“Aconteceu com Minha Filha” - livro expõe os bastidores de uma luta real contra o vício digital na adolescência
“Aconteceu com Minha Filha” – livro expõe os bastidores de uma luta real contra o vício digital na adolescência. Obra narra a história de um pai que precisou internar a filha de 12 anos após apelo desesperado da própria menina
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Mais do que uma narrativa impactante, este livro é um alerta necessário sobre os perigos invisíveis das telas e o poder silencioso das redes sociais sobre a saúde mental dos adolescentes. Ao mesmo tempo, mostra que, mesmo em meio ao caos, é possível reconstruir laços, resgatar afetos e recomeçar.
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Depois da repercussão da série Adolescência, que trouxe à tona os perigos ocultos nos submundos digitais das redes sociais, Aconteceu com Minha Filha – Uma história real sobre os abismos sombrios da internet (Geração Editorial, 2025) aprofunda a discussão com um relato contundente e revelador sobre os riscos que ameaçam crianças e adolescentes na internet — e o drama real vívido por uma família. Se a série já havia causado impacto ao escancarar uma realidade até então invisível para muitos pais, o livro vai além, ao narrar com coragem e honestidade a experiência de um pai diante do transtorno emocional da própria filha.
– Pai, eu surtei. Eu interno, eu surtei. Preciso ser internado! É com essa frase impactante que começa o relato, cujo autor assina sob o pseudônimo Paulo Zsa Zsa, para preservar a identidade da família. A obra acompanha a jornada de um pai que vê uma filha de 12 anos ser tragada por um vício silencioso e progressivo nas redes sociais, resultando em episódios de isolamento, automutilação, mudanças bruscas de comportamento e participação em desafios virtuais perigosos, alimentados pela falsa sensação de pertencimento.
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Sem saber como reagir, ele viveu sentimento de culpa, medo, raiva e impotência até tomar a decisão mais difícil de sua vida: internar a filha em uma clínica psiquiátrica e cortar completamente o acesso às telas. O nome da adolescente é fictício — Júlia — mas a história é real, urgente e cada vez mais comum nas famílias brasileiras.
“Quando leio uma notícia de um adolescente vítima da internet, tenho mais certeza da importância desse alerta. Se meu livro pode evitar uma única tragédia, já terá cumprido seu propósito”, diz Paulo Zsa Zsa.
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A obra conta com a contracapa assinada por dois nomes de peso: o pediatra Daniel Becker e o influenciador digital Felipe Neto.
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“É uma história do nosso tempo, e que precisa ser lida. Para que nossos filhos e filhas possam viver em paz, com saúde física e mental, aproveitando tudo de maravilhoso que o mundo real pode oferecer, e curtindo o ambiente digital de forma adequada e segura.”, afirma Dr. Daniel Becker.
Felipe Neto, por sua vez, alerta: “A internet nos oferece possibilidades possíveis, mas também riscos que não podemos ignorar. Como alguém que acompanhou de perto o nascimento e o crescimento do mundo digital, afirmo com conclusões: vivemos uma epidemia de crimes online.”
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O autor abriu mão dos direitos autorais e todo o valor arrecadado desta edição será feito ao Instituto Felipe Neto, para apoiar projetos de educação midiática preventiva em escolas públicas de todo o Brasil.
Ficha técnica
Título: Aconteceu com Minha Filha
Autor: Paulo Zsa Zsa
Contracapa (texto): Daniel Becker e Felipe Neto
Editora: Geração Editorial
Gênero: Não Ficção/ Drama Real/ Alerta Social/ Relação Pais-Filhos
Público-alvo: Pais, educadores, profissionais de saúde e todos que convivem com adolescentes
Lançamento: maio/2025
Formato: Impressão e e-book
Páginas: 176
Preço: R$ 59,90
Mais informações: @paulozsazsa
Entrevista – Paulo Zsa Zsa
1. O livro é baseado em sua experiência com sua filha. Naquele momento você percebeu que ela estava em perigo, e como foi o processo de identificação do vício digital?
Infelizmente, demorei muito para descobrir. Essa descoberta é contada no começo do livro, quando ela me procura no quarto 11h da noite, com os braços e pernas cortados, e me pede: – Pai, eu surtei! Eu interno, eu surtei. Preciso ser internado! Naquele momento, depois de socorrê-la, eu tomei coragem e decidi vasculhar mais profundamente o celular da minha filha e descobrir tudo o que ela estava passando.
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2. “Aconteceu com Minha Filha” traz um alerta forte para os pais. Que sinais você acredita que ainda estão desesperados por muitas famílias?
O grande problema não são os sinais. É o desconhecimento do que pode estar acontecendo. Porque se você não sabe o que está acontecendo, não vai identificar esses sinais. Eu mesmo sabia vagamente como funcionava o Discord, nunca tinha ouvido falar em Lulz e Panelas. A maioria dos leitores desta entrevista vai se perguntar: Que diabo é isso que ele está falando? Tá tudo explicado no livro, bem aprofundado e sem filtros.
3. E o que são Discord, Lulz e Panelas?
Temos um capítulo só sobre isso, mas vou tentar resumir. Discord é uma plataforma superpopular que os gamers usam para jogar online e que hoje se transformou num chat gigante, sem nenhum tipo de monitoramento. Qualquer um pode criar a sua comunidade, chamada de Servidor, e tratar do que quiser dentro dela. É aí que surgem os “panelas” — grupos formados dentro de servidores maiores, um ambiente fértil para tudo o que não presta: pedofilia, automutilação, apologia ao nazismo… Isso tudo é exposto a crianças muito novas, como minha filha, de quem desconfio que, desde os nove anos de idade, já usava o Discord. Nada é mais nefasto nesse universo do que o Lulz. A palavra é uma corruptela de “Lol” (Laughing Out Loud = rindo alto), mas o sentido é bem diferente. Podemos traduzir como “rir de uma pessoa”. Só que é muito pior. Fazer lulz é aceitar ser guiado (em uma transmissão ao vivo no Discord) por uma ou mais pessoas da panela e fazer tudo o que ela mandar. Nesse ambiente, de sadismo absoluto, todas são vítimas e vilões. Uma plateia alucinada (em grande maioria, de crianças e adolescentes) instigando, aos berros, outras crianças a se queimarem, cortarem e passarem pelas situações mais abjetas.
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4. A história toca em temas delicados como saúde mental, manipulação online e automutilação. Como foi revisitar esses momentos para escrever o livro?
Muitas coisas aconteceram à medida que eu estava escrevendo. Minha filha aprontava alguma e eu corri para desabafar no computador. Foi um processo muito doloroso, mas que funcionou também como uma terapia, um desabafo. Com o livro, eu pude ordenar os pensamentos e entender mais detalhadamente o que estava acontecendo com nossa família.
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5. Como pai, qual foi o momento mais difícil durante esse processo todo?
Não sei se foi o mais difícil, mas com certeza o mais chocante. No dia em que estávamos tomando café da manhã e minha filha olha para mim e diz: – “Você pode esconder as facas, os fios. Mas e a rede da janela? Eu arranco e me jogo”. Fiquei em choque, principalmente pelo fato de estarmos num dos raros momentos de calmaria. Eu descobri que Júlia estava melhorando aquela frase, aquele desejo de se matar, me jogou no chão. Foi muito dolorido.
6. Qual mensagem principal você espera que os leitores levem o livro? E que mudanças podem provocar nas famílias?
A cada dia que leio a notícia de uma criança ou adolescente vítima da internet, tenho ainda mais certeza da urgência desse alerta. Torço para que meu livro chegue aos pais como uma forma de evitar tragédias. Sempre penso: se esse pai ou essa mãe tivesse lido, talvez tudo pudesse ser diferente. Se ele ajudar a salvar uma única vida, já terá cumprido seu propósito — e essa possibilidade já me deixa imensamente feliz.
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7. Quais foram seus principais erros nessa história? Dar um celular para sua filha antes do momento certo?
São tantos erros, e todos poderiam ter sido evitados. Dar o celular foi um erro, mas não monitore o que ela fez acho que foi o maior erro que cometi. Eu não queria ser invasivo, pensado em preservar a privacidade dela. Hoje, vejo que isso é um absurdo. Eu deveria ter uma senha do Discord, ter verificado os grupos que ela estava inserida. Isso já ajudaria bastante.
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8. Com base no seu processo de reinvenção como pai, que conselhos você dá para pais e mães de crianças e adolescentes?
Leia o livro, indique o livro para os amigos. Esse conhecimento precisa rodar. As pessoas precisam saber o que pode estar acontecendo na sua própria casa com seus filhos. E falo isso muito tranquilamente, sem nenhum interesse comercial. Estou fazendo 100% do que ganho com a venda do livro para um instituto que dá apoio psicológico a crianças de escolas públicas, que estão passando por questões relacionadas à exposição midiática. Então vamos todos nos envolver nessa corrente e levar esse conhecimento futuro. Como diz Felipe Neto no prefácio: “Vivemos uma epidemia de crimes online”. Temos que nos unir para combater e o conhecimento é uma arma poderosa que precisa ser usada.
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Assessoria de imprensa: Monica Bernardes
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