terça-feira, dezembro 3, 2024

Alaíde Costa leva seu espetáculo ‘O que meus calos dizem sobre mim’ ao Sesc Santana

Dona de uma voz profunda e intérprete de sentimentos intensos, a cantora e compositora carioca vive, aos 88 anos, o reconhecimento pelo que sempre buscou em sua carreira: a liberdade e a autenticidade artística
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A cantora e compositora Alaíde Costa se apresenta no SESC Santana com o show O que meus calos dizem sobre mim, no dia 1/5, às 18h. Os ingressos já estão à venda no site do SESC. O show traz o repertório de seu último álbum, primeiro trabalho da cantora cujo repertório foi todo pensado especificamente para ela. Não apenas para se vestir de sua voz tão singular, mas também para se calçar de sua personalidade, em que doçura e força se equivalem e se complementam.
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Este show exclusivo marca a celebração de seu mais recente álbum, o primeiro cujo repertório foi inteiramente concebido para capturar a essência única de Alaíde, mesclando sua voz profundamente expressiva com uma personalidade que equilibra doçura e força. Com sete das oito faixas escritas especialmente para ela por um leque impressionante de compositores atravessando várias gerações, o álbum traz colaborações de artistas como Joyce Moreno e Ivan Lins com Emicida, uma parceria inédita entre Erasmo Carlos e Tim Bernardes, e contribuições de Fátima Guedes, Guilherme Arantes e João Bosco, cuja música apresenta letras de seu filho Francisco Bosco. A canção “Tristonho”, letrada por Nando Reis, complementa o álbum com uma melodia original de Alaíde.
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Além das músicas do novo LP, o repertório do show incluirá obras de Sueli Costa e Milton Nascimento, bem como o single “Moço”, lançado no ano passado, composto especialmente para Alaíde por Marisa Monte e Carlinhos Brown. A produção e direção artística do espetáculo ficam a cargo de Thiago Marques Luiz.

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Alaíde Costa – foto: Murilo Alvesso

Sobre Alaíde Costa
Era início da década de 1950 em Água Santa, bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, quando uma adolescente colava os ouvidos no aparelho de rádio, atenta, esperando a voz de Silvio Caldas entoar “Noturno em Tempo de Samba”. Ao ouvir os primeiros versos, parava para anotar a letra e memorizar a melodia. Quando aprendeu a canção, decidiu: iria ao programa de calouros de Ary Barroso, na Rádio Tupi, para apresentá-la.
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Não era a primeira vez de Alaíde Costa em um palco. Aos 11, seu irmão mais velho (Adilson, que se tornou jogador de futebol) a havia convencido a se apresentar em uma sessão para cantores amadores no circo montado no bairro, dizendo à garota tímida que, caso não fosse, a polícia iria buscá-la.
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Dali em diante, a menina que gostava de cantarolar — mas achava que seria professora — passou a ser inscrita pelos vizinhos em toda oportunidade que aparecia, já que ganhava os prêmios. Aos 16, apaixonada pela canção cheia de climas interpretada por Caldas, resolveu ir se apresentar por conta própria. A escolha da música, a audição cuidadosa em casa e a interpretação lhe renderam nota máxima. “Aí tomei gostinho”, conta.

Aos 88 anos, uma das maiores vozes da música brasileira é também uma artista que sempre se guiou pelo que quis fazer e pelo que acreditava fazer melhor, o que não foi fácil. “Ah, mas você é negra, tem que cantar uma coisa mais animadinha, sabe? Um sambinha”, ouvia. “Me recusei a entrar nessa porque não daria certo”, afirma, categórica. Seu primeiro álbum foi lançado dois anos antes de “Chega de Saudade” (1958), música que marca o início da bossa nova, mas só recentemente ela passou a ser reconhecida entre os grandes nomes do gênero — assim como Johnny Alf, precursor do estilo e, não por acaso, também negro. Durante a carreira, teve grandes parceiros musicais como o próprio Johnny Alf, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, João Gilberto, Milton Nascimento, Oscar Castro Neves, entre outros.
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Apesar dos infortúnios, a cantora continua ativa, defendendo a Bossa Nova, colecionando reconhecimentos e celebrando novas parcerias. Em 2020, seu talento como intérprete lhe rendeu o Troféu Kikito de Melhor Atriz Coadjuvante, no Festival de Gramado. Alaíde se tornou a artista mais velha a ser laureada com o prêmio.
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Em um show que homenageou João Gilberto em abril de 2023, em São Paulo, falou: “Vou fazer 88 anos, tenho 70 de carreira, e olha que loucura: as pessoas me descobriram agora!”. Alaíde nunca parou de cantar, nunca ficou sem gravar (são mais de 20 discos) ou se apresentar em shows. Alaíde é uma das poucas artistas vivas que passou por todos os formatos de mídia – desde o 78RPM, LP, K7, CD e agora o streaming. Nos últimos anos, parcerias deram novo vigor a uma carreira cheia de coerência artística. Em 2022, lançou “O que meus calos dizem sobre mim”, produzido por Emicida, Pupillo (Nação Zumbi) e Marcus Preto, álbum que terá segundo volume em 2024 — eleito o melhor lançamento fonográfico de MPB no 30º Prêmio da Música Brasileira, com a cantora aplaudida de pé por todo o Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em maio de 2023, Alaíde se apresentou em Portugal com a Orquestra de Jazz do Algarve sendo um grande sucesso de crítica e público além mar. Além disso, se apresentou no Carnegie Hall em Nova Iorque em outubro de 2023, no show The Greatest Night Bossa Nova em comemoração aos 60 anos da Bossa Nova, no qual foi aplaudida de pé por mais de cinco minutos. Em novembro de 2023 foi agraciada com o Troféu Raça Negra como melhor cantora do ano.
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Atualmente Alaíde Costa está em estúdio gravando o segundo disco da trilogia produzida por Emicida, Pupillo (Nação Zumbi) e Marcus Preto, e já lançou dois singles do novo trabalho: “Moço” (Marisa Monte e Carlinhos Brown) e “Ata-me” (Junio Barreto). Está em turnê por todo o Brasil com quatro shows: “O que meus calos dizem sobre mim”, com o repertório do último disco, “Pérolas Negras”, no qual se apresenta ao lado das amigas Eliana Pittman e Zezé Motta cantando um repertório apenas de compositores negros passando por Milton Nascimento, Candeia, Jorge Ben, Jhonny Alf, Cartola, Martinho da Vila, Gilberto Gil, Salgadinho, Luiz Melodia, Djavan, Leci Brandão, Paulinho da Viola, Ataulfo Alves e outros, “90 Anos de João do Vale” ao lado de Ayrton Montarroyos e Flávia Bittencourt e “Clube da Esquina” ao lado de Amaro Freitas e Zé Manoel. Lançou recentemente ao lado de Guilherme Arantes, o grande sucesso do compositor, “Meu mundo e nada mais”, que já está disponível em todas as plataformas digitais. Seu mais recente trabalho é o álbum Pérolas Negras produzido por Thiago Marques Luiz que foi lançado pelas gravadoras Companhia de Discos do Brasil e Nova Estação em fevereiro de 2024 ao lado de Eliana Pittman e Zezé Motta, com destaque para a canção “Recado à minha amada” de Salgadinho que Alaíde transformou em uma bossa envolvente.

Sobre Thiago Marques Luiz – Produtor e Diretor Artístico do show
Thiago Marques Luiz, renomado produtor musical, é jornalista e pesquisador de música popular brasileira, premiado com um Grammy Latino e 10 Prêmios da Música Brasileira. Foi produtor artístico de grandes nomes como Ângela Maria e Cauby Peixoto deixando sua marca indelével na indústria musical brasileira. Com uma carreira rica e diversificada, Thiago é conhecido por sua habilidade excepcional em captar a essência dos artistas com quem trabalha, realçando tanto o talento vocal quanto a autenticidade de cada performance. Sua abordagem colaborativa e seu compromisso com a excelência têm sido fundamentais no desenvolvimento de projetos que não só ressoam com o público, mas também ajudam a definir o som contemporâneo da música brasileira.
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Ao longo dos anos, Thiago acumulou uma série de créditos impressionantes, trabalhando com uma variedade de talentos em diversos gêneros musicais. Ele é particularmente admirado por sua capacidade de integrar elementos tradicionais e inovadores em suas produções, uma habilidade que o torna um dos produtores mais procurados do país. Thiago não apenas produz músicas, discos e shows, mas também cria experiências sonoras que permanecem na memória do ouvinte e do espectador.
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Atualmente, Thiago Marques Luiz empresta sua expertise ao e gerenciar as carreiras de Alaíde Costa, Claudette Soares, Eliana Pittman e Ayrton Montarroyos, atuando como agente, produtor e diretor artístico. Nos trabalhos com esses artistas, ele habilmente tece o legado musical desses cantores com novas influências, demonstrando sua capacidade única de renovar e reimaginar a música brasileira. As carreiras desses artistas são um testemunho do contínuo impacto de Thiago na cena musical, e sua presença é um selo de qualidade e inovação.

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Alaíde Costa – foto: © Énio Cesar

SERVIÇO
Alaíde Costa 
Show “O Que Meus Calos Dizem Sobre Mim”
1 de maio (2024) | Quarta-feira | às 18h
SESC Santana
Endereço: Av. Luiz Dumont Villares, 579 – Santana, São Paulo – SP
Duração: 90 minutos
Ingressos: clique aqui
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>> Siga: @alaidecostaoficial | @thiagomarquesluiz | @sescsantana
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