Orquestra
Minha alma é uma orquestra oculta; não sei que instrumentos tange e range, cordas e harpas, tímbales e tambores, dentro de mim. Só me conheço como sinfonia.
Todo o esforço é um crime porque todo o gesto é um sonho inerte.
As tuas mãos são rolas presas.
Os teus lábios são rolas mudas.
(que aos meus olhos vêm arrulhar)
Todos os teus gestos são aves. És andorinha no abaixares-te, condor no olhares-me, águia nos teus êxtases de orgulhosa indiferente.
E toda ranger de asas, como dos (…), a lagoa de eu te ver. Tu és toda alada, toda (…)
Chove, chove, chove…
Chove constantemente, gemedoramente (…)
Meu corpo treme-me a alma de frio… Não um frio que há no espaço, mas um frio que há em vir a chuva…
Todo o prazer é um vício, porque buscar o prazer é o que todos fazem na vida, e o único vício negro é fazer o que toda a gente faz.
s.d.
Livro do Desassossego. Vol.I. Fernando Pessoa. (Organização e fixação de inéditos de Teresa Sobral Cunha.) Coimbra: Presença, 1990. – 128.
“Fase decadentista”, segundo António Quadros (org.) in Livro do Desassossego, por Bernardo Soares, Vol I. Fernando Pessoa. Mem Martins: Europa-América, 1986.
Mais sobre e com Fernando Pessoa:
Fernando Pessoa – o poeta de múltiplos eus
Fernando Pessoa (poemas e textos)
Depois de quase três anos de uma premiada trajetória, o espetáculo Ficções, estrelado por Vera Holtz, retorna…
Recentemente, a DL Mining lançou oficialmente sua plataforma de participação em contratos de curto prazo…
A escritora italiana Elena Ferrante – autora da Tetralogia Napolitana, que engloba os livros A…
Espaço fica no Centro Santa Dulce dos Pobres, na Mooca, e vai funcionar de segunda…
Reunindo 10 canções autorais, o álbum “Alma de Gato”, é marcado pelo diálogo sonoro estabelecido…
Duas vezes indicada ao Grammy Latino e vencedora de diversos prêmios internacionais e no Brasil,…