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Osesp toca com Thierry Fischer e Stephen Hough, pianista que também faz recital

Hough, que é Artista em Residência da Temporada 2023, se apresenta em três datas com a Orquestra e faz também recital de encerramento da Festa Internacional do Piano – FIP Clássica; concerto de sexta-feira (22/set) será transmitido ao vivo no YouTube da Osesp.
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Dando continuidade à sua Temporada 2023 – Sem Fronteiras, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp se apresenta na Sala São Paulo entre 21 e 23/set sob a batuta de seu Diretor Musical e Regente Titular, Thierry Fischer, e recebendo mais uma vez o Artista em Residência deste ano, o britânico Sir Stephen Hough. O repertório inclui peças de Haydn (Sinfonias nº 30 e nº 22), Rachmaninov (Concerto nº 4 para Piano) e Strauss (O Cavaleiro da Rosa). A apresentação de 22/set, às 20h30, terá transmissão digital no canal da Osesp no YouTube.

Hough também subirá ao nosso palco no dia 24/set, às 18h, para o recital que marca o encerramento da série Festa Internacional o Piano – FIP Clássica neste ano. Na ocasião, ele irá interpretar uma composição autoral sua, Partita, além de peças de Federico Mompou (Cantos Mágicos), Debussy (Estampes) e Liszt (Anos de Peregrinação, Itália: Sonetos de Petrarca e Sonata Dante).
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Assim que começou a compor sinfonias, elas tornaram-se um gênero relevante para Joseph Haydn (1732-1809) — uma maneira ideal de exibir as orquestras das cortes de seus patronos bem como seu gênio criativo. Dado o mérito artístico e o grau de inovação das peças, é estarrecedor o ritmo no qual as compôs. Escreveu a Sinfonia nº 30 aos 33 anos de idade, quando estava empregado na prestigiosa corte dos Esterházy, um ano antes de tornar-se diretor musical ali. É provável que a Sinfonia tenha sido criada para a apresentação do Domingo de Páscoa de 1765. Seu apelido decorre da inclusão de uma aleluia em cantochão, facilmente reconhecida pelos ouvintes da época.
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O quarto concerto para piano de Sergei Rachmaninov (1873-1943) começou a ser escrito ainda na Rússia, em 1914, antes de o aristocrático pianista optar pelo exílio nos Estados Unidos, após a Revolução Soviética. Em 1926, Rachmaninov interrompe sua carreira como solista para um “período sabático” dedicado a finalmente completar o concerto. A crítica, no entanto, recebeu muito mal a sua estreia, considerando-o confuso, datado e melancólico. O compositor insistiu, e após diversos cortes e reelaborações, a obra ganhou outra chance em 1928, conciliando o Romantismo russo e as inovações modernistas (entre elas, a influência do jazz). Mesmo assim, o concerto nunca chegou a agradar completamente seu criador, mesmo após uma terceira revisão, em 1941. No entanto, o interesse da obra parece nascer justamente de suas contradições e dificuldades formais, sendo marcada por movimentos abruptos, rupturas e tensões. É como se a obra testemunhasse o desespero de um compositor tardo-romântico diante dos desafios da música moderna.

O movimento inicial da Sinfonia nº 22 de Haydn, marcado por diálogos melódicos acompanhados por um pensativo “baixo caminhante”, teria inspirado o título atribuído pelo editor à obra: “o filósofo”. A obra traz ainda outra surpresa: o compositor utiliza, pela única vez em suas mais de cem sinfonias, cornes-ingleses no lugar dos tradicionais oboés. O diálogo entre cornes ingleses e alemães (nome antigo das atuais trompas) enseja a construção dos temas por meio do desenvolvimento de motivos, rejeitando a tradicional acumulação de ideias melódicas. O uso criativo dos sopros marca também o “Presto” final, que evoca, como em outras peças de Haydn, as fanfarras de caça tão apreciadas pela nobreza da época. A forma original dessa sinfonia faz jus ao seu nome, expressando musicalmente, em pleno Século das Luzes, os ideais da filosofia clássica: equilíbrio, coerência, clareza e energia.
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Richard Strauss (1864-1949) surpreendeu o público e a crítica com a trama espirituosa e elegante de O Cavaleiro da Rosa, de 1911Resultado de sua segunda colaboração com o poeta Hugo von Hofmannsthal, a ópera anunciava um picante retorno aos salões da aristocracia vienense do século XVIII. Para lidar com as reviravoltas do libreto (repleto de divertidas traições, armadilhas, disfarces e declarações de amor), Strauss recuperou, de modo nada ingênuo, elementos das obras cômicas de Mozart, acompanhados pelo frescor romântico de valsas vienenses. A crítica se irritou com o “novo conservadorismo” do compositor, mas o público adorou a longa ópera, fazendo com que Strauss, sempre atento aos possíveis lucros, logo a desdobrasse em duas sequências de valsas e uma primeira “Suíte”, que acompanhava o filme mudo baseado na trama, filmado por Robert Wiene em 1925. Já ao final da Segunda Guerra, o compositor autorizou a publicação de uma segunda “Suíte”, baseada nos arranjos feitos por Artur Rodzinski, regente principal da Orquestra Filarmônica de Nova York.
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A Festa Internacional do Piano – FIP Jazz e Clássica tem o patrocínio do Bradesco, copatrocínio da igc e apoio do Mattos Filho, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Realização: Fundação Osesp, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Ministério da Cultura e Governo Federal – União e Reconstrução.

Osesp e Thierry Fischer – foto © Laura Manfredini

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp 
Criada em 1954, é uma das mais importantes orquestras da América Latina e desde 1999 tem a Sala São Paulo como sede. O suíço Thierry Fischer é seu Diretor Musical e Regente Titular desde 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, pela norte-americana Marin Alsop, que agora é Regente de Honra. Em 2016, a Osesp esteve nos principais festivais da Europa e, em 2019, realizou turnê pela China. No mesmo ano, estreou projeto em parceria com o Carnegie Hall, com a Nona Sinfonia de Beethoven cantada ineditamente em português. Em 2018, a gravação das Sinfonias de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevsky, recebeu o Grande Prêmio da Revista Concerto e o Prêmio da Música Brasileira.
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Thierry Fischer 
Desde 2020, o suíço Thierry Fischer é Diretor Musical e Regente Titular da Osesp, cargo que também assume na Orquestra Sinfônica de Castilla y León, na Espanha. Desde 2009, é Diretor Artístico da Sinfônica de Utah, da qual se tornará Diretor Artístico Emérito a partir do segundo semestre de 2023. Foi Principal Regente Convidado da Filarmônica de Seul (2017-20) e Regente Titular (agora Convidado Honorário) da Filarmônica de Nagoya (2008-11). Já regeu orquestras como a Royal Philharmonic, a Filarmônica de Londres, as Sinfônicas da BBC, de Boston e Cincinnatti e a Orchestre de la Suisse Romande. Também esteve à frente de grupos como a Orquestra de Câmara da Europa, a London Sinfonietta e o Ensemble Intercontemporain. Thierry Fischer iniciou a carreira como Primeira Flauta em Hamburgo e na Ópera de Zurique.
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Stephen Hough
Nomeado pelo The Economist como um dos Vinte Polímatas Vivos, o britânico Sir Stephen Hough combina uma notável carreira como pianista com a de compositor e escritor. Em 2010, foi eleito melhor instrumentista do ano pela Royal Philharmonic Society. É autor de diversos textos sobre música, publicados nos jornais The Times, The Guardian, The Independent e The Telegraph. Por sua visão artística e também por seus escritos, recebeu a prestigiosa MacArthur Fellowship, em 2001. Com mais de 70 álbuns gravados, já acumulou vários prêmios Diapason d’Or, Grammy e Gramophone e lançou o elogiado aplicativo para iPad The Liszt Sonata (Touch Press, 2013). Nomeado Commander of the Order of the British Empire em 2014, foi agraciado em 2022 com o título de Cavaleiro pela Rainha Elizabeth II. É professor visitante na Royal Academy of Music, em Londres, e professor na Juilliard School, em Nova York. Como Artista em Residência da Temporada Osesp, Sir Stephen Hough interpreta o ciclo completo de obras concertantes de Rachmaninov para o piano, além de se apresentar em recital solo na Sala São Paulo.

Stephen Hough, por Jiyang Chen e Thierry Fischer, por Marco Borggreve

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PROGRAMAS
TEMPORADA OSESP: THIERRY FISCHER E STEPHEN HOUGH
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
THIERRY FISCHER regente
SIR STEPHEN HOUGH piano
Joseph HAYDN | Sinfonia nº 30 em Dó Maior – Aleluia
Sergei RACHMANINOV | Concerto nº 4 para Piano em Sol Menor, Op. 40
Joseph HAYDN | Sinfonia nº 22 em Mi Bemol Maior – O Filósofo
Richard STRAUSS | O Cavaleiro da Rosa, Op. 59: Suíte
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FESTA INTERNACIONAL DO PIANO – FIP CLÁSSICA: SIR STEPHEN HOUGH
SIR STEPHEN HOUGH piano
Federico MONPOU | Cantos Mágicos
Claude DEBUSSY | Estampes
Stephen HOUGH | Partita
Franz LISZT | Anos de Peregrinação, Itália: Sonetos de Petrarca e Sonata Dante

SERVIÇO 
21 de setembro, quinta-feira, às 20h30
22 de setembro, sexta-feira, às 20h30 – Concerto Digital
23 de setembro, sábado, às 16h30
24 de setembro, domingo, às 18h00 [FIP Clássica]
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 7 anos
Ingressos: Entre R$ 39,60 e R$ 258,00 [Osesp]; entre R$ 39,60 e R$ 143,00 [FIP Clássica] (valores inteiros)
Bilheteria (INTI): neste link
(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.
Estacionamento: R$ 28,00 (noturno e sábado à tarde) e R$ 16,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.
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*Estudantes, pessoas acima dos 60 anos, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade de 15 a 29 anos, pessoas com deficiências e um acompanhante e servidores da educação (servidores do quadro de apoio – funcionários da secretaria e operacionais – e especialistas da Educação – coordenadores pedagógicos, diretores e supervisores – da rede pública, estadual e municipal) têm desconto de 50% nos ingressos para os concertos da Temporada Osesp na Sala São Paulo, mediante comprovação.
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A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.
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> Imagem (capa da matéria): Osesp e Thierry Fischer, por Laura Manfredini – Stephen Hough, por Jiyang Chen e Thierry Fischer, por Marco Borggreve

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