20 mil músicas geradas por inteligência artificial por dia — número que acendeu um alerta no setor.

Rastreabilidade, auditoria e aferição:
O diferencial da solução da TuneTraders é em seu protocolo baseado e selecionado via blockchain, que oferece rastreabilidade, aferição e auditoria confiável com precisão e rapidez. Através dele, é possível comparar melodia original, tipo de especificação do arquivo e histórico de criação da música, conferindo segurança e transparência a todos os envolvidos na cadeia fonográfica — de músicos a distribuidores, de players digitais a entidades reguladoras.
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“A TuneTraders é um protocolo na blockchain para música. Ou seja, a obra é realizada e toda a cadeia, desde a execução da mesma, até o registro e pagamento daquela play, está registrada ali. E por que a blockchain? As pessoas, às vezes, têm dúvidas, mas é bem simples. Ela é uma tecnologia que funciona como um registro eletrônico de transações, onde as informações são registradas entre si de forma segura, transparente e impossível de serem registradas sem o consenso da rede, que são os atores que amam o protocolo, neste caso, músicos, distribuidoras, gravadoras, entidades, etc ”, explica Carlos Gayotto, sócio da TuneTraders.

Gayotto e Maurício Magaldi, co-fundadores da startup, iniciaram o projeto em 2020, após a iniciativa “Open Music” da Berklee College of Music, maior faculdade de música do mundo, sediada em Boston, em associação ao MIT (Massachusetts Institute of Technology), universidade referência mundial em estudos e pesquisas em ciências, engenharia e tecnologia.
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“Meu sócio e eu começamos a esse estudo de solução durante a pandemia, após resultados de pesquisas da Berklee Music com o MIT, e demos continuidade ao projeto que deu vida ao protocolo. Uma das grandes inovações que fizemos recentemente foi colocada dentro dele um identificador de inteligência artificial. Com mais de 75% de acurácia, nosso detector consegue sinalizar se a música foi feita ou não com IA, se ela tem algum componente de uma obra anterior em machine learning, que é o aprendizado que uma máquina obteve para criar uma nova obra. Isso faz com que, no médio e longo prazos, obras que foram utilizadas para fazer a máquina aprender e tirar suas instruções para criar uma nova música podem ser devidamente remuneradas E é uma tecnologia nossa, 100% brasileira”, revela Gayotto.

Uma resposta tecnológica para um mercado em crise:
A TuneTraders conecta o detector de inteligência artificial diretamente ao protocolo em resposta a uma necessidade urgente e concreta do mercado fonográfico. O objetivo inicial não é barrar a IA, cada vez mais presente no dia a dia, mas estabelecer cláusulas claras para seu uso ético e transparente, priorizando a criação e a criatividade exclusivamente humanas.
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Neste cenário, o protocolo surge como uma ferramenta de consenso, que pode ser adotado, por exemplo, por entidades reguladoras como o ECAD e outras associações, responsáveis pela arrecadação e distribuição dos direitos autorais, para definir, por exemplo, o que é relevante derrubar ou manter no ambiente musical a fim de regulamentações e equilibrar o setor. Em conversas com gravadoras, a TuneTraders constatou que, até o momento, havia uma resistência em enfrentar diretamente o problema.
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“Estamos reunindo o mercado e todos os atores do setor fonográfico brasileiro, conversando com órgãos reguladores, governo, gravadoras -essas, infelizmente, estão menos interessados neste momento em conseguir identificar e pagar quem deve, mas em breve elas devem voltar a conversar com as pessoas. No entanto, estamos juntando todo o mundo para que as pessoas consigam atingir o nosso principal objetivo: distribuir melhor receita para artistas, criadores e para a criação humana em geral”, aponta Carlos Gayotto.

Empresa brasileira cria tecnologia que detecta inteligência artificial em musicas

Um novo padrão para a indústria:
A TuneTraders convida músicos, distribuidores, plataformas de streaming e associações para participarem dessa conversa. A proposta é clara: estabelecer um protocolo confiável e auditável que possa servir de base para a regulamentação do uso de inteligência artificial na música. Com o avanço irrefreável da tecnologia, o equilíbrio entre inovação e proteção à criatividade humana é mais necessário do que nunca.

Sobre a TuneTraders
TuneTraders é uma startup de tecnologia brasileira, inovadora em soluções para a música. Por meio da plataforma Tuneplay, é pioneira na divisão de royalties através de uma economia circular entre artistas e fãs, sem intermediários, em um ambiente digital e seguro em blockchain, com o objetivo vital de garantir um faturamento vantajoso aos cantores, músicos e compositores por meio de suas músicas. Uma maneira de monetizar melhores suas obras com o auxílio da socialização de direitos autorais, conceito básico da Web3, tornando potencialmente cada artista em uma DAO (Organização Autônoma Descentralizada). A startup já realizou projetos com artistas como Zeca Baleiro, Ivan Lins, Tiê, Paulo Novaes, entre outros.

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