Instituto Capobianco recebe ‘Máquinas do Mundo’

“Máquinas do Mundo” é uma obra híbrida composta por multilinguagens, que reúne narrativa, artes visuais, ação cênica ao vivo e instalação em movimento. Idealizada pela artista visual Laura Vinci e desenvolvida coletivamente por profissionais de diferentes práticas artísticas, MÁQUINAS DO MUNDO entra em cartaz no Instituto Capobianco como parte integrante da residência artística de retomada do espaço e estará em cartaz de 6/6 a 27/7, nos fins de semana, sextas e sábados, às 20h e domingo, às 18h. Um Ciclo de Estudos com José Miguel Wisnik, Marta Bogéa e Rafael Matede nos dias 1, 8 e 15/7 integram a programação.
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Criar máquinas de ver novos mundos foi o mote da criação de “Máquinas do Mundo”, obra-performance-instalação inspirada no poema de Carlos Drummond de Andrade “A Máquina do Mundo” publicado originalmente em Claro Enigma (1951) e considerado uma das obras-primas do escritor mineiro. E, posteriormente, no livro lançado em 2018 pela Companhia das Letras, Maquinação do Mundo: Drummond e a Mineração (304 páginas), de José Miguel Wisnik, consultor do projeto.

Somados a Drummond, Clarice Lispector e Machado de Assis, autores de grande importância para a literatura nacional, e as potencialidades estéticas contidas nos textos literários “O delírio” de Brás Cubas (Capítulo VII de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis), e um capítulo de “A Paixão segundo G.H.”, de Clarice Lispector foram igualmente investigados pelos artistas. “Os três textos, do ponto de vista teatral, são máquinas de ações envolvendo corpos, elementos concretos e etéreos, vestuário, luz, sons e palavras que apresentam um estado de coisas que nos remete a um estado de atualidade”, comenta Laura Vinci, artista visual idealizadora da obra.
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Como numa engrenagem de muitas peças, são obras literárias que se comunicam entre si a partir de situações de encontro entre o Homem, a Máquina e a Natureza. Através da maquinação de Drummond que vê na máquina o próprio mundo e os seus dispositivos de dominação e exploração, vislumbra-se o diálogo amplificado das personagens de Machado e Clarice: Brás Cubas em seu delírio pós-morte com Pandora, entidade da Natureza e em Clarice, com a mulher.

Os elementos contidos na obra-instalação permitem interações variadas com o espaço físico onde é montada e onde ocorre a ação performativa. A forma como eles se combinam no desenvolvimento de cada apresentação fazem de “Máquinas do Mundo” uma experiência única. A obra pode ser vista tanto como uma instalação quanto como uma cena, independentemente da presença dos atores.
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“Cada apresentação é adaptada ao espaço em que ocorre, permitindo uma experiência singular e impactante, que nasce da interação entre a obra, o público e o espaço”, diz Laura.

Sinopse:
“Máquinas do Mundo” é uma obra de multilinguagens idealizada por Laura Vinci e desenvolvida coletivamente por artistas de diferentes vocações. Situado entre as artes plásticas, a literatura e o teatro, se localiza na zona de contágio entre essas diferentes práticas artísticas, através de um experimento performativo site specific que reúne narrativa, artes visuais, ação cênica ao vivo e instalação em movimento.
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“Máquinas do Mundo” já passou por lugares como Sesc Pinheiros, Teatro Oficina e Flip 2019 em Paraty na Igreja da Matriz de Nossa Senhora dos Remédios.
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No ciclo de estudos, José Miguel Wisnik, Marta Bogéa e Rafael Matede irão dialogar com o público, em encontros distintos, a partir da obra de Laura Vinci, idealizadora do projeto, sobre os estudos que levaram à conformação coletiva da obra Máquinas do Mundo e o processo artístico que cruza diferentes elementos e procedimentos de criação.
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Cada um deles vai trazer uma abordagem distinta sobre o trabalho num movimento de ampliação dos sentidos da obra para outros campos de estudo e perspectivas.

MÁQUINAS DO MUNDO
FICHA TÉCNICA
textos de Carlos Drummmond de Andrade – Clarice Lispector – Machado de Assis | elenco Luah Guimarãez, Mariano Mattos Martins, Well Duarte, Caio Horowicz | direção Alessandra Domingues, Diogo Costa, Flora Belotti, Joana Porto, Laura Vinci, Mariano Mattos Martins, Marília Teixeira, Rafael Matede, Roberta Schioppa, Rogério Romualdo Pinto | direção de arte Flora Belotti, Laura Vinci, Marília Teixeira, Roberta Schioppa | direção de cena Rafael Matede | figurino Diogo Costa, Joana Porto, Rogério Romualdo Pinto | luz Alessandra Domingues | operação de luz Hernandes de Oliveira | música e som Guilherme Calzavara, Jean Rebeldia e José Miguel Wisnik | preparação corporal Tarina Quelho | preparação de atores Diego Moschkovich | coordenação geral Laura Vinci e Mariano Mattos Martins | produção Dani Correia | ciclo de estudo com José Miguel Wisnik, Marta Bogéa e Rafael Matede | assessoria de imprensa Ofício das Letras/Adriana Monteiro

CICLO DE ESTUDOS – MÁQUINAS DO MUNDO
JULHO | terças | 1, 8, 15 | 19h-22h | GRÁTIS
1.7 _ com José Miguel Wisnik
8.7 _ com Rafael Matede
15.7 _ com Marta Bogéa
19h-22h | GRÁTIS
3 módulos de 3 horas
Ação paralela à temporada de Máquinas do Mundo no Instituto Capobianco.
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1.7
José Miguel Wisnik/A literatura e as máquinas do mundo
As transformações da cosmovisão e da cosmopolítica ao longo dos séculos, em textos de Dante Alighieri (A divina comédia), Goethe (Fausto) e Drummond (A máquina do mundo). Suas relações com Machado de Assis (O delírio de Brás Cubas) e Clarice Lispector (A paixão segundo G. H.) no espetáculo Máquinas do Mundo.
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José Miguel Wisnik é professor aposentado de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo, além de ensaísta e músico. Fez mestrado e doutorado em Teoria Literária e Literatura Comparada, abordando as relações entre música e literatura no modernismo brasileiro. Atuou como professor convidado na Universidade da Califórnia (Berkeley) e na Universidade de Chicago.Entre seus livros publicados encontram-se O som e o sentido – Uma outra história das músicas (1989), Sem receita – Ensaios e canções (2004), Machado maxixe – O caso Pestana (2008), Veneno remédio – o futebol e o Brasil (2008) e Maquinação do mundo – Drummond e a mineração (2018).
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8.7
Rafael Matede/Potência em ato
Como um processo de pesquisa cria as condições para atuação das potências em jogo num trabalho cênico através da pesquisa filosófica
Matede é Filho de Oxalá, carioca, graduado, mestre e doutor em filosofia pela PUC-SP, instituição onde desenvolve pesquisa (pós-doutorado) sobre os seguintes temas: pensamento afrodiaspórico, subjetividade, micropolítica, Deleuze e Guattari. É ensaísta e autor do livro Cadernos de Axé: Notas Sobre Filosofia de Terreiro, pela Editora Zahar (no prelo). É integrante do conselho editorial da revista acadêmica Cadernos de Subjetividade (PUC-SP) e atua como professor de filosofia, pesquisador e diretor de cena da Mundana Companhia de Teatro, coletivo MAQUINAMATA e Coletivo Ocupa-Guattari.
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15.7
Marta Bogéa/Habitar lugares
Máquinas do mundo é uma peça que habita diferentes lugares. Ao fazer reconhece as paisagens como parte intrínseca das possibilidades de seus modos de se instalar, de viver, de imaginar tais sítios. Traz consigo memórias e deixa, após seu acontecimento, novas memórias impressas como lembrança de outro(s) mundo(s) nos lugares que lhes recebeu. Aprende com os sítios na mesma medida em que inventa para eles outras vidas. Gesto de troca material e imaterial parte fundamental da navegação aberta e rica da peça em seu modo de re-existir. Esse encontro se dedica a reconhecer e refletir sobre esse peculiar modo de habitar e (re)inventar paisagens.
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Marta é Arquiteta Urbanista (UFES), Professora Titular do Departamento de Projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo (FAU USP). Bolsista de produtividade em pesquisa CNPq N2 (305509/2022-5). Foi vice-diretora do Museu da Arte Contemporânea da USP (2020-2024). Autora de arquitetura expositiva para arte contemporânea, dentre elas Arte-Cidade 3: a cidade e suas histórias (1997), 29 Bienal Internacional de São Paulo (2010) e Tempos Fraturados (MAC USP 2023).
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O Instituto Capobianco abre suas portas após 4 anos de pausa e inicia um novo ciclo de atuação e diálogo com a cidade. Este espaço, que completa 102 anos, carrega uma história rica e afetiva, e reafirma a sua vocação de ser um centro de formação, criação e circulação das artes cênicas.

Serviço:
Máquinas do Mundo
Temporada de 6/ 6 a 27/ 7 – 2025
Sexta a domingo, às 18h e 20h
55 minutos | 14 anos
Instituto Capobianco
Rua Álvaro de Carvalho, 97, São Paulo – São Paulo
Preços
Vendas pela plataforma Sympla
*O espaço está em fase de finalização de reforma das obras de acessibilidade, portanto não recomendamos a compra do ticket por ou para este público.
R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada)
30 lugares
Ciclo de Estudos – Dias 1, 8 e 15.7
Grátis
77 lugares
A participação pode ser em datas distintas, não é necessário estar presente nos 3 encontros.
A participação é gratuita e está sujeita à lotação do espaço.