Papa Francisco - foto: Vatican News
AS ESTRADAS DA VIDA
Todos sabemos que viver é caminhar, viver é andar por diversas estradas, diversas trilhas que deixam seu sinal em nossa vida.
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E, pela fé, sabemos que Jesus nos procura, quer curar nossas feridas, curar nossos pés das chagas de um caminho carregado de solidão, limpar-nos do pó que se fixa pelas estradas que cada um percorreu. Jesus não nos pergunta aonde fomos, não nos interroga sobre o que estávamos fazendo.
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Ele vem ao nosso encontro para nos firmar, de novo, na dignidade dos filhos de Deus. Quer ajudar-nos a recompor o nosso andar, retomar o nosso caminho, recuperar a nossa esperança, restituir-nos à fé e à confiança. Quer que voltemos para as estradas, para a vida, sentindo que temos uma missão; que esse tempo de reclusão nunca foi e nunca será sinônimo de expulsão.
Viver implica “sujar os pés” pelas estradas poeirentas da vida e da história. E todos temos necessidade de sermos purificados, de sermos lavados. Todos, eu em primeiro lugar. Todos somos cercados por esse Mestre que nos quer ajudar a retomar o caminho. O Senhor nos procura a todos para dar-nos a sua mão. É penoso, por vezes, detectar a existência de sistemas penitenciários que não buscam curar as pragas, sarar as feridas, gerar novas oportunidades. É doloroso constatar como, às vezes, acredita-se que somente alguns têm necessidade de serem lavados, purificados, sem considerar que seu cansaço, sua dor, suas feridas são também o cansaço, a dor e as feridas de toda uma sociedade.
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Esse momento na vida de vocês pode ter um único objetivo: estender a mão para retomar o caminho, estender a mão para colaborar na reinserção social. Uma reinserção da qual todos fazemos parte, que todos somos chamados a estimular, acompanhar e realizar. Uma reinserção procurada e desejada por todos: reclusos, famílias, funcionários, políticas sociais e educativas. Uma reinserção que beneficie e eleve o nível moral de toda a comunidade e a sociedade.
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(Visita aos detentos na Filadélfia, 27 de setembro de 2015)
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Do livro “Quem sou eu para julgar?” / ‘Chi sono io per giudicare?’/ Papa Francisco [reunido e editado por Anna Maria Foli; tradução de Clara A. Colotto]. Rio de Janeiro: LeYa, 2017.
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“O perdão e a tolerância como caminhos para a paz e a harmonia de cada um de nós e de todo o mundo.” – Papa Francisco
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