Instrumental

Hugo Pilger e Ney Fialkow lançam álbum ‘Figuras de 22’

Chegou nas plataformas digitais o álbum ‘Figuras de 22’, do violoncelista Hugo Pilger e do pianista Ney Fialkow, com duas obras do compositor carioca Marcos Lucas em homenagem aos idealizadores da Semana de 22
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O projeto fonográfico nasceu a partir de um pedido do Duo Pilger/Fialkow, no sentido de que Lucas compusesse temas para a dupla gravar em homenagem aos idealizadores da Semana de Arte Moderna, que completava seu centenário no ano de 2022. Como resultado, destaque para a faixa-título, uma sonata para violoncelo e piano dedicada ao duo, e a suíte para violoncelo solo Lembrando de Paquetá, dedicada a Pilger.

Apresentação
Ao completar 60 anos de idade, o compositor carioca Marcos Lucas – professor titular da UNIRIO e um dos mais destacados representantes da criação musical brasileira da sua geração – lança duas obras recentes: uma sonata para violoncelo e piano e uma suíte para violoncelo solo. Os exímios intérpretes, em nível de excelência, são o violoncelista Hugo Pilger e o pianista Ney Fialkow.
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Escrita em 2022, a Sonata para violoncelo e piano “Figuras de 22”, é sem dúvida uma das obras mais significativas de nossa literatura camerística atual para essa formação instrumental. A obra foi encomendada ao compositor pelo Duo Pilger/Fialkow, que a estreou no Auditório Guiomar Novaes da Sala Cecília Meireles, Rio de Janeiro, pouco após a sua criação. Seguiram-se duas turnês do Duo: a primeira ao final de 2022, com a estreia norte-americana da Sonata de Lucas em Indiana, Illinois e Flórida, e a segunda ao início de 2023, com a primeira audição europeia da obra em cidades da Alemanha e Itália.
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Como afirma o autor, Figuras de 22 “é um exercício de interpretação intertextual” de três representantes da Semana de Arte Moderna (São Paulo, 1922), no ano em que se comemorou o centenário do evento: Mário de Andrade, Tarsila do Amaral e Heitor Villa-Lobos. O primeiro movimento é inspirado no poema Paisagem No. 3 do livro Pauliceia desvairada, de Mário de Andrade. Depois de descrever uma cena urbana pluvial, no Largo do Arouche, Mário termina escrevendo: “De repente / Um raio de sol arisco / Risca o chuvisco ao meio”.

Diante dessa descrição pictórica do texto, Marcos Lucas tenta representar as imagens poéticas numa partitura que inclui os elementos da forma sonata, em linguagem sonora bem livre e contemporânea. O Tema A começa tal qual um Recitativo vigoroso para o violoncelo, pontuado pelos acordes plaqués do piano. A nota “ré”, em várias alturas, já aparece como um elemento polarizador do discurso musical. Iniciando o Tema B, o piano entra em cena num solo sinuoso, repleto de fusas, passando a atuar depois, junto ao violoncelo, que finaliza a Exposição. Esta se repete integralmente. O Desenvolvimento estabelece um diálogo mais cerrado entre os dois instrumentos e, feito uma reminiscência, apenas 6 compassos funcionam como uma curta Reexposição. O impacto sonoro desse primeiro movimento é de rara beleza, com eventuais sugestões que lembram a Espanha dos impressionistas franceses, bem como reminiscências da belíssima Sonata para violoncelo e piano de Claude Debussy. São impressões minhas, que em nada arrefecem a contemporaneidade e o arrojo da obra.
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O segundo movimento tenta retratar sonoramente o quadro Figura só, pintado por Tarsila do Amaral em 1930. A atmosfera, segundo o compositor, é de melancolia e introspecção. Tudo começa com uma introdução textural ao violoncelo seguida de dois acordes fortes ao piano, bem espaçados, como sinos que anunciam o que vai acontecer. E o que se segue no violoncelo é um fio melódico lírico e cativante, que se expande pouco a pouco num lá menor modal, atingindo seu ponto culminante num sol 4, de onde parte o momento mais eloquente da peça. Aos poucos, o compositor retorna à economia de meios do início e pula, em casa dois, para um final mais recitado, chegando ao término do movimento num incisivo mi menor modal.
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O terceiro tempo se intitula Villa-Lobos: Três harmonias e, nesse ponto, a intertextualidade fica bem mais fácil de ser percebida e assimilada, pois a matriz das imagens citadas não procede mais da poesia nem da pintura; sua origem é a própria música. Assim sendo, o movimento começa com Marcos Lucas manipulando com maestria miniclusters retirados do Passarinho de pano, que faz parte da Prole do bebê No. 2 do Villa. O piano nesse momento tem função capital. O diálogo entre os dois instrumentos vai-se desenvolvendo fluentemente até que entra em cena a segunda citação villalobiana: o motivo dolente da mão esquerda de Alma brasileira, ouvido ao piano, abaixo de um painel super agudo de sextinas no violoncelo. Voltam os clusters do Passarinho de pano e, ao final, Lucas cita um fragmento do Scherzo da Segunda Sonata para violoncelo e piano de Villa-Lobos, obra que efetivamente participou da Semana de 22.

Finalmente, Lembrando de Paquetá, em cinco movimentos, é a obra mais recente deste álbum. Escrita no início de 2024 e dedicada a Hugo Pilger, a peça retrata reminiscências da juventude do autor, que declara ter passado momentos felizes na Praia da Moreninha, onde sua família costumava alugar a mesma casa anualmente, para as férias de verão.
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A Ponte da saudade é o título do primeiro movimento, que começa com uma melodia dolente e apaixonada. A música retrata a história do escravo João – da Nação Benguela – que ia diariamente a essa ponte para rezar e ver se recebia notícias de sua esposa e filho, vendidos para outro feitor. Pizzicati lúdicos se revezam com o fio melódico, representando cenas de capoeira que lembram os tempos de liberdade.
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Um lúdico sol menor anuncia o segundo movimento, O passeio de bicicleta, um divertimento que, segundo Lucas, “retrata a sensação de liberdade, independência e segurança” que lhe transmitiam os passeios pela ilha. Pizzicato e arco se revezam na narrativa sonora burlesca e alegre.
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Cordas duplas na região grave contrastam com agudos luminosos em O Relógio da Mesbla à noite, o terceiro movimento. Claro/escuro, grave/agudo. O compositor define: “a música explora contrastes entre timbres escuros e brilhantes, assim como faz breve alusão a um aspecto maquinal, cronométrico”.
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Efeitos tímbricos, especialmente sul ponticello, estão presentes no quarto tempo, O “terror” das cigarras, uma concisa coletânea de imagens sonoras rascantes, retratando o inseto tão presente nas tardes de verão em Paquetá. Por fim, O casarão na Moreninha reaviva com mais intensidade as lembranças afetivas do autor, que alternam jogos, namoros, figuras familiares e cantorias. Um belo fio melódico, sempre entrecortado por acordes de três sons em pizzicato, percorre todo o movimento. Ponto final de uma peça pictórica e sensível, repleta de sugestões sonoras que revivem momentos individuais. Mas a música atravessa fronteiras e tem o poder de transformar o individual em universal.
Ronaldo Miranda – Rio, setembro de 2024

Ney Fialkow e Hugo Pilger – foto: Leo Aversa

Notas de programa
Sonata para violoncelo e piano ‘Figuras de 22’
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Minha sonata “Figuras de 22” foi composta em 2022, sob encomenda do duo formado por Hugo Pilger e Ney Fialkov, para celebrar o centenário da Semana de Arte Moderna. Neste evento, importantes artistas e intelectuais brasileiros preocupados com a renovação artística no Brasil, apresentaram sua produção em três dias consecutivos, dedicados, respectivamente, à poesia, artes visuais e música. Minha ideia foi então prestar homenagem a três figuras centrais: Mário de Andrade, Tarsila do Amaral e Heitor Villa-Lobos, de maneira que a macro forma da Sonata refletiu também a estrutura dos três dias da Semana, num exercício de interpretação intertextual.
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O 1º movimento foi inspirado no poema Paisagem No. 3, do livro ‘Pauliceia desvairada‘, de Mário de Andrade. No poema, o poeta registra suas impressões de um dia de garoa cinza e triste em São Paulo, e apresenta características que ele considerava importantes para a nova poesia brasileira: versos ‘melódicos’ (lineares) e ‘harmônicos’ (não lineares, justapostos), quebra da métrica tradicional, polifonia estilística. Procurei explorar essas características, musicalmente, na contraposição de ‘gestos’ clássicos e contemporâneos, com algumas técnicas expandidas. A interessante relação dialética entre o “eu” e a “urbe” – presente no poema – vem também se adequar à forma sonata deste movimento.
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Paisagem No. 3 – Mário de Andrade
Chove?
Sorri uma garoa de cinza,
Muito triste, como um tristemente longo…
A Casa Kosmos não tem impermeáveis em liquidação…
Mas neste Largo do Arouche
Posso abrir o meu guarda-chuva paradoxal,
Este lírico plátano de rendas mar…
Ali em frente… – Mário, põe a máscara!
-Tens razão, minha Loucura, tens razão.
O rei de Tule jogou a taça ao mar…
Os homens passam encharcados…
Os rєflєxos dos vultos curtos
Mancham o petit-pavé…
As rolas da Normal
Esvoaçam entre os dedos da garoa…
(E si pusesse um verso de Crisfal
No De Profundis?)
De repente
Um raio de Sol arisco Risca
o chuvisco ao meio.

O 2º movimento Tarsila: Figura só, teve como ímpeto a pintura Figura só, a única produzida pela artista em 1930. Nela vemos uma figura solitária, vestida em traje cor de rosa pálido, com longos cabelos dourados esvoaçantes. De costas para o observador ela observa uma paisagem noturna, melancólica e seu corpo parece ter formato de uma lágrima. Imagino que essa pintura reflita o estado de espírito da artista, no ano em que foi abandonada por seu parceiro Oswald de Andrade e em que sua família – de ricos fazendeiros de café paulistas – perdeu grande parte da sua afluência devido à queda da bolsa de Nova York de 1929. Em minha imaginação, os impactantes cabelos ondulados simbolizam um ciclo de vida que tem seu fluxo subitamente interrompido, promovendo uma introspecção. Tento transmutar esse gesto visual em audível, no início da obra. A melodia, a princípio fragmentada e lamentosa, ganha fôlego e se desenvolve, mas logo retorna a seu ponto inicial de melancolia e introspecção.
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O 3º movimento Villa-Lobos: Três harmonias, partiu dos três últimos acordes do Passarinho de pano, do ciclo da Prole do bebê No. 2 de Heitor Villa-Lobos, que sempre me impressionaram por seu aspecto gestual como que prestes a alçar voo. Novas harmonias derivadas ascendentes se seguem, numa escrita em que o violoncelo, a princípio, promove certas ressonâncias e depois adquire plena independência e vigor. Ao longo deste movimento dialogo com outros dois fragmentos de Villa-Lobos: o Choros No. 5 ‘Alma brasileira’, dedicado ao Ernesto Nazareth e o Scherzo da Sonata No. 2, para violoncelo e piano, apresentada na Semana de 22, de onde o subtítulo “três harmonias”. Formalmente, este movimento é o mais rapsódico, nele elementos de um scherzo e de um finalє coexistem.

Lembrando de Paquetá
Suíte em cinco movimentos para violoncelo solo (2024)
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Na minha adolescência frequentei por muitos anos a Ilha de Paquetá, nas minhas férias de verão. Nossa família – pais, tios e primas – costumava alugar quase sempre a mesma casa, na praia da Moreninha, que tinha um terreno largo, uma grande varanda, muitas jaqueiras, pitangueiras e uma passagem por um túnel que saía direto na praia. Compus essa suíte para os queridos amigos Hugo, Fátima e Emanuel, que hoje têm sua casinha na ilha quase em frente à minha. Os movimentos procuram reviver minha memória afetiva desses tempos de jovial felicidade.
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O 1º movimento chama-se A ponte da saudade e é inspirado na história, de um escravo chamado João – da Nação Benguela – que costumava ir a esse pequeno cais na praia José Bonifácio rezar para seus guias por notícias de sua preta Januária e seu filho Laureano, que foram vendidos para outro feitor e se perderam no mundo. A música tem caráter lamentoso e na 2ª parte evoca toques e cantos de capoeira, como que numa lembrança de tempos felizes de liberdade.
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O 2º movimento chama-se O passeio de bicicleta e é uma reminiscência dos inúmeros passeios que fazíamos pela ilha. A sensação de liberdade, independência e segurança na ilha era algo muito valioso que procuro retratar numa música de natureza feliz e tranquila, uma espécie de divertimento musical.
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O 3º movimento chama-se O relógio da Mesbla à noite e evoca o caráter soturno e ao mesmo tempo bucólico do velho relógio na Praia da Ribeira. A música explora contrastes entre timbres escuros e brilhantes, assim como faz breve alusão a um aspecto maquinal, cronométrico.
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O 4º movimento chama-se O “terror” das cigarras e traz à memória o cantar vívido e brilhante deste animal tão presente nos fins de tarde na ilha. Por outro lado, minhas primas e tias tinham verdadeiro pavor de quando entrava uma cigarra na casa. A música evoca o cantar arranhado, algo metálico bem como o voo da cigarra, mas também o medo que se instaurava até que alguém punha fim ao frenesi…
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O 5º movimento chama-se O casarão na Moreninha, palco de tantas ter- nas lembranças afetivas; minha avó na varanda, o jogo de bola, os namoros, as brincadeiras… Começa com uma melodia bem cantabile no violoncelo, entremeada com passagens alla chitarra, que evocam nossos saraus e cantorias ao cair da noite.
Marcos Lucas

Capa Disco ‘Figuras de 22’ • Hugo Pilger e Ney Fialkow • Selo Independente / Tratore • 2025 | Foto: Leo Aversa; Projeto gráfico: Ana Paula Agostini

Disco ‘Figuras de 22’ • Hugo Pilger e Ney Fialkow • Selo Independente / Tratore • 2025
Músicas / compositor
Sonata para violoncelo e piano
“Figuras de 22” (2022)
I. Mário de Andrade: Paisagem No. 3  
II. Tarsila: Figura só
III. Villa-Lobos: Três harmonias
Suíte para violoncelo solo
“Lembrando de Paquetá” (2024)
I. A ponte da saudade
II. O passeio de bicicleta
III. O relógio da Mesbla à noite
IV. O “terror” das cigarras
V. O casarão na Moreninha
– ficha técnica –
Hugo Pilger: violoncelo | Ney Fialkow: piano | Idealização: Hugo Pilger e Ney Fialkow | Produtores fonográficos: Hugo Pilger, Ney Fialkow e Marcos Lucas | Direção artística: Hugo Pilger e Ney Fialkow | Produção executiva: Hugo Pilger e Maria de Fátima Nunes Pilger | Gravado no Estúdio A Casa – Rio de Janeiro em 7 de junho e 29 de julho de 2024 | Masterização: Estúdio Ômega – Niterói – Engenheiro de som: PC Victoriano  | Projeto gráfico: Ana Paula Agostini | Fotos: Leo Aversa | Foto de Marcos Lucas: Aloizio Jordão | Textos do encarte: Ronaldo Miranda (apresentação); Marcos Lucas (Notas de programa) || Violoncelo: atribuído a Johannes Gagliano – 1805 | Arco: Eric Grandchamp | Corda Lá: Larsen Magnacore Arioso | Corda Ré: Larsen Magnacore Arioso | Corda Sol: Spirocore Tungsten | Corda Dó: Spirocore Tungsten | Piano: Yamaha C6 || Agradecimentos: Ronaldo Miranda; Tom Moore; Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO; Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) | Selo: Independente | Distribuição digital: Tratore | Formato: CD digital | Ano: 2025 | Lançamento: 24 de maio | ♪Ouça o álbum: clique aqui.
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>> Siga: @hugopilger | @pianofialkow | @marcos_vieira_lucas

Duo Pilker/Fialkow – os músicos
Em atividade desde 2006, ano de sua estreia em Berlim, o duo formado por Hugo Pilger e Ney Fialkow tem se apresentado em importantes salas de concerto do Brasil, América Latina, Estados Unidos e Europa, com repertórios que enfatizam a música brasileira. O álbum Claudio Santoro: a obra integral para violoncelo e piano lançado pelo duo em 2020, tem tido um ótimo acolhimento junto à crítica especializada culminando na indicação ao Grammy Latino de 2021 na categoria Melhor Álbum Clássico

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Marcos Lucas
Marcos Lucas (n. 1964) é natural do Rio de Janeiro – Brasil. Realizou o Bacharelado em Composição e Licenciatura em Música na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, Mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e Doutorado em Composição Musical pela University of Manchester (Inglaterra).
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Suas obras têm sido apresentadas regularmente no Brasil – incluindo as Bienais de Música Brasileira Contemporânea da FUNARTE – e no exterior. Possui inúmeros prêmios importantes de composição, incluindo o Franz Liszt Composition Competition (Itália, 2017). Dentre a sua vasta produção, que inclui obras para diversas formações, destacam-se três óperas.
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“Inferno Verde”, sobre o ambientalista Chico Mendes, que foi estreada pela orquestra London Sinfonietta no Queen Elisabeth Hall (Southbank Centre – Londres, 2001), “O Pescador e Sua Alma” (2006), encomendada pelo Coro Calíope e Centro Cultural do Banco do Brasil e já teve mais de 30 récitas entre os CCBB´s de Brasília e Rio de Janeiro e uma montagem mais recente no teatro Santa Isabel, em Recife (2015). Sua terceira ópera:, “Stefan and Lotte in Paradise”, estreou em setembro 2012 no Media City UK, complexo BBC, na Inglaterra.
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Tem escrito obras em colaboração com Hugo Pilger como o concerto para violoncelo Sortilégios (2013) e sua Sonata para violoncelo e piano “Figuras de 22” (2022). É professor titular da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), onde dirigiu por 15 anos o Ensemble de Música Contemporânea GNU, responsável por inúmeras encomendas e estreias. É ainda membro do coletivo de compositores Prelúdio 21 que, desde 1998, divulga suas músicas em concertos e masterclasses no Brasil e exterior.
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Tem atuado como compositor/professor visitante em inúmeros festivais como: Virtuosi Século XXI (Recife, 2013), Salford University (Inglaterra, 2010/2012), Univer- sidade de Évora (Portugal, 2012), Wesleyan University Illinois (EUA, 2017), Montclair State University (EUA, 2017), Manhattan School of Music (EUA, 2018). No Fall Semester de 2017 foi ainda compositor visitante na prestigiada Jacobs School of Music da Indiana University (EUA) com bolsa da Fulbright Foundation. Em 2025 será residente em Bellagio – Itália, com financiamento da Rockefeller Foundation.
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“O compositor Marcos Lucas é um dos mais destacados representantes da criação musical brasileira da sua geração (…) a sonata ‘Figuras de 22’ é sem dúvida, uma das obras mais significativas de nossa literatura camerística” – Ronaldo Miranda 

Hugo Pilger – foto: Leo Aversa

Hugo Pilger
Doutor em Música pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, Hugo Pilger (Porto Alegre/RS, 1969) iniciou seus estudos de violoncelo na Fundarte (Fundação de Artes de Montenegro/RS) com Milton Bock. Em 1987, passou a estudar no Rio de Janeiro com Marcio Malard, e em 1994, na classe do professor Alceu Reis, formando-se com nota máxima no curso de Bacharelado em Instrumento – Violoncelo da UNIRIO, instituição na qual concluiu seu Mestrado em Música em 2012 e Doutorado em Música em 2015.
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Compositores como Ernst Mahle, Ricardo Tacuchian, Ernani Aguiar, Maurício Carrilho, Wagner Tiso, Marcos Lucas, Leandro Braga, Marcelo Carneiro, Nivaldo Ornelas, J. Orlando Alves, Francis Hime, Alexandre Schubert, dentre outros, dedicaram-lhe importantes obras. Como solista e camerista realizou turnês em diversos países da Europa, América do Sul e do Norte. Em 2006, Hugo Pilger fez a estreia no Brasil da importante obra para violoncelo e orquestra Tout un Monde Lointain do compositor francês Henri Dutilleux e, em 2009, a estreia sul-americana do concerto para violoncelo e orquestra Pro et Contra, do compositor estoniano Arvo Pärt. Em sua discografia destacam-se os álbuns Presença de Villa-Lobos na Música Brasileira para violoncelo e piano, vol. I e vol. II com a pianista Lúcia Barrenechea, Ernst Mahle, a integral para violoncelo e piano com o pianista Guilherme Sauerbronn, Claudio Santoro: a obra integral para violoncelo e pia- no com o pianista Ney Fialkow e Hugo Pilger interpreta Ernani Aguiar, com os quais tem obtido excelentes críticas e premiações.
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Hugo Pilger é autor do livro Heitor Villa-Lobos, o violoncelo e seu idiomatismo, professor de violoncelo da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, membro do Trio Porto Alegre e primeiro violoncelo da Orquestra Petrobras Sinfônica. Recebeu o Prêmio Profissionais da Música 2018 na categoria Instrumentista Erudito e indicações ao Grammy Latino de 2012 (Quartetos de cordas – Prelúdio 21) e de 2021 (Claudio Santoro: a obra integral para violoncelo e piano). Gravou dezenas de programas para televisão em séries dedicadas aos quartetos de cordas e obras para violoncelo e piano de Heitor Villa-Lobos e seus pares.

“Ouvi cuidadosamente sua interpretação e a descobri cheia de qualidades.” – Henri Dutilleux (Paris)
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“Uma técnica impecável, um virtuosismo total no instrumento e com uma sonoridade assombrosa! Uma interpretação de tirar o fôlego!”Álvaro Gallegos M. (Santiago do Chile)
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“Pilger extrai uma sonoridade sedosa e íntima do violoncelo e, com um fraseado perfeito, se entrega a um desenho lírico da melodia.” – Jorge Coli (Revista Concerto – São Paulo/SP)

Ney Fialkow – foto: Leo Aversa

Ney Fialkow
Premiado em diversos concursos, destacando-se o cobiçado título de melhor pianista do VII Prêmio Eldorado de Música, em São Paulo, além de primeiros prêmios em vários concur- sos nacionais e no exterior, indicado juntamente com o violoncelista Hugo Pilger ao Grammy Latino de 2021 pelo álbum Claudio Santoro: a obra integral para violoncelo e piano, o pianista Ney Fialkow é hoje um dos destacados músicos do cenário nacional. Concilia uma movimentada carreira de solista e camerista com a atividade de professor titular do Departamento de Música do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre.
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Tem cativado plateias de diversas salas de concerto no Brasil e no exterior, sendo suas masterclasses apreciadas por jovens pianistas de muitos países. Em parceria com o violoncelista Hugo Pilger tem realizado inúmeros recitais, divulgando primordialmente o repertório brasileiro para violoncelo e piano. Ao lado do violinista Cármelo de los Santos gravou o premiado CD Sonatas Brasileiras. Suas gravações incluem obras para piano e orquestra de Vagner Cunha e Bruno Kiefer, além de obras para piano de Camargo Guarnieri e Edino Krieger. Em 2016 fez sua estreia em Paris, na Sala Cortot, em duo pianístico com Guigla Katsarava. Lançou os CDs Metamorfora e Fantasy pelo selo Blue Griffin em parceria com o baixista Marcos Machado, realizando turnê de concertos por diversas cidades da América Latina e EUA, apresentações no Instituto Boccherini em Lucca, Itália e também no Conservatório Nacional Superior de Música de Paris. Realizou concertos no Brasil e no exterior como membro integrante do Trio Porto Alegre, ao lado do violinista Cármelo de los Santos e do violoncelista Hugo Pilger. Com a mezzo-soprano Angela Diel tem se apresentado divulgando especialmente o repertório das canções alemãs. Com o violoncelista Hugo Pilger, realizou a estreia brasileira do Concertino Lirico para Violoncelo, Orquestra de Cordas e Piano, de Franco Mannino. Ney Fialkow colaborou em recitais ao lado de renomados artistas internacionais tais como Aldo Matta, Alejandro Drago, Alessandro Borgomanero, Alexander Baillie, Amílcar Carfi, Antonio Del Claro, Cláudio Cruz, Csaba Erdelyi, Danilo Mezzadri, Daniel Guedes, Daniel Rowland, Eiko Senda, Emmanuele Baldini, Fábio Presgrave, Horácio Schaefer, Jean Jacques Pagnot, Joel Quarrington, Michael Haran, Michel Bessler, Moisés Cunha, Pablo de León, Roberto Ring, Timothy Deighton, Timothy Schwarz, Yang Liu, entre outros. Concluiu seu Bacharela- do em Música pela UFRGS, com Zuleika Rosa Guedes; Mestrado em Música no New England Conservatory, com Patricia Zander e Doutorado em Música no Peabody Conservatory of the Johns Hopkins University, com Ann Schein. Atuou como solista de diversas orquestras sob a regência de maestros como Alceo Bocchino, Antonio Carlos Borges Cunha, Arlindo Teixeira, Camargo Guarnieri, Delta David Gier, Ernani Aguiar, Evandro Matté, Fredi Gerling, Isaac Karabtchevsky, Jean Reis, Lutero Rodrigues, Manfredo Schmiedt, Miguel Graça Moura, Paul Chou, Raúl Munguía, Roberto Duarte, Roberto Tibiriçá, Tulio Belardi, entre outros. Recentemente com o violoncelista Hugo Pilger realizou turnês pelos EUA, Alemanha e Itália divulgando repertório brasileiro para violoncelo e piano. Em 2024 lançou o CD Prelúdios ciclo II para piano solo de Vagner Cunha.
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“sonoridade perfeita, fraseado harmonioso, dedilhado preciso e
suave, marca registrada dos grandes pianistas.”
— O Estado de São Paulo, SP —
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“fervilhando brasilidade nos Ponteios de Guarnieri.”
— L’Alsace, França —

Série: Discografia da Música Brasileira / Música Instrumental /  Álbum.
Publicado por ©Elfi Kürten Fenske
Revista Prosa Verso e Arte

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