Lançamento da música “Valsa para Eternidade” no dia 25 de julho marca a contagem regressiva para o centenário do sambista, compositor e artista plástico Nelson Sargento. Canção interpretada belamente por Soraya Ravenle e Marcelo Caldi.

Um dos grandes nomes da história do samba e da música popular brasileira, o compositor Nelson Sargento faleceu em 2021, aos 96 anos. Apesar disso, sua obra continua em produção: parceiro musical mais constante de Nelson, o cantor e compositor, Agenor de Oliveira, prepara disco inédito e inicia o projeto com o lançamento do single “Valsa para Eternidade” no dia 25 de julho, data de aniversário do mangueirense ilustre e um dos principais nomes da cultura carioca.
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“Todas essas gravações aconteceram durante a pandemia, com todo cuidado. Foi um processo delicado e fizemos todos nossos esforços para aproveitar a voz do Nelson em algumas faixas e manter suas concepções artísticas e musicais no projeto”, conta Agenor.
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Valsa para Eternidade chega às plataformas digitais no dia 25 de julho, data em que o compositor mangueirense celebraria 99 anos: “Nossa ideia é iniciar a contagem regressiva para o centenário do Nelson, um momento para o qual estamos preparando diversas ações e homenagens. Queremos mostrar a amplitude e profundidade que Nelson traz em suas obras, tanto musicais, quanto visuais”, completa Agenor.

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Marcelo Caldi e Soraya Ravenle – foto ©Leo Aversa.

Autor da música em parceria com Nelson Sargento, Agenor de Oliveira viu a canção ganhar a interpretação luxuosa da cantora Soraya Ravenle, que também atuou como produtora musical: “A história dessa Valsa vem sobre o desejo de dar flores em vida ao Nelson. Nos conhecemos graças ao convite do grupo Galo Preto para fazer um projeto sobre a obra do outro Nelson, Cavaquinho. Que experiência fantástica que foi. Além do compositor, pintor, artista referência do samba brasileiro, eu estava ao lado de um homem sábio, alegre, carismático, amoroso e contador de causos”, recorda Soraya. A valsa teve arranjo do renomado musicista Marcelo Caldi, que desenhou a música em tom intimista, com acordeon e piano, ambos executados pelo próprio Caldi.

Nelson Sargento
Nelson Mattos, artisticamente conhecido como Nelson Sargento, foi compositor, cantor, sambista, pesquisador, artista plástico, escritor e ator. Seu envolvimento com o samba desde os anos 1940, especialmente na escola de samba Estação Primeira de Mangueira, faz dele uma figura importante para as transformações do gênero, para a evolução do Carnaval carioca e para a história da música brasileira, principalmente no cenário da cidade e do estado do Rio de Janeiro. Apelidado de “filósofo do samba”, é autor de músicas como “Falso Amor Sincero”, “Encanto da Paisagem”, “Sinfonia Imortal” e “Agoniza mas não morre” e viu algumas de suas composições serem gravadas por artistas como Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho e Beth Carvalho. *Memorial Nelson Sargento na rede: Instagram | Youtube | Perfil biográfico.
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Capa do single ‘Valsa para Eternidade’ • Soraya Ravenle e Marcelo Caldi • selo Olho do Tempo • 2023

SINGLE ‘VALSA PARA A ETERNIDADE’ • Soraya Ravenle e Marcelo Caldi • selo Olho do Tempo • 2023
Canção/compositores:
:: Valsa para Eternidade (Nelson Sargento e Agenor de Oliveira)
– ficha técnica –
Soraya Ravenle – voz | Marcelo Caldi – arranjo, piano e acordeon | Produção musical: Soraya Ravenle | Gravação e mixagem: Ricardo Calafate | Foto (Soraya): Marcelo Castello Branco | Foto (Agenor e Nelson): Eni Cunha | Capa / produção executiva: Elfi Kürten Fenske | Divulgação / produção: Camilo Bousquat Árabe | Produtor fonográfico: Agenor de Oliveira | Selo: Olho do Tempo | Distribuição: Tratore | Lançamento: 25 de julho de 2023 – Aniversário de Nelson Sargento | #* Ouça o single. clique aqui (estreia 25 de julho).

 

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Agenor de Oliveira – foto ©Leo Martins

Sobre | Agenor de Oliveira
Agenor de Oliveira é cantor, compositor e produtor musical . Gravou o primeiro disco em 1983; “Cabeças” produzido por Moacyr Luz, que dividiu os arranjos com Fernando Merlino. Este disco teve a participação de músicos do porte de Romero Lubambo e Humberto Araújo. Em 1997 lançou o CD “Agenor de Oliveira canta Noel”, com arranjos de Roberto Araújo, e as presenças luxuosas de Gilson Peranzzetta e Mauro Senise. Em 2003, lançou o CD Bafafá, trabalho autoral, independente, pleno do que existe de mais sutil e sofisticado no universo do samba, com a direção musical de Rogério Souza, violonista do Nó em Pingo d’Água e a participação de músicos como Ronaldo do Bandolim e Eduardo Neves. Agenor de Oliveira tem músicas gravadas por Beth Carvalho, Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Frejat, Moacyr Luz e Nilze Carvalho, e por parceiros como Delcio Carvalho, Nelson Sargento, Wanderlei Monteiro, Sérgio Souto, Rodrigo Lessa, dentre outros, e, no exterior, por Aurélie e Verioca (França), Mio Matsuda e Sarha (Japão), Paulinho Lemos (Espanha/Portugal) e Maruça Rodrigues (Itália). Em 2006, cria o selo fonográfico Olho do Tempo e lança – além dos novos CDs de Marcos Sacramento e Carlos Fuchs (Fossa Nova), de Eduardo Neves (Gafieira de Bolso), de Ronaldo do Bandolim (Época de Choro) e o de Delcio Carvalho (Profissão compositor) – seu novo disco autoral, o CD É banto, com apresentação de Zelia Duncan, e mostra parcerias refinadas com Sergio Ricardo, Delcio Carvalho, Paulinho Lemos e Rodrigo Lessa, e participação de músicos do naipe de  Jorginho do Pandeiro, Cristovão Bastos, Toninho Ferraguti, Márcio Bahia, Celsinho Silva. Zélia Duncan afirma que “Agenor se revela neste disco com despojamento e sofisticação; qualidades que, quando juntas, acabam elevando o nível das coisas.” O CD mereceu de João Máximo, crítico de O Globo, a seguinte frase: “É banto” de Agenor de Oliveira privilegia o samba. Cantados por ele, e por ele escritos com vários parceiros. Todos novos, todos bons, alguns mais do que isso …” Em 2008, lançou em agosto, no Canecão, o novo CD de Nelson Sargento, “Versátil”, com sambas inéditos de sua parceria com o mestre Sargento e as participações de Zeca Pagodinho, Dona Ivone Lara, Wagner Tiso e Velha Guarda da Mangueira. Este CD recebeu três indicações para o Prêmio de Música Brasileira. Em 2011, participa do show de abertura do Festival de Artes Plásticas de Veneza, Itália, com Nelson Sargento e Alcione. Em 2013, ganha o Prêmio da Música brasileira, como diretor artístico, no dvd/cd “O samba da mais alta patente”. Entre 2014 e 2017, dirigiu e atuou nos shows em comemoração aos 90 anos do parceiro Nelson Sargento. Em 2019, lança o CD ” Hoje o dia nasceu mais cedo”, álbum de suas parcerias com Mauro Santa Cecília e Rogério Batalha que conta com as participações especiais de Ney Matogrosso, Frejat, Moacyr Luz e Nelson Sargento. Em 2020, lança, virtualmente, o CD Tempero, onde interpreta canções de Guilherme Brício e Heitor de Pedra Azul, além de realizar lives no Teatro Rival Refit e SESC SP. Neste início de 2023, trabalha com Paulão 7 Cordas na produção do novo CD com composições inéditas em parceria com Nelson Sargento (in memoriam). Instagram | Youtube.

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Soraya Ravenle – foto ©Marcelo Castello Branco

Sobre | Soraya Ravenle
Atriz e cantora Soraya protagonizou os musicais: “Dolores”, prêmio Shell de melhor atriz de 1999; “ Southa American Way” de Miguel Falabela; “É com esse que eu vou” e “Sassaricando” de Sérgio Cabral e Rosa Maria Araújo; “ Era no Tempo do Rei” de Heloísa e Julia Seixas, dir. de João Fonseca; prêmio qualidade Brasil; “ Ópera do malandro” de Chico Buarque; “Todos os musicais de Chico Buarque em 90 minutos”, “Opereta Carioca”, de Gustavo Gasparani, “Um violinista no telhado” de Charles Moeller e Cláudio Botelho, “Monstros” dir. de Vitor Garcia Peralta, entre outros.
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Em 2017 estreia o Solo ”Instabilidade Perpétua” a partir do texto homônimo de Juliano Garcia Pessanha, com as direções de Georgette Fadell, Julia Bernat, Stella Rabello e Daniella Visco, com o qual abre o Festival de Teatro Cena Contemporânea de Brasília, com temporadas em SP, Niterói entre outras cidades.
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Em 2018 faz o espetáculo “A era dos Festivais” sobre festivais de música brasileira com Edu Krieger, Marcelo Caldi, Pc Castilho e Fabiano Salek. Na Tv Globo fez as novelas “Laços de Família”, ”Beleza Pura”, “Paraíso”, “Malhação”, “I love Paraisópolis“ e a minissérie “ Dalva de Oliveira” no papel de Emilinha Borba. Estreia “Ubirajara, uma cantoria” em 2020, com direção de Inês Viana
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Em 2001 fez o disco e turnê com o grupo Galo Preto e Nelson Sargento sobre a obra de Nelson Cavaquinho “O dono das calçadas”. Em 2009 gravou o CD e fez o show “Breque Moderno”, com Marcos Sacramento e Luis Felipe de Lima. Lançou primeiro disco solo em 2011 com músicas de Paulo César Pinheiro, com direção musical de Alfredo Del Penho, pela Biscoito Fino, selecionado para o Prêmio da Música Brasileira de 2011. Em 2017 faz o show “Entre o espanto e a ternura” duo com o pianista, arranjador Marcelo Caldi e lança o Cd “Quatro Ventos” com o grupo Libertango da família Caldi: Marcelo, Alexandre e Estela. Em 2023, com Pedro Franco estreia o show “Caminho”. Instagram | Linktree.

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Marcelo Caldi – foto ©Robert Cifarelli

Sobre | Marcelo Caldi
Marcelo Caldi é um dos músicos mais completos da atualidade. Pianista, compositor, arranjador sinfônico, produtor, cantor, maestro, diretor musical… tornou-se amplamente reconhecido como um dos sanfoneiros mais importantes de sua geração, levando adiante o precioso legado de mestres como Luiz Gonzaga, Orlando Silveira, Chiquinho do Acordeom, Sivuca, Dominguinhos, Oswaldinho e outros.
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Apresentou-se como solista em concertos com as orquestras Petrobras Sinfônica, Sinfônica da Bahia, Sinfônica Cesgranrio, Sinfônica da UFF, Sinfônica de Campinas e Sinfônica do Recife, também criando arranjos inéditos para essas formações. Compôs “Alma carioca”, uma peça sinfônica inédita para a Orquestra Petrobras Sinfônica, em homenagem aos 450 anos do Rio de Janeiro (2015), e “Homenagem a Sivuca”, para Orquestra Sinfônica Cesgranrio (2017).
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Em 2021, homenageou os 80 anos de Dominguinhos com a Orquestra Sanfônica do Rio de Janeiro, a primeira do Estado, da qual é fundador e maestro. A celebração teve participação especial de artistas como Lucy Alves e Juliana Linhares. Caldi ganhou o prêmio da Lei Aldir Blanc para lançamento do livro “Vem tocar sanfona”, que reúne 20 partituras inéditas de autoria de Caldi, de diversos estilos, escritas exclusivamente para acordeom.  Em 2022, levou a Orquestra Sanfônica, pela primeira vez, a tocar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
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Participou dos mais importantes festivais de música instrumental no Brasil, e já levou seu trabalho para países como Portugal, França, Itália, Alemanha e Japão. Entre os álbuns autorais, destaca-se “A sanfona é meu dom” (2017), que inclui participações de Yamandu Costa, Hamilton de Holanda, Silvério Pontes, Bebê Kramer, Kiko Horta e outros.
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Ganhou o Prêmio Funarte Centenário de Luiz Gonzaga, resultando no lançamento do livro e do disco “Tem sanfona no choro”, com a publicação inédita das peças instrumentais do rei do baião, editado pelo Instituto Moreira Salles (2012). Youtube | Instagram.
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>> Imagem (capa da matéria): Nelson Sargento – foto: ©Thais Monteiro
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Série: Discografia da Música Brasileira / MPB / Samba / Canção | Valsa.
Publicado por ©Elfi Kürten Fenske







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