segunda-feira, dezembro 9, 2024

Osesp convida maestra Elena Schwarz e pianista Marc-André Hamelin, em programa com Mozart, Shostakovich, Webern e Marsalis

Orquestra faz concertos na Sala São Paulo de 21 a 23/nov; canadense Hamelin substitui turco Fazıl Say, que teve de cancelar sua vinda por motivos de saúde; apresentação de sexta (22/nov) terá transmissão ao vivo no YouTube da Osesp.
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O ano de 2024 marca as celebrações dos 70 anos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, além dos 30 anos de atividades do Coro da Osesp e dos 25 anos da Sala São Paulo – a casa da Osesp, dos Coros e de seus Programas Educacionais, inaugurada em 1999 no edifício onde antes funcionava a Estrada de Ferro Sorocabana.

Nesta semana, de quinta-feira (21/nov) a sábado (23/nov), a Osesp se apresenta na Sala São Paulo sob a batuta da regente suíça-australiana Elena Schawrz, que faz sua estreia conosco. O solista convidado será o pianista canadense Marc-André Hamelin, substituindo o turco Fazıl Say, que teve que cancelar sua vinda por motivos de saúde. Hamelin, que também estará conosco em março, na Temporada 2025, interpreta agora o fantástico Concerto para piano nº 23, de Wolfgang Amadeus Mozart. Completam o programa a Sinfonia nº 6 de Dmitri Shostakovich; a Passacaglia de Anton Webern; e Herald, holler, and hallelujah, de Wynton Marsalis.
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Vale lembrar que a performance de sexta-feira (22/nov), com início às 20h30, será transmitida ao vivo no canal oficial de YouTube da Orquestra, como parte de nossos Concertos Digitais.
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Vale lembrar que a performance de sexta-feira (22/nov), com início às 20h30, será transmitida ao vivo no canal oficial de YouTube da Orquestra, como parte de nossos Concertos Digitais.

Sobre o programa
Para Anton Webern [1883-1945], a música precisava ser fiel às próprias realidades internas. Ao preferir a passacaglia para a composição de sua primeira obra, no emblemático ano de 1908 — o mesmo em que Schoenberg iniciou a escrita de seu Pierrot lunaire, cujo segundo grupo de peças é aberto por uma passacaglia —, Webern faz uma escolha significativa. Possivelmente originário do pasacalle espanhol do século XVII, significando o pasar [andar] pela calle [rua] dos violonistas que se deslocavam durante os interlúdios entre as estrofes de canções, o termo, nos séculos XIX e XX, passou a designar um conjunto de variações sobre um padrão que se repete, geralmente na linha do baixo. E a Passacaglia, Op. 1, de Webern, já apresenta germes de algumas das ideias que seriam exploradas em suas obras posteriores.
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Uma suspensão nessa atmosfera de introspecção de Webern certamente será provocada pela belíssima frase que desliza leve e descendentemente ao início do Concerto para piano nº 23 em Lá maior, K. 488, de Wolfgang Amadeus Mozart [1756-1791]. Composta em 1786, ano da estreia da ópera As bodas de Fígaro, essa obra foi escrita para uma série de estreias de concertos para piano na movimentada temporada da elegante sala de concertos Mehlgrube, em Viena. Foi principalmente para essa temporada que Mozart compôs, entre fevereiro de 1784 e dezembro de 1786, os 12 concertos para piano que vão do K. 449 ao K. 503, os mais significativos desse gênero em sua produção.

A ampla formação musical de Wynton Marsalis [1961-], cujo virtuosismo transita entre o jazz e a tradição europeia, reflete-se nas escolhas que tem feito ao longo de sua carreira. Na obra Herald, holler, and hallelujah [Anunciação, alarido e aleluia], composta em 2021, os instrumentos de metal e percussão anunciam [herald] a vinda e a ida de elementos imateriais, por eles clamam num alarido [holler] áspero de ferro e aço, e seus louvores [hallelujah] potentes “acordam os anjos”. A peça traz referências a Black, brown and beige [1943], de Duke Ellington, e Fanfarra para o homem comum [1942], de Aaron Copland.
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É num momento de produção sinfônica em ascensão que Dmitri Shostakovich [1906-1975] surpreende ao apresentar uma obra fundamentada em seus recentes estudos sobre a instrumentação de Boris Godunov, de Mussorgsky. Composta em meio à turbulência política, entre abril e outubro de 1939, a Sinfonia nº 6 em si menor, Op. 54, destaca-se por romper com as atmosferas e os andamentos na estruturação dos movimentos, formando um arco crescente de “Largo”, “Allegro” e “Presto”.

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Osesp – foto: Acervo Osesp

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo — Osesp
Desde seu primeiro concerto, em 1954, a Osesp tornou-se parte indissociável da cultura paulista e brasileira, promovendo transformações culturais e sociais profundas. A cada ano, a Osesp realiza em média 130 concertos para cerca de 150 mil pessoas. Thierry Fischer tornou-se diretor musical e regente titular em 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, por Marin Alsop. Seus antecessores foram Yan Pascal Tortelier, John Neschling, Eleazar de Carvalho, Bruno Roccella e Souza Lima. Além da Orquestra, há um coro profissional, grupos de câmara, uma editora de partituras e uma vibrante plataforma educacional. Possui quase 100 álbuns gravados (cerca de metade deles por seu próprio selo, com distribuição gratuita) e transmite ao vivo mais de 60 concertos por ano, além de conteúdos especiais sobre a música de concerto. A Osesp já realizou turnês em diversos estados do Brasil e também pela América Latina, Estados Unidos, Europa e China, apresentando-se em alguns dos mais importantes festivais da música clássica, como o BBC Proms, e em salas de concerto como o Concertgebouw de Amsterdam, a Philharmonie de Berlim e o Carnegie Hall. Mantém, desde 2008, o projeto “Osesp Itinerante”, promovendo concertos, oficinas e cursos de apreciação musical pelo interior do estado de São Paulo. É administrada pela Fundação Osesp desde 2005.

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Elena Schwarz -foto: Mathias Bothor

Elena Schwarz regente
A suíça-australiana Elena Schwarz é regente residente no Klangforum Wien, orquestra de câmera do Konzerthaus de Viena. Atuou como regente assistente na Filarmônica da Rádio França, na Sinfônica da Austrália Ocidental e na Sinfônica da Tasmânia. É convidada frequente de orquestras como BBC Philharmonic, Sinfônica da WDR de Colônia, Sinfônicas de San Diego e da Tasmânia, Filarmônicas de Los Angeles e Real de Liège, além da Orquestra Gulbenkian. Trabalha frequentemente com conjuntos especializados em música contemporânea, como MusikFabrik, Ensemble Intercontemporain, Ensemble Modern e Orquestra Contemporânea do Festival de Lucerna. Dedicando-se à ópera, já atuou no Festival d’Aix-en-Provence, na Ópera da Noruega, na Ópera Nacional de Lyon, na Ópera Nacional Holandesa e na Ópera de Nice. Na temporada 2024, retorna à Philharmonia Orchestra e estreia no Concertgebouw de Amsterdam com a Filarmônica da Rádio dos Países Baixos. Dentre suas distinções incluem-se a Dudamel Fellow [2018-2019] e o primeiro lugar na Competição Internacional de Música Princesa Astrid, na Suécia, [2014]. Neste programa, faz sua estreia com a Osesp.

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Marc-Andre Hamelin – foto Canetty Clarke

Marc-André Hamelin piano
Elogiado pelo New York Times como um “intérprete de habilidade técnica quase sobre-humana”, Marc-André Hamelin é reconhecido mundialmente por sua incomparável combinação de maestria musical, explorando desde grandes obras do repertório pianístico a raridades dos séculos XIX, XX e XXI. Na Temporada 2024-25, ele se apresenta com grandes orquestras e realiza uma intensa agenda de recitais, passando por salas importantes, como Wigmore Hall, Elbphilharmonie, Carnegie Hall e a Sala São Paulo. Ele faz também turnês com o Quarteto Dover, levando no programa o Quinteto para piano de sua própria autoria. Artista exclusivo Hyperion Records, sua discografia abrange mais de 89 álbuns, com gravações notáveis do repertório solo, camerístico e orquestral. Nascido em Montreal e residente em Boston, Hamelin recebeu o “Prêmio de Realização Vitalícia” da Associação Alemã de Críticos de Discos, sete prêmios Juno, 12 indicações ao Grammy e o “Prêmio Jean Gimbel Lane de Performance Pianística”, concedido a ele em 2018 pela Northwestern University. É Cavaleiro da Ordem Nacional do Quebec e membro da Sociedade Real do Canadá.

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Sala São Paulo – foto: Tuca Vieira

PROGRAMA
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO — OSESP
ELENA SCHWARZ regente
FAZIL SAY piano
Anton WEBERN | Passacaglia, Op. 1
Wolfgang Amadeus MOZART | Concerto para piano nº 23 em Lá maior, KV 488
Wynton MARSALIS | Herald, holler, and hallelujah [Anunciação, Alarido e Aleluia]
Dmitri SHOSTAKOVICH | Sinfonia nº 6 em si menor, Op. 54
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SERVIÇO
21 de novembro, quinta-feira, 20h30
22 de novembro, sexta-feira, 20h30 — Concerto Digital
23 de novembro, sábado, 16h30
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 07 anos
Ingressos: Entre R$ 39,60 e R$ 271 (valores inteiros)
Bilheteria (INTI): neste link | (11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Estacionamento: R$ 35,00 (noturno e sábado à tarde) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.

*Estudantes, pessoas acima dos 60 anos, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade de 15 a 29 anos, pessoas com deficiências e um acompanhante e servidores da educação (servidores do quadro de apoio – funcionários da secretaria e operacionais – e especialistas da Educação – coordenadores pedagógicos, diretores e supervisores – da rede pública, estadual e municipal) têm desconto de 50% nos ingressos para os concertos da Temporada Osesp na Sala São Paulo, mediante comprovação.
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A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.


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