Um dos maiores sábios da Índia dos últimos séculos, Rabindranath TAGORE (1861-1941), ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1913.

POEMAS DE RABINDRANATH TAGORE

De “Gitanjali (Oferenda lírica)”

Gitanjali, 19
Se não falas, vou encher o meu coração
Com o teu silêncio, e agüentá-lo.
Ficarei quieto, esperando, como a noite
Em sua vigília estrelada,
Com a cabeça pacientemente inclinada.

A manhã certamente virá,
A escuridão se dissipará, e a tua voz
Se derramará em torrentes douradas por todo o céu.

Então as tuas palavras voarão
Em canções de cada ninho dos meus pássaros,
E as tuas melodias brotarão
Em flores por todos os recantos da minha floresta.
– Rabindranath Tagore, no livro “Gitanjali (Oferenda lírica)”. [tradução Ivo Storniolo]. São Paulo: Edições Paulinas, 1991, p. 19.

§

De “O jardineiro (Mali)”

XX – O Jardineiro
Dia após dia, ele chega e parte.
Vai, meu amigo, e dá-lhe esta flor dos meus cabelos!
Se ele perguntar quem a mandou — suplico-te — nada lhe digas: porque é apenas para partir que ele chega.

Ele está sentado sob a árvore e sobre a poeira.
Faze-lhe um leito de flores e folhas, meu amigo!
Os seus olhos são tristes e o seu olhar me fere o coração.
Ele não diz o que pensa: ele apenas chega e parte.
– Rabindranath Tagore, no livro “O jardineiro (Mali)”. [tradução de Guilherme de Almeida; capa de Santa Rosa]. Coleção Rubaiyat, nº 5. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1939.

De “Puravi”

ÚLTIMA PRIMAVERA
ANTES que o dia termine,
consente-me este desejo:
vamos colher
flores da primavera
pela última vez.
Das muitas primaveras
que ainda visitarão
tua morada,
concede-me uma,
– implorei.

Todo este tempo,
não prestei atenção
às horas,
perdidas e gastas à toa.

Num lampejo
de um crepúsculo,
li nos teus olhos agora
que meu tempo está próximo
e devo partir.

Assim, ávido, ansioso,
conto um por um
– como o avarento o seu ouro –
os últimos, poucos dias de primavera
que ainda me restam.

Não tenhas medo
Não me demorarei muito
no teu jardim florido,
quando tiver de partir,
no fim do dia.

Não procurarei lágrimas
nos teus olhos
para banhar minhas lembranças
no orvalho da piedade.

Ah, escuta-me,
não te vás.
O sol ainda não se esconde.
Podemos permitir que o tempo
se prolongue.
Não tenhas medo.

Deixa que o sol da tarde
olhe por entre a folhagem
e se detenha um momento
brilhando no negro rio
do teu cabelo.

Faze o tímido esquilo,
perto do lago,
fugir de repente
ao estrépito de teu riso
que irrompe
com descuidosa alegria.

Não procurarei
retardar teus rápidos passos,
sussurrando esquecidas lembranças
aos teus ouvidos.

Segue teu caminho depois,
se teu dever é seguir, se tens de seguir
calcando folhas caídas
com teu andar apressado,
enquanto as aves que voltam
povoam o fim do dia
com o clamor dê seus gritos.

Na escuridão crescente,
tua distante figura
irá fugindo e apagando-se
como as últimas frágeis notas
do cântico da tarde.

Na noite escura,
senta-te à tua janela,
que eu passarei pela estrada,
seguindo o meu trajeto,
deixando tudo para trás.

Se te aprouver,
atira-me
as flores que te dei
pela manhã,
murchas agora ao fim do dia.

Isso vai ser
o último e supremo presente:
tua homenagem
de despedida.
– Rabindranath Tagore , poemas de “Puravi”. [tradução Cecília Meireles]. em “Colheita de frutos. O jardineiro. Pássaros perdidos. A lua crescente. 7 poemas de Puravi. Minha bela vizinha. Conto. Mashi. O carteiro do rei. A fugitiva. Rabindranath Tagore”. [tradução de Abgar Renault, Cecília Meireles e Guilherme de Almeida]. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura-Serviço de Documentação-Departamento da Imprensa Nacional, 1962.

TROCA
ELA me trouxe flores de alegria
eu tinha comigo
os frutos da minha tristeza.

Quem sairá perdendo,
perguntei-lhe,
se trocarmos?

Encantada e risonha,
ela disse:
“Então troquemos:
minha grinalda é tua
e aceitarei
teus frutos de sofrimento”.

Olhei para o seu rosto
vi que era de uma beleza
implacável.

Bateu palmas, alegre,
e apanhou
minha cesta de frutos
enquanto eu suspendia sobre o coração
sua grinalda de flores.

Ganhei,
disse ela sorrindo
e retirando-se
logo.

O sol subiu
para o alto do céu
e fazia muito calor.

No fim do dia
sufocante
todas as flores murcharam
e perderam as pétalas.
– Rabindranath Tagore , poemas de “Puravi”. [tradução Cecília Meireles]. em “Colheita de frutos. O jardineiro. Pássaros perdidos. A lua crescente. 7 poemas de Puravi. Minha bela vizinha. Conto. Mashi. O carteiro do rei. A fugitiva. Rabindranath Tagore”. [tradução de Abgar Renault, Cecília Meireles e Guilherme de Almeida]. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura-Serviço de Documentação-Departamento da Imprensa Nacional, 1962.

De “A lua crescente”

A DÁDIVA
DESEJO dar-te alguma coisa, meu filho, porque vamos arrastados na torrente do mundo.
As nossas vidas serão levadas para lugares diversos, e o nosso amor será esquecido.
Mas não sou tão tola que espere poder comprar o teu coração com as minhas dádivas.
A tua vida é jovem, longo o teu caminho, e bebes de um trago o amor que te trazemos, e viras-te, e foges de nós.
Tens os teus brinquedos e tens companheiros com quem brincar.
Que mal há em que não tenhas tempo nem qualquer pensamento para nós?
Na verdade, temos na velhice lazer de sobra para contar os dias que se foram e acariciar no coração o que nossas mãos perderam para sempre.
O rio corre veloz a cantar, rompendo todas as barreiras. A montanha, porém, fica e recorda, e acompanha-o com o seu amor…
– Rabindranath Tagore, de “A lua crescente”. [tradução Abgar Renault]. em “Colheita de frutos. O jardineiro. Pássaros perdidos. A lua crescente. 7 poemas de Puravi. Minha bela vizinha. Conto. Mashi. O carteiro do rei. A fugitiva. Rabindranath Tagore”. [tradução de Abgar Renault, Cecília Meireles e Guilherme de Almeida]. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura-Serviço de Documentação-Departamento da Imprensa Nacional, 1962.

§

A FIGUEIRA
Ó figueira de fronde áspera da margem do lago; já esqueceste a criancinha, como os pássaros que fizeram ninho nos teus ramos e te abandonaram?

Não te lembras como sentava à janela e ficava admirada das tuas raízes emaranhadas, que mergulhavam debaixo da terra?

As mulheres costumavam vir encher os seus jarros na lagoa e a tua enorme sombra negra movia-se na água como o sono que luta por acordar.

A luz do sol dançava nas ondulações da água como pequenas lançadeiras inquietas tecendo uma tapeçaria de ouro.

Dois patos nadavam sobre suas próprias sombras junto à margem coberta de ervas daninhas, e a criança ficava sentada, silenciosa e pensativa.

Ela queria ser o vento e assoprar entre os ramos sussurrantes; ser a tua sombra e alongar-se com a luz do dia sobre a água; ser um pássaro. e pousar no teu ramo mais tenro e mais alto, e flutuar como aqueles patos entre as ervas daninhas e as sombras.
– Rabindranath Tagore, de “A lua crescente”. [tradução Abgar Renault]. em “Colheita de frutos. O jardineiro. Pássaros perdidos. A lua crescente. 7 poemas de Puravi. Minha bela vizinha. Conto. Mashi. O carteiro do rei. A fugitiva. Rabindranath Tagore”. [tradução de Abgar Renault, Cecília Meireles e Guilherme de Almeida]. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura-Serviço de Documentação-Departamento da Imprensa Nacional, 1962.

§

A MINHA CANÇÃO
ESTA minha canção enleará sua música em torno de ti, meu filhinho, como os braços apaixonados do amor.
Esta minha canção tocar-te-á a fronte como um beijo de bênção.
Quando estiveres sozinho, ela se assentará ao teu lado e segredará ao teu ouvido; quando estiveres no meio da multidão, criará uma barreira de distância em torno de ti.
A minha canção será como um par de asas para os teus sonhos.
Transportará teu coração às bordas do desconhecido.
Será como a estrela fiel lá em cima, quando a noite escura tombar sobre a tua estrada.
A minha canção pousará nas pupilas de teus olhos e levará a tua vista até o coração das coisas.
E quando a minha voz emudecer na morte, a minha canção falará no teu coração vivo.
– Rabindranath Tagore, de “A lua crescente”. [tradução Abgar Renault]. em “Colheita de frutos. O jardineiro. Pássaros perdidos. A lua crescente. 7 poemas de Puravi. Minha bela vizinha. Conto. Mashi. O carteiro do rei. A fugitiva. Rabindranath Tagore”. [tradução de Abgar Renault, Cecília Meireles e Guilherme de Almeida]. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura-Serviço de Documentação-Departamento da Imprensa Nacional, 1962.

§

NA PRAIA
As crianças se encontram nas praias dos mundos sem fim.

O céu infinito está imóvel lá em cima e a água inquieta está revolta. Na praia dos mundos sem fim as crianças se encontram entre gritos e danças.

Constroem as suas casas de areia e brincam com suas conchas vazias. Tecem de folhas secas os seus botes e, sorrindo, os largam a flutuar no vasto mar. As crianças se divertem na praia dos mundos.

Não sabem nadar, não sabem lançar redes. Os pescadores de pérolas mergulham em busca de pérolas, os mercadores navegam em seus navios, enquanto as crianças ajuntam seixos e os espalham de novo. Não procuram tesouros escondidos, nem sabem lançar redes.

O mar encapela-se entre risos, e, pálido, fulgura o sorriso da praia do mar… As ondas que trazem a morte cantam para as crianças baladas sem sentido, tal a mãe que embala o berço de seu filho. O mar brinca com as crianças, e, pálido, fulgura o sorriso da praia do
mar…

As crianças se encontram na praia dos mundos sem fim. A tempestade vagueia pelo céu sem caminhos; soçobram navios nos ínvios mares; a morte anda às soltas, e as crianças brincam. Na praia dos mundos sem fim é que se dá o grande encontro das crianças.
– Rabindranath Tagore, de “A lua crescente”. [tradução Abgar Renault]. em “Colheita de frutos. O jardineiro. Pássaros perdidos. A lua crescente. 7 poemas de Puravi. Minha bela vizinha. Conto. Mashi. O carteiro do rei. A fugitiva. Rabindranath Tagore”. [tradução de Abgar Renault, Cecília Meireles e Guilherme de Almeida]. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura-Serviço de Documentação-Departamento da Imprensa Nacional, 1962.

De “O Coração de Deus: poemas místicos”

LIBERTAÇÃO
Para mim, libertação não está na renúncia. Sinto o abraço da liberdade em milhares de enlaces do deleite.

Você sempre me serve a dose fresca do Teu vinho encorpado e aromático, enchendo esta taça terrena até a borda.

Com Sua chama, meu mundo acenderá centenas de velas diferentes e as depositará no altar de Seu templo.

Não, jamais fecharei as portas dos meus sentidos – os deleites da visão, do tato e da audição revelarão Seu deleite.

Sim, minhas ilusões arderão no regozijo iluminado e a maturidade de meus desejos dará os frutos do amor.
– Rabindranath Tagore, do livro “O Coração de Deus: poemas místicos de Tagore Rabindranath”. [escolhidos e editados por Herbert F. Vetter; tradução de Alberto Pucheu]. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 2004, p. 30.

§

De “O coração da Primavera”

AS COISAS TRANSITÓRIAS
Irmão,
nada é eterno, nada sobrevive.
Recorda isto, e alegra-te.

A nossa vida
não é só a carga dos anos.
A nossa vereda
não é só o caminho interminável.
Nenhum poeta tem o dever
de cantar a antiga canção.
A flor murcha e morre;
mas aquele que a leva
não deve chorá-la sempre…
Irmão, recorda isto, e alegra-te.

Chegará um silêncio absoluto,
e, então, a música será perfeita.
A vida inclinar-se-á ao poente
para afogar-se em sombras doiradas.
O amor há-de ser chamado do seu jogo
para beber o sofrimento
e subir ao céu das lágrimas …
Irmão, recorda isto, e alegra-te.

Apanhemos, no ar, as nossas flores,
não no-las arrebate o vento que passa.
Arde-nos o sangue e brilham nossos olhos
roubando beijos que murchariam
se os esquecêssemos.

É ânsia a nossa vida
e força o nosso desejo,
porque o tempo toca a finados.
Irmão, recorda isto, e alegra-te.

Não podemos, num momento, abraçar as coisas,
parti-las e atirá-las ao chão.
Passam rápidas as horas,
com os sonhos debaixo do manto.
A vida, infindável para o trabalho
e para o fastio,
dá-nos apenas um dia para o amor.
Irmão, recorda isto, e alegra-te.

Sabe-nos bem a beleza
porque a sua dança volúvel
é o ritmo das nossas vidas.
Gostamos da sabedoria
porque não temos sempre de a acabar.
No eterno tudo está feito e concluído,
mas as flores da ilusão terrena
são eternamente frescas,
por causa da morte.
Irmão, recorda isto, e alegra-te.
– Rabindranath Tagore, no livro “O coração da Primavera”. [textos escolhidos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões]. Coleção Deus escondido, 4. Braga: Editorial A. O., 1981.

§

DESEJO INDOMÁVEL
Como corre a gazela
pela sombra dos bosques,
enlouquecida pelo próprio perfume,
assim corro eu, enlouquecido,
nesta noite do coração de maio
aquecida pela brisa do Sul.

Perdi o caminho
e erro ao acaso.
Quero o que não tenho,
e tenho o que não quero.

A imagem do meu próprio desejo
sai do meu coração
e, dançando diante de mim,
cintila uma e outra vez,
subitamente.

Quero agarrá-la, mas escapa-se.
E, já longe, chama-me outra vez
do atalho …
Quero o que não tenho
e tenho o que não quero.
– Rabindranath Tagore, no livro “O coração da Primavera”. [textos escolhidos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões]. Coleção Deus escondido, 4. Braga: Editorial A. O., 1981.

De “Poesias” (seletas)

FLOR-DE-LÓTUS
No dia em que a flor de lótus desabrochou
A minha mente vagava, e eu não a percebi.
Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida.
Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim.
Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro
De um perfume no vento sul.
Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade.
Pareceu-me ser o sopro ardente no verão, procurando completar-se.
Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim
Que ela era minha, e que essa perfeita doçura
Tinha desabrochado no fundo do meu coração.
– Rabindranath Tagore, em “Poesia”.. [selecção e tradução de José Agostinho Baptista]. Coleção Documenta poética. Lisboa: Assírio e Alvim, 2004.

§

Prenda
Ó meu amor, que prenda
Devo dar-te quando amanhecer?
Uma canção da manhã?
Mas a manhã não dura sempre –
O calor do sol
Murcha como uma flor
E as canções que cansam
Estão feitas.

Ó amigo, quando chegaste ao meu portão
Ao crepúsculo
Que perguntaste?
Que hei-de trazer-te?
Uma luz?
Um candedeeiro de um canto secreto da minha casa silenciosa?
Mas quererás levá-lo contigo
Pela estrada povoada?
Ah,
O vento há-de apagá-lo.

Sejam quais forem as prendas que te possa dar,
Que sejam flores,
Que sejam pérolas para o teu pescoço,
E como te podem agradar
Se com o tempo hão-de murchar,
Desfazer-se, perder o brilho?
Tudo o que as minhas mãos pudessem colocar nas tuas
Deslizará entre os dedos
E cairá esquecido no pó
Para em pó se tornar.

É melhor,
Quando estiveres ociosa,
Que deambules pelo meu jardim na primavera
E deixes um aroma de flor desconhecido e oculto sobressaltar-te com súbito encanto –
Deixar esse momento deslocado
Ser a minha prenda.
Ou se, quando perscrutares a sombria avenida por onde caminhas,
De repente, enfeitiçada
Pelas espessas tranças do anoitecer
Um simples e trémulo reflexo da luz do poente te detiver,
Transforma os teus sonhos em ouro,
E deixa que a luz seja uma inocente
Prenda.

O mais autêntico tesouro desaparece;
Brilha um instante, e depois vai-se.
Não diz o seu nome; a sua melodia
Barra-nos o caminho, a sua dança desaparece
Com o estremecimneto de um tornozelo.
Não conheço outra maneira –
Nenhuma mão, nenhuma palavra o pode alcançar.
Amiga, leves o que levares,
Sozinha,
Sem perguntar, sem saber, deixa que
Seja tua.
Qualquer coisa que eu te possa dar é insignificante –
Seja uma flor, seja uma canção.
– Rabindranath Tagore, em “Poesia”. [selecção e tradução de José Agostinho Baptista]. Coleção Documenta poética. Lisboa: Assírio e Alvim, 2004.

§

Julgamento
Não julgues…
Habitas num recanto mínimo desta terra.
Os teus olhos chegam
Até onde alcançam muito pouco…
Ao pouco que ouves
Acrescentas a tua própria voz.
Mantém o bem e o mal, o branco e o negro,
Cuidadosamente separados.
Em vão traças uma linha
Para estabelecer um limite.

Se houver uma melodia escondida no teu interior,
Desperta-a quando percorreres o caminho.
Na canção não há argumento,
Nem o apelo do trabalho…
A quem lhe agradar responderá,
A quem lhe agradar não ficará impassível.
Que importa que uns homens sejam bons
E outros não o sejam?
São viajantes do mesmo caminho.
Não julgues,
Ah, o tempo voa
E toda a discussão é inútil.

Olha, as flores florescem à beira do bosque,
Trazendo uma mensagem do céu,
Porque é um amigo da terra;
Com as chuvas de Julho
A erva inunda a terra de verde,
E enche a sua taça até à borda.
Esquecendo a identidade,
Enche o teu coração de simples alegria.
Viajante,
Disperso ao longo do caminho,
O tesouro amontoa-se à medida que caminhas.
– Rabindranath Tagore, em “Poesia”. [selecção e tradução de José Agostinho Baptista]. Coleção Documenta poética. Lisboa: Assírio e Alvim, 2004.

§

Onde a mente é livre de medo
Onde a mente é livre de medo e a cabeça se mantém erguida
Onde o conhecimento é livre
Onde o mundo não foi retalhado em fragmentos
por estreitas paredes domésticas
Onde as palavras emergem das profundezas da verdade
Onde o esforço incansável estende os braços em direção à perfeição
Onde o claro rio da razão não perdeu o rumo
nas tristes areias desertas dos hábitos estagnados;
Onde a mente é impelida por ti
rumo ao pensamento e à ação cada vez mais amplos
Nesse paraíso de liberdade. Pai, permita que meu país desperte.
– Rabindranath Tagore [tradução Cláudia Santana Martins]. em “100 Grandes poemas da Índia”. Cadernos de Literatura em tradução (USP), vol. 19, 2018.

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Rabindranath Tagore – foto datada de 1921
NOTA BIOGRAFICA RABINDRANATH TAGORE

PRÊMIO NOBEL DA LITERATURA 1913
Compositor, pintor e escritor de expressão bengali e inglesa, nascido em 1861 e falecido em 1941, o indiano Rabindranath Tagore foi galardoado com o Prêmio Nobel da Literatura em 1913. Enquanto escritor introduziu novas formas de prosa e de verso na literatura bengali. Simultaneamente foi um mestre espiritual, um reformador social e um importante polemista, tentando promover um ideal de cultura e tolerância baseado na tradição hindu. Defendendo que a educação era a base de toda a sociedade, em 1901 fundou uma escola experimental em Shantiniketan que se transformaria, anos mais tarde, numa universidade onde se conjugava a tradição hindu com a ocidental.
Durante toda a sua vida lutou por um projeto de cooperação internacional, realizando várias conferências por diversos países. O conjunto da sua obra é bastante variado: composições líricas Manasi (1890), Sonar Tari (1894), Chitra (1892), Gitanjli (1910), romances Gora (1910), Ghare-Baire (1916) Yogayog (1929), contos, ensaios, obras dramáticas Raja (1910), Dakghar (1912) e autobiografias. Tagore foi sobretudo um poeta em cujas composições de expressão mística e patriótica, como em Gitanjali, se destacam as imagens simbólicas e um tom poético refinado e lírico.
Além do prêmio Nobel da Literatura, foi-lhe atribuído o título de cavaleiro do Império Britânico (1915), o qual renunciou como forma de protesto contra a repressão britânica na Índia.
*Fonte: Rabindranath Tagore. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.

“A espiritualidade de Tagore, homem e poeta atraído por toda forma e valor não material, é um argumento muito vasto e complexo para poder ser enfrentado num estudo rápido […] Minha vida religiosa seguiu a mesma linha misteriosa de crescimento da minha vida poética, por caminhos não sinalizados. São como marido e mulher e, se bem que tivéssemos tido um longo período de noivado, eu não me apercebi. Por muito tempo não compreendi”
– Pe. Marino Rigon, na ‘apresentação’ do livro “O cristo”. Rabindranath Tagore. [tradução do italiano por Jairo Veloso Vargas]. São Paulo: Edições Paulinas, 1997, p. 5 e 8.

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Rabindranath Tagore – obras publicadas em português
OBRAS EM PORTUGUÊS DE RABINDRANATH TAGORE (*)

Tagore no Brasil
:: A casa e o mundo (The home and the world). Rabindranath Tagore. [tradução Raul Xavier]. Rio de Janeiro: Livros do Mundo Inteiro, 1972.
:: A colheita (Fruit gathering). Rabindranath Tagore. [tradução Ivo Storniolo]. São Paulo: Edições Paulinas, 1991.
:: A lua crescente (The crescent moon). Rabindranath Tagore. [tradução do inglês por Plácido Barbosa]. Rio de Janeiro: Typografia Besnard, 1915; 2ª ed., Rio de Janeiro:, A. J. de Castilho, 1917.
:: A lua crescente (The crescent moon). Rabindranath Tagore. [tradução de Abgar Renault; Capa de Santa Rosa]. Série de poemas orientais. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1942.
:: A fugitiva (The fugitive). Rabindranath Tagore. [tradução Ivo Storniolo]. São Paulo: Edições Paulinas, 1991.
:: A lua crescente (The crescent moon). Rabindranath Tagore. [tradução Ivo Storniolo]. São Paulo: Paulus Editora, 1991.
:: A morada da paz (La demeure de la paix). Rabindranath Tagore. [tradução da edição da francesa por Ivo Storniolo]. Campinas/SP: Verus Editora, 2010.
:: A noite de núpcias. Rabindranath Tagore. [tradução Aloísio Costa]. Brasília: Coordenada-Editôra de Brasília, 1968.
:: A religião do homem (The religion of man). Rabindranath Tagore. [tradução Luiz N. Greco]. São Paulo: Editora Moderna, 1935.
:: A religião do homem (The religion of man). Rabindranath Tagore. [tradução Prof. Hermógenes]. Rio de Janeiro: Editora Record, 1981.
:: Çaturanga (Choturongo). Rabindranath Tagore. [tradução Cecília Meireles; ilustrações Ambrogiani]. Rio de Janeiro: Editora Delta, 1962; 2ª ed., Coleção Biblioteca dos Prêmio Nobel de Literatura, 14. Rio de Janeiro: Opera Mundi, 1973.
:: Citra: a descoberta do Deus da vida. Rabindranath Tagore. [tradução do italiano por Jairo Veloso Vargas]. São Paulo: Edições Paulinas, 1997.
:: Colheita de frutos. O jardineiro. Pássaros perdidos. A lua crescente. 7 poemas de Puravi. Minha bela vizinha. Conto. Mashi. O carteiro do rei. A fugitiva. Rabindranath Tagore. [tradução de Abgar Renault, Cecília Meireles e Guilherme de Almeida]. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura-Serviço de Documentação-Departamento da Imprensa Nacional, 1962.
:: Colheita de frutos (Fruit gathering). Rabindranath Tagore. [tradução Abgar Renault]. Coleção Rubaiyat, nº 17. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1945; 2ª ed., 1952.
:: Dois amores e um rio: O naufrágio (Noukadubi). Rabindranath Tagore. [tradução Gasparino Damata]. Rio de Janeiro: Livros do Mundo Inteiro, 1972.
:: Excerptas de suas obras (A lua crescente, Colheita de frutos, Gitânjali, O jardineiro, Puravi). Rabindranath Tagore. [tradução Abgar Renault, Guilherme de Almeida e Cecília Meireles]. Rio de Janeiro: Embaixada da Índia; 1963.
:: Gitânjali. Rabindranath Tagore. [tradução Guilherme de Almeida; capa Santa Rosa]. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1932; Rio de Janeiro: José Olympio, 1939.
:: O Gitanjali. Rabindranath Tagore. [tradução de Guilherme de Almeida; Capa de Santa Rosa]. Coleção Rubaiyat, nº 4. 2ª ed., Rio de Janeiro: José Olympio, 1939.
:: Gitanjali (A offerta lyrica). Rabindranath Tagore. {uma coleção de prosa}.. [vertida pelo autor do original bangla para o inglês, com introdução W. B. Yeats / e  tradução do inglês-português por Bráulio Prego]. São Paulo: Editora O pensamento, 1914; 2ª ed., (revisada e cuidadosamente melhorada), 1929.
:: Gitanjali. Oferenda lírica. Rabindranath Tagore. [tradução Gasparino Damata]. Brasília: Coordenada-Editôra de Brasília, 1969.
:: Gitanjali (Oferenda lírica). Rabindranath Tagore. [tradução Ivo Storniolo]. São Paulo: Edições Paulinas, 1991.
:: Mashi. Rabindranath Tagore. [tradução Cecília Meireles]. Rio de Janeiro: A Noite, 1961.
:: O carteiro do rei (Dakghor). Rabindranath Tagore. [tradução Cecília Meireles]. Rio de Janeiro: Inédito, 1949.
:: Meditações. Rabindranath Tagore. [tradução da edição castelhana por Ivo Storniolo]. São Paulo: Editora Ideias & Letras, 2007.
:: Meditando com Rabindranath Tagore: roteiro para um mês. [tradução Antônio Lúcio da Silva Lima]. São Paulo: Paulus Editora, 2004.
:: Memórias (Reminiscences /Jibonsmriti). Rabindranath Tagore. [tradução Guinara Lobato de Morais Pereira]. Coleção Rubaiyat, nº 16. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1946.
:: Noibeddo-oferta. Rabindranath Tagore. [tradução do do italiano por Jairo Veloso Vargas]. São Paulo: Edições Paulinas, 1996.
:: Obras selecionadas: O jardineiro. Lua crescente. Gitanjali. O cisne. Rabindranath Tagore. [tradução Raul Xavier]. Rio de Janeiro: Livros do Mundo Inteiro, 1972.
:: O casamento e outros contos. Rabindranath Tagore. [tradução Leonardo Fróes]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992.
:: O coração de Deus: poemas místicos de Rabindranath Tagore (The heart of God).. [escolhidos e editados por Herbert F. Vetter; tradução Alberto Pucheu]. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 2004.
:: O cristo. Rabindranath Tagore. [tradução do italiano por Jairo Veloso Vargas]. Coleção Sabedoria. São Paulo: Edições Paulinas, 1997.
:: O jardineiro (Mali). Rabindranath Tagore. [tradução do inglês por Francisca de Bastos Cordeiro]. Rio de Janeiro: Vida doméstica, 1927.
:: O jardineiro (Mali). Rabindranath Tagore. [tradução Guilherme Almeida; capa  Santa Rosa]. Coleção Rubaiyat, nº 5. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1939.
:: O jardineiro (Mali). Rabindranath Tagore. [tradução Ivo Storniolo]. São Paulo: Paulus Editora, 1991.
:: O jardineiro de amor. (The gardener). Rabindranath Tagore. [tradução Lígia Souza Leão de Ayarza]. Brasília: Coordenada-Editora de Brasília, 1973.
:: O príncipe e outras fabulas modernas (The prince and other modern fables). Rabindranath Tagore. [tradução Carolina Caires Coelho]. São Paulo: Escrituras Editora, 2013.
:: O príncipe e outras fábulas modernas. Rabindranath Tagore. [tradução Vilma Maria da Silva]. São Paulo:  Martin Claret, 2013.
:: O significado da vida (The meaning of the life). Rabindranath Tagore. [tradução Vilma Capuano?]. Brasília: Thesaurus Editora, 1985.
:: Pássaros perdidos (Stray birds). Rabindranath Tagore. [tradução Abgar Renault]. Coleção Rubáiyat, nº 20. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1946.
:: Pássaros perdidos (Stray birds). Rabindranath Tagore. [tradução Ivo Storniolo]. São Paulo: Edições Paulinas, 1991.
:: Poemas escolhidos e adaptados. Rabindranath Tagore. {O Jardineiro. Oferta lírica. Quarto crescente. Corbelha/ e outros Poemas}.. [tradução e adaptação Eduardo Guimaraens; Capa Ernest Zeuner]. Porto Alegre: Livraria do Globo-Barcellos Bertaso & Cia, 1925.
:: Poesia mística (Lírica breve). Rabindranath Tagore. [tradução Ivo Storniolo]. São Paulo: Paulus Editora, 2003.
:: Presente de amante e travessia. Rabindranath Tagore. [tradução Ivo Storniolo]. São Paulo: Edições Paulinas, 1991.
:: Sadhana: a compreensão da vida. Rabindranath Tagore. [tradução Leonardo Brockmann; capa Gean Paulo Naue]. Rio de Janeiro: Casa das Letras Editora, 1915.
:: Sadhana: o caminho da realização. Rabindranath Tagore. (conferências).. [tradução Ivo Storniolo]. São Paulo: Paulus Editora, 1994.
:: Uma canção para meu filho (A song for my sun). Rabindranath Tagore. [tradução Regina Maria Fonseca Ferreira]. São Paulo: Vergara & Riba Editora, 2004.

Em antologias
:: As mais belas histórias (leitura intermediária: terceiro e quarto livro).. [organização e seleção de Lúcia Monteiro Casasanta]. Coleção Didática. Belo Horizonte: Editora do Brasil, 1969. [Rabindranath Tagore em tradução de Abgar Renaul].
:: Maravilhas do conto universal. [introdução, seleção e notas de Edgard Cavalheiro; organização de Diaulas Riedel]. “A história de Raicharan”, de Rabindranath Tagore, em tradução de Dulce Ortiz Patto. São Paulo: Cultrix, 1957.
:: Tradução e versão. [introdução e tradução Abgar Renault]. Rio de Janeiro: Record, 1994.
:: Babel de poemas: uma antologia multilíngue. [tradução Carlos Freire]. Edição bilíngue. Porto Alegre: L&PM, 2004.

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Tagore em Portugal
:: A asa e a luz: aforismos – poemas breves. Rabindranath Tagore. [tradução de Joaquim M. Palma]. Coleção Documenta poética, 153. Porto: Assírio & Alvim, 2016.
:: A casa e o mundo. Rabindranath Tagore. [tradução de Fernanda Pinto Rodrigues]. Coleção Grandes clássicos do século XX. Mem-Martins: Europa-América, 1998.
:: A chave do enigma e outros contos (Golpoguccho). Rabindranath Tagore. [tradução do Bangla por Telo de Mascarenhas]. Lisboa: Editora Inquérito, 1943.
:: As quatro vozes. Rabindranath Tagore. (romance).. [tradução do bangla por Telo de Mascarenhas]. Lisboa: Editora Inquérito, 1942.
:: A voz da mãe dava sentido às estrelas: textos breves sobre a infância. Rabindranath Tagore. [tradução de Joaquim M. Palma]. Coleção Testemunhos. Porto: Assírio & Alvim, 2017.

:: Inquietação (Gora). Rabindranath Tagore. [tradução Alexandre Fonseca]. Lisboa: Editorial Minerva, 1947.
:: O jardineiro d’amor. Rabindranath Tagore. [tradução de António Figueirinhas]. 2ª ed., Porto: Casa Editora de António Figueirinhas, 1925.
:: O coração da Primavera. Rabindranath Tagore. [textos escolhidos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões]. Coleção Deus escondido, 4. Braga: Editorial A. O., 1981.
:: O naufrágio. Rabindranath Tagore. [tradução de Telo de Mascarenhas]. Coleção Os melhores romances dos melhores romancistas. Lisboa: Inquérito, 1940.
:: Poesias de Tagore. [introdução, selecção e tradução Augusto Casimiro]. Lisboa: Editorial Confluência, 1942.
:: Poesias: o músico e o poeta. Rabindranath Tagore. [tradução Augusto Casimiro]. Lisboa: Seara Nova, 1939.
:: Poesia. Rabindranath Tagore. [selecção e tradução de José Agostinho Baptista]. Coleção Documenta poética. Lisboa: Assírio e Alvim, 2004.
:: Uma canção para meu filho. Rabindranath Tagore. [tradução Pedro Lisboa]. Cascais: Arteplural Edições, 2004.
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WOLFF, Marcus Straubel. Repensando o Nacional à margem da civilização: R. Tagore, o folclore de Bengala e a construção da identidade indiana. in: Música & Cultura (Salvador, online). vol. 9, p. 1-21-21, 2014. Disponível no link. (acessado em 13.7.2019).
ZILIO, Rosângela Maria. Vivências Poéticas na Literatura de Rabindranath Tagore e de Cecília Meirelles: Aspectos Filosóficos, religiosos e Culturais do Oriente. (Dissertação Mestrado em Letras).Centro Universitário Ritter dos Reis, UniRITTER, Porto Alegre/RS. 2012.

Filmografia sobre a obra de Tagore

PAZ, José. (José Paz Rodríguez). Criar nos escolares o prazer por ler, com os contos e romances de Tagore levados ao cinema. PGL, gal. 22 de abril de 2015. Disponível no link (acessado em 3.5.2018).

AMIZADES E FAMÍLIA

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Rabindranath Tagore and Mahatma Gandhi
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Albert Einstein (1879-1955) and Rabindranath Tagore (1861-1941) – photo by Martin Vos/Hulton Archive. Ca. 1925.
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Rabindranath tagore
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Rabindranath Tagore and Mrinalini Devi

CANÇÃOZINHA PARA TAGORE
Àquele lado do tempo
onde abre a rosa da aurora,
chegaremos de mãos dadas,
cantando canções de roda
com palavras encantadas.

Para além de hoje e de outrora,
veremos os Reis ocultos
senhores da vida toda,
em cuja etérea Cidade
fomos lágrima e saudade
por seus nomes e seus vultos.

Àquele lado do tempo
onde abre a rosa da aurora
e onde mais do que a ventura
a dor é perfeita e pura,
chegaremos de mãos dadas.

Chegaremos de mãos dadas,
Tagore, ao divino mundo
em que o amor eterno mora
e onde a alma é o sonho profundo
da rosa dentro da aurora.

Chegaremos de mãos dadas
cantando canções de roda.
E então nossa vida toda
será das coisas amadas.

diarioliberdade
– Cecília Meireles em “Poemas escritos na India [em 1953”. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1961.

© Obra em domínio público

© Pesquisa, seleção e organização: Elfi Kürten Fenske







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