Agenda cultural

“Riobaldo” inspirado em “Grande Sertão: Veredas”, reestreia no Teatro Eva Herz

“Grande Sertão: Veredas – Riobaldo” um recorte da obra de João Guimarães Rosa para o teatro e indicado ao Prêmio Shell Rio 2023, em duas categorias: Melhor Dramaturgia e Melhor Ator retorna para a cidade de São Paulo.
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Reestreia no dia 3 de maio no Teatro Eva Herz o espetáculo “Grande Sertão: Veredas – Riobaldo”. A montagem tem recorte e interpretação do ator e estudioso da obra de Guimarães Rosa, Gilson de Barros, sob a direção de Amir Haddad.
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“Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa (1908- 1967), obra-prima do escritor mineiro. O livro já virou filme e série de TV.
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A peça faz um recorte e ilumina a importância dos amores, do ex-jagunço, que dá nome à peça, com três pessoas que determinaram sua trajetória: Diadorim, Nhorinhá e Otacília. Ao rememorar, Riobaldo reflete sobre questões que extrapolam o sertão e caracterizam a própria dialética da travessia do homem humano.
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“Grande Sertão: Veredas – Riobaldo” estreou em março de 2020, no Espaço Cultural Sérgio Porto. Uma semana depois, teve a temporada cancelada em decorrência da pandemia. Manteve sua interlocução com o público por meio de lives entre ator e diretor, e foi pioneira nas apresentações virtuais.
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Voltou ao cartaz em 2021, fazendo temporadas presenciais, primeiro na Casa de Cultura Laura, em Ipanema, depois na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca e no Teatro Gláucio Gil, em Copacabana.
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Em 2022 inicia turnê pelo país. A primeira parada foi São Paulo, numa vitoriosa temporada no Teatro Sérgio Cardoso. Depois, Belo Horizonte, no Palácio das Artes e nas cidades mineiras que integram o Circuito Guimarães Rosa – Cordisburgo, Morro da Garça, Curvelo e Três Marias (Andrequicé). Também percorreu os bairros da cidade de São Paulo, intergrando o Circuito Cultural São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura, e dezoito (18) cidades do interior do estado de São Paulo, no Circuito Cultural SP, da Secretaria Estadual de Cultura. Fechou o ano em Brasília, no SESI DF. Em junho de 2024,o espetáculo irá para Portugual, França e Alemanha.
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Atualmente Gilson de Barros também está em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso com a parte 2 da trilogia Grande Sertão: Veredas: O Diabo na Rua, no Meio do Redemunho, até o dia 28 de maio.

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SINOPSE:
Personagem central do romance Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, o ex-jagunço Riobaldo relembra seus três grandes amores: Diadorim, Nhorinhá e Otacília. O incompreendido amor por Diadorim, o amigo que lhe apresentou a vida de jagunço e lhe abriu as portas do conhecimento da natureza e do humano, levando-o ao pacto fáustico; o amor carnal e sem julgamentos pela prostituta Nhorinhá; e o amor purificador por Otacília, a esposa, que o resgatou do pacto fáustico e o converteu num ‘homem de bem’.

 

Guimarães Rosa pelo olhar de Amir Haddad e Gilson de Barros:
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Amir Haddad – @amirhaddadreal
Li as duas primeiras páginas do ‘Grande Sertão’ várias vezes até perceber que aquela ‘língua’ tinha tudo a ver comigo. O resto da narrativa devorei em segundos, segundo minhas sensações. Aprendi a ler, aprendi a língua, lendo este romance portentoso no original. Entendi! Não era uma tradução, era um livro brasileiro, escrito na ‘língua’ brasileira.
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Até hoje me orgulho de ser conterrâneo e contemporâneo de Guimarães Rosa. E tenho certeza de que qualquer leitor estrangeiro que ler o livro traduzido jamais lerá o que eu li. Assim como jamais saberei o que lê um inglês quando lê Shakespeare. Os realmente grandes são intraduzíveis.
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Gilson de Barros – @gilsondebarrosator
Há alguns anos venho estudando a obra de Guimarães Rosa, com ênfase no livro Grande Sertão: Veredas. Interpretar Riobaldo tem sido meu trabalho e minha dedicação. A cada releitura do livro, cada temporada da peça, a cada curso que participo, vou aumentando a compreensão da obra.
O objetivo é traduzir a prosa Roseana para a linguagem do teatro. Pretensioso, eu sei. Mas, não imagino outra forma de enfrentar essa obra-prima, repleta de brasilidade. Por fim, registro a honra de estar no palco com o suporte de João Guimarães Rosa, Amir Haddad, Aurélio de Simoni e todos os colegas envolvidos nessa montagem. Evoé!

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FICHA TÉCNICA:
A partir do livro Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa
Recorte e atuação: Gilson de Barros
Direção: Amir Haddad
Cenário e figurinos: Karlla de Luca
Iluminação: Aurélio de Simoni
Programação visual: Guilherme Rocha e Mikey Vieira
Fotos e vídeos: Renato Mangolin
Operador de luz: Jackson Oliveira
Produção local e assessoria de imprensa: Fabio Camara
Realização: Barros Produções Artísticas Ltda.
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SERVIÇO TEATRO EVA HERZ – RIOBALDO:
LOCAL: Teatro Eva Herz, Avenida Paulista, 2073 – (Conjunto Nacional – 2º Piso) – Bela Vista – São Paulo/SP. 168 lugares.
DATA: 3/5 até 22/6 (Quarta e Quinta 20h). No dia 08/06 a apresentação será 18h.
INGRESSOS: R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia)
INFORMAÇÕES: 11 3070 4059
VENDAS PELA INTERNET: SYMPLA. Clique aqui.
DURAÇÃO: 70 minutos
CLASSIFICAÇÃO: 16 anos
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SERVIÇO TEATRO SÉRGIO CARDOSO – O DIABO NA RUA, NO MEIO DO REDEMUNHO:
LOCAL: Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno, rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista. São Paulo (SP). 149 lugares (143 lugares e 6 espaços de cadeirantes)
DATA: 28/4 até 28/5 (Sexta, sábado e domingo 19h).
INGRESSOS: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)
INFORMAÇÕES: 11 3288 0136
VENDAS PELA INTERNET: SYMPLA. Clique aqui.
DURAÇÃO: 70 minutos
CLASSIFICAÇÃO: 16 anos

BREVE BIOGRADIA DE AMIR E GILSON
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Amir Haddad (diretor)

Amir Haddad – foto: ©Leo Martins/Agência O Globo

Com José Celso Martinez Corrêa e Renato Borghi, criou em 1958 o Teatro Oficina, ainda em atividade com o nome de Uzyna Uzona. Nesse grupo, Amir dirigiu Cândida, de George Bernard Shaw; atuou em A Ponte, de Carlos QueirozTelles, e em Vento Forte para Papagaio Subir (1958), de José Celso Martinez Corrêa. Em 1959, dirigiu A Incubadeira e ganhou o prêmio de melhor direção.
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Deixou o Oficina em 1960. Em 1965, mudou-se para o Rio de Janeiro para assumir a direção do Teatro da Universidade Católica do Rio. Fundou, em 1980, os grupos A Comunidade (vencedor do Prêmio Molière pelo espetáculo A Construção) e o grupo Tá na Rua. Paralelamente, Amir também realizou projetos como O Mercador de Veneza, de Shakespeare (com Maria Padilha e Pedro Paulo Rangel), e shows de Ney Matogrosso e Beto Guedes.
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Ainda hoje, com o microfone na mão, Amir coordena sua trupe de atores pelas ruas e praças o Grupo Tá Na Rua. Tem dirigido e/ou supervisionado peças com grandes nomes da cena, como Clarice Niskier, Andrea Beltrão, Pedro Cardoso, Maitê Proença, entre outros.
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Gilson de Barros (ator e dramaturgo)

Cenas da apresentação de “Riobaldo” – foto: ©Ronaldo Alves

Indicado ao Prêmio Shell 2023, em duas categorias: Melhor dramaturgia e Melhor ator.
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Operário do teatro. Ator, gestor e dramaturgo. Estudou na UNIRIO, Bacharelado em Artes Cênicas. Trabalhou com diretores expoentes, como Augusto Boal, Luiz Mendonça, Mário de Oliveira,Domingos Oliveira e o próprioAmir Haddad com o qual estabeleceu parceria artística em Riobaldo.
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Participou como ator de mais de 25 peças. Algumas: Bolo de Carne, de Pedro Emanuele direção de Yuri Cruschevsk; Murro em Ponta de Faca, texto e direção de Augusto Boal; Ópera Turandot, com direção de Amir Haddad; Os Melhores Anos de Nossas Vidas, texto e direção de Domingos de Oliveira; Da Lapinha ao Pastoril, texto e direção de Luís Mendonça; A Tempestade, de Shakspeare, direção de Paulo Reis e O Boca do Inferno, texto de Adailton Medeiros e direçãode Licurgo. Ganhou ainda o prêmio de Melhor Ator no Festival Inter-regional de Teatro do Rio – 1982 e prêmio de Melhor Ator do Festival de Teatro – SATED/RJ – 1980.

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Trecho da crítica de Furio Lonza
“…Riobaldo é teatro na veia, um Guimarães pocket, algo de novo na dramaturgia nacional; sem adereços, sem cenografia e sem figurinos, mas com uma luz abrasivapilotada pelo experiente Aurélio de Simoni. Em cena, Gilson de Barros administra o tempo e o espaço como se fosse um demiurgo regendo o sol do sertão, uma espéciede deus onisciente que acompanha com ternura passo a passo as andançasde suas criaturas lá embaixo, nas veredas de um mundo lancinante e despreparado para conceber uma lógica formal do cotidiano…”
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Imagem (capa da matéria): Cenas da apresentação de “Riobaldo” no Museu Casa Guimarães Rosa, em Cordisburgo, realizada durante o Carnaval – foto: ©Ronaldo Alves.

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