sexta-feira, outubro 11, 2024

A vovó virou bebê: livro para criança sobre a doença de Alzheimer

“Temas que envolvem a velhice fazem cada vez mais parte do universo da criança. Avós e bisavós, hoje, vivem mais do que no passado. As famílias têm tido seus filhos mais tarde e, portanto, nesses casos específicos, os avôs e as avós também são mais velhos. Tudo isso tem um lado muito bom, que é o prolongamento da convivência entre avós e netos, e um lado mais complicado para a criança, que é o fato de às vezes, muito cedo, ela ter de assimilar questões nada fáceis, como a morte ou a doença grave de alguém muito próximo.” – Renata Paiva, em entrevista à ‘revista Crescer/Globo’.

Seja para conversar sobre os mistérios que envolvem a vida ou a morte, os livros infantis podem ser uma boa forma de começar uma conversa sobre assuntos importantes e complexos com as crianças. Com o Alzheimer, não seria diferente.

Vovó Dorinha anda um tanto diferente. Está um pouco esquecida, troca o nome das pessoas e fala sempre de um tempo que já passou como se fosse hoje. Sofia, sua neta de 7 anos, observa e estranha muito e tenta entender tudo por meio do tratamento que a mãe dela dá a esta nova fase da avó. O que ela irá descobrir é que Vovó Dorinha está com uma doença chamada Alzheimer.

Este é o enredo de A Vovó Virou Bebê, primeira ficção da historiadora e jornalista Renata Paiva e que tem as delicadas e bem-humoradas ilustrações de Ionit Zilberman. É muito difícil acertar na medida quando um livro para crianças pretende ensinar algo a respeito de um tema específico. Mas Renata acerta na dose e pode emocionar tanto crianças como adultos, passando pelo problema ou não. Aqui ela conta como se inspirou na própria história para escrevê-lo, as pesquisas que fez para montar as questões e as dicas que Sofia dá ao leitor no final do livro. E, claro, tudo sobre as emoções que envolvem esta doença e o ato de escrever.

revistaprosaversoearte.com - A vovó virou bebê: livro para criança sobre a doença de AlzheimerA sua ideia era atingir vários leitores (quero dizer, mesmo os que não estão passando pelo problema)? “O mote para a criação da história foi o Alzheimer, uma doença que infelizmente afeta cada vez mais pessoas no mundo. Mas me interessava também abordar a relação entre avós e netos. Pensei em criar uma história que pudesse despertar nas crianças aquilo que elas já têm: os bons sentimentos, a boa vontade em aceitar o desconhecido, a sua capacidade de olhar para um problema e logo procurar uma solução, ainda que de modo ingênuo. E que também pudesse sinalizar para os adultos a possibilidade de se lidar com a dor de uma maneira mais leve, mas não menos intensa. Nesse sentido, a história de Sofia e da avó Dorinha foi um pretexto para falar de sentimentos humanos, sejam infantis ou adultos. Afinal, o amor, a esperança e a desesperança, o medo, a delicadeza, a vontade de ter respeito e ser respeitado, de cuidar e ser cuidado são experiências emocionais, entre tantas outras, que se concretizam independentemente de quanto tempo já se viveu. Costumo dizer que A Vovó Virou Bebê é uma história para ser lida por “crianças” de todas as idades.” – Renata Paiva, em entrevista à ‘revista Crescer/Globo’.

Se você tem alguém próximo que possui Alzheimer, o livro pode ajudar as crianças a elaborar as dúvidas sobre o assunto.

O livro

revistaprosaversoearte.com - A vovó virou bebê: livro para criança sobre a doença de AlzheimerTítulo: A vovó virou bebê
Autora: Renata Paiva
Ilustradora: Ionit Zilberman
Editora: Panda Books
Nº de pág: 56
Sinopse: Sofia é uma menina de sete anos. Ela mora com os pais em uma vila e é praticamente vizinha de sua avó Dorinha, com quem gosta de passar bastante tempo. Mas um dia a vovó Dorinha começa a agir de maneira muito esquisita. Ela abotoa a blusa errado, esquece das coisas que estava fazendo e chega a precisar de uma babá. A vovó Dorinha tem Alzheimer, uma doença de causa e cura desconhecidas.

Como muitos familiares que passam por essa situação, Sofia fica cheia de medos e dúvidas. Mas, com a ajuda da mãe, a menina aprende mais sobre a doença e descobre que os melhores remédios são paciência, amor e carinho.

*com informações da Revista Crescer.


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