Em agosto deste ano os artistas se encontraram pra gravar Cadê Você (Leila XIV), uma parceria de Chico e João Donato, que chegou às plataformas digitais no dia 15 de setembro para comemorar os 55 anos do álbum Gil, Chico e Velloso por Claudette. 

Para celebrar o reencontro entre Claudette Soares e Chico Buarque, a artista estreia o show “Claudette canta Chico” no próximo dia 19/11, às 19h, no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo. A entrada é gratuita e os ingressos devem ser retirados na bilheteria do Teatro com uma hora de antecedência.
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Claudette Soares e Chico Buarque se conhecem desde a primeira metade da década de 1960, quando ela era a principal estrela do João Sebastião Bar, famosa casa de música de São Paulo, e ele um jovem que participava das noites dos novos talentos apresentados pela cantora naquele espaço. Claudette foi uma das primeiras a perceber a qualidade do trabalho do jovem estudante de arquitetura e quis gravar uma composição dele, Marcha Para Um Dia de Sol, mas a gravadora que a mantinha sob contrato não acreditou na música. Por causa disso, ela perdeu a chance de ser a primeira artista a incluir uma canção de Chico em disco.

Mesmo assim, as canções de Chico seguiram no repertório de shows e discos de Claudette. Porém, eles nunca haviam gravado uma música juntos. Esta lacuna acaba de ser preenchida com o lançamento do single Cadê Você (Leila XIV), produzido por Renato Vieira e Thiago Marques Luiz, que a gravadora Kuarup colocou nas plataformas digitais no dia 15 de setembro para comemorar os 55 anos do álbum Gil, Chico e Velloso por Claudette, clássico da discografia da cantora, cujo repertório é formado apenas por canções de Chico, Caetano Veloso e Gilberto Gil.
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O convite para Chico gravar com Claudette surgiu em um encontro entre eles no camarim de um show do cantor e compositor em 2018 e, com o fim da pandemia, finalmente foi concretizado. Cadê Você (Leila XIV) é uma parceria de Chico e João Donato lançada em 1987 – vale ressaltar que a gravação do single já estava prevista antes da morte de Donato, em julho deste ano.

A canção tem um componente afetivo para Claudette: ela também era próxima do pianista, que a acompanhou em gravações e também na boate carioca Plaza, no final dos anos 1950. Donato, inclusive, chegou a ver Claudette interpretando a música em show e gostou do que ouviu.
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Acompanhados por Alexandre Vianna (piano, arranjo e direção musical), João Benjamin (baixo acústico), Rafael Lourenço (bateria), Thiago Faria (violoncelo), Letícia Andrade (violino), Ricardo Proiete (violino) e Igor Borges (viola), Claudette e Chico interpretam Cadê Você (Leila XIV) com delicadeza e sentimento, mas também com a afinidade natural de quem se conhece e se gosta há 60 anos.

E vem mais novidade por aí: Claudette irá gravar um álbum com canções inéditas e produção de Marcus Preto e Victor Cabral. Parcerias de Nando Reis e Zé Renato e de Zé Manoel e Ronaldo Bastos já foram selecionadas para o repertório.
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No show que apresenta agora, “Claudette Canta Chico”, com direção musical do pianista Alexandre Vianna, ela canta além da música recém gravada, canções do autor que ela gravou ao longo de sua carreira, como “Tatuagem”, “Retrato em Branco e Preto”, “Realejo”, “Até Pensei” e “Carolina” e outras.

Sobre Claudette Soares:
Seus pais eram contra a presença de uma cantora na família, mas Claudette Colbert Soares era teimosa e amava soltar sua voz de criança nos auditórios de concursos de calouros das rádios cariocas. Em 1947, aos 10 anos de idade, começou sua carreira como revelação no programa A raia miúda, de Renato Murce, na Rádio Nacional.
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Apresentou-se no programa da Rádio Mauá chamado Clube do Guri, de Silveira Lima. Depois também se apresentou no programa Papel Carbono, de Renato Murce. Na Rádio Tupi participou do programa Salve o Baião!, conhecendo Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Ele a apelidou de Princesinha do baião. Ainda na década de 1950, na Rádio Tamoio, ela apresentou ao lado de Ademilde Fonseca o programa No mundo do baião (programa de Zé Gonzaga, irmão do Luís).
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Silvinha Telles chamou-a para substituí-la como cantora na boate do Plaza, no final da década de 1950. Dividiu o palco com Luiz Eça, João Donato, Baden Powell e Milton Banana e outros músicos. Participou do programa de TV – Brasil 60, apresentado por Bibi Ferreira, na TV Excelsior – canal 9, de São Paulo.
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Convidada por Ronaldo Bôscoli, participou do histórico primeiro show da bossa nova, A noite do sorriso, do amor e da flor, em 20 de maio de 1960, na antiga Faculdade de Arquitetura do Rio de Janeiro. Claudette divulgou as canções da Bossa Nova em São Paulo, nas casas noturnas Baiúca, Cambridge e João Sebastião Bar. Inaugurou a boate Ela, Cravo e Canela, junto com o pianista Pedrinho Mattar, apresentando o espetáculo Um show de show.

Em 1964, gravou “Claudette é dona da bossa”, seu primeiro LP solo, lançado pela gravadora Mocambo, em que se destacam as músicas “Garota de Ipanema” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), e “Tristeza de nós dois” (Durval Ferreira, Bebeto e Maurício Einhorn). No ano seguinte, gravou “Claudette Soares”, LP que incluiu, entre outras, a canção “Primavera” (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes).
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Em 1966, apresentou-se, com Taiguara e o Jongo Trio, no espetáculo “Primeiro tempo 5 x 0”, dirigido pela dupla Mièle e Bôscoli, realizado na boate Rui Bar Bossa e depois no Teatro Princesa Isabel (RJ). Do show resultou o LP homônimo, lançado pela Philips no mesmo ano. Ainda em 1966, foi premiada com o Troféu Euterpe de Melhor Cantora do Ano e participou do I Festival Internacional da Canção (RJ), interpretando “Chorar e cantar” (Vera Brasil e Sivan Castelo Neto).
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No ano seguinte, contratada pela Rede Record, apresentou-se no programa “Jovem Guarda” interpretando “Como é grande o meu amor por você”, de Roberto e Erasmo Carlos. Em 1968, gravou um disco somente com músicas de Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso. Um ano depois, gravou o LP “Quem não é a maior tem que ser a melhor”, lançado pela Philips.
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Em 1970, participou do V Festival Internacional da Canção, interpretando “Mundo novo, vida nova”, de Gonzaguinha. No ano seguinte, apresentou-se, com Agildo Ribeiro e Pedrinho Mattar, no show “Fica combinado assim”, realizado no Teatro Princesa Isabel (RJ). Ainda em 1971, ficou nas paradas de sucesso durante 56 semanas consecutivas, com a canção “De tanto amor”, de Roberto e Erasmo Carlos, incluída em LP lançado pela Philips.

No final dos anos 1970, idealizou o projeto de gravação de uma série de LPs com Dick Farney. Gravou apenas dois discos da série, devido ao falecimento do cantor.
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Seu trabalho mais recente foi o show “As Divas do Sambalanço” ao lado das cantoras Eliana Pittman e Doris Monteiro, que foi lançado em CD e LP.
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Com uma carreira consolidada, em seus mais de 70 anos de carreira, Claudette Soares lançou discos nas maiores gravadoras do país como Philips e Odeon, participou dos grandes Festivais, fez parcerias com grandes nomes da música popular brasileira e já se apresentou em turnês pela Europa, como em palcos de Paris e Lisboa, por exemplo.
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SERVIÇO
Claudette Soares canta Chico Buarque
19 de novembro (2023) | Domingo | 19h
Teatro Sérgio Cardoso (Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista, São Paulo – SP)
Ingressos: A entrada é gratuita e os ingressos devem ser retirados na bilheteria do Teatro com uma hora de antecedência.
Mais informações: @teatrosergiocardoso







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