Espetáculo 'O papel de parede amarelo e EU', com Gabriela Duarte - foto: Priscila Prade
Com sucesso de público e sessões esgotadas, Gabriela Duarte engata nova temporada no Teatro FAAP. A montagem é inspirada no livro O Papel de Parede Amarelo, publicado em 1892, por Charlotte Perkins Gilman (1860-1935). Alessandra Maestrini e Denise Stoklos dividem a direção da peça, que apresenta o novo conceito estético de performance estrutural.
Com direção de Alessandra Maestrini e Denise Stoklos, o espetáculo O papel de parede amarelo e EU, protagonizado por Gabriela Duarte, retorna aos palcos em nova temporada a partir de 10 de junho, no Teatro FAAP, sempre às terças e quartas, às 20h.
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Inspirado no conto O Papel de Parede Amarelo, publicado em 1892 pela escritora Charlotte Perkins Gilman (1860-1935), o solo entrelaça teatro essencial, performance e confissão poética. O texto original, marco da literatura feminista, trata do confinamento e da perda de identidade de uma mulher. A adaptação, no entanto, amplia esse universo e incorpora reflexões da própria atriz.
O espetáculo é um manifesto, dizem Alessandra e Denise, e vai além do aprisionamento da personagem. “Todos sonhamos com o desligamento das questões opressivas que o texto traz de formas metafóricas, mas que nós conhecemos em diferentes níveis na sociedade atual. É um espetáculo muito contemporâneo”, explicam.
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“Eu queria fazer algo em que eu pudesse falar um pouco de mim e da minha busca por identidade”, conta Gabriela que se apaixonou pelo conto, que descreve como “extremamente simples, objetivo, lúdico e político”. E encontrou nele características que vão ao encontro do que ela queria comunicar. “Eu acho que quando uma mulher fala de si, ela acaba falando de todas. E é aí que o tema se amplia”.
Para a atriz, esta não é uma conversa só de mulheres, mas uma oportunidade de abrir o diálogo e convidar os homens para a reflexão. A peça é política “na medida certa”, ela conta, com toques de ternura e poesia.
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Neste processo, a atriz também explora seu lado cômico. Para ela, encontrar a leveza em um tema tão denso é uma das forças da peça. “Acho tão poderoso você saber como rir de situações muito difíceis. A Alessandra tem trazido essa visão para os ensaios. Não diria que é um riso de humor escancarado, mas sim um riso consciente, de constatação, de perceber que as coisas podem mudar”, conta Gabriela”.
Duas diretoras, uma direção
Alessandra Maestrini e Denise Stoklos assinam a direção juntas, num processo em que uma complementa a outra. Alessandra acompanha o trabalho de Denise há 30 anos; sua direção se identifica com o Teatro Essencial, linguagem teatral criada por Denise e que valoriza a expressividade do ator por meio do corpo, voz e mente, com o mínimo de recursos externos possível. Segundo Denise, Alessandra tem um “olhar muito agudo”, um ritmo rápido de direção e uma escuta bastante diferenciada. Ela emprega os conceitos do Teatro Essencial de forma inovadora e acrescentadora, nos melhores sentidos.
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A parceria Maestrini e Stoklos traz ao público, além do mergulho nas diversas camadas do texto e da performance, um novo conceito estético, que brota do limiar entre a instalação, a performance, a dança e o teatro.
Referências por todo lado
A cenógrafa Márcia Moon criou uma prisão transparente: um ambiente minimalista e simbólico, com diferentes tipos de papel que interagem com o corpo da atriz. O cenário sugere atmosferas e sensações, representando tanto uma prisão invisível quanto um espaço de libertação, e convida o público a interpretar o espaço de maneira profunda e subjetiva. “Ele foi pensado para destacar o caráter universal do texto, tanto no tempo quanto no espaço, mostrando como ele continua relevante para diferentes gerações”, diz Moon.
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Os figurinos de Leandro Castro buscam simbolizar as várias camadas de opressão sobre o corpo feminino, com referências a diversas culturas. A trilha sonora, a cargo de Thiago Gimenes, combina elementos acústicos com o universo eletrônico e dos games, remetendo à opressão contemporânea por meio das tecnologias e redes sociais. E o desenho de luz de Cesar Pivetti é pensado como mais um personagem da peça, com a capacidade de oprimir e libertar.
Ficha técnica:
Da obra de Charlotte Perkins Gilman. Com Gabriela Duarte. Um espetáculo de: Alessandra Maestrini e Denise Stoklos. Textos adicionais: Alessandra Maestrini. Produção: Nosso Cultural: Ricardo Grasson e Heitor Garcia. Figurinos: Leandro Castro. Cenografia: Marcia Moon. Assistente de Cenografia: Márcio Zunhiga (Espirro). Pintura Artística: Rosimar Garcia. Desenho de Luz: Cesar Pivetti. Ambientação sonora e sonoplastia. Thiago Gimenes e Tiago Saul. Atuação Física e Preparação Corporal: Luis Louis. Assistência: Airen Wormhoudt. Assistência Artística e de Interpretação: Davi Giordano. Visagismo: Wilson Eliodorio. Peruca: Feliciano San Roman. Assistente Perucaria: André Góis. Peruqueiro: Everton Soares. Camarim: Elizabeth Chagas. Costura: Margarida Arcanja, Jorge Bautista. Palco: Gil Teles e Pedro Anthony Dias. Operação luz: Rodrigo Pivetti. Operação som: Aghata. Comunicação Visual: André Stoklos. Consultoria criativa: Kelly Vaneli. Redes Sociais: Jessica Christina. Gerenciamento: Lead Performance. Fotos: Priscila Prade. Vídeo: gaTÚ filmes. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Coordenação de projeto: Pipoca Cultural. Idealização: Gabriela Duarte.
Serviço:
Espetáculo O papel de parede amarelo e EU,
Temporada: De 10 de junho a 30 de julho 2025. Terças e quartas, 20h. Duração: 60 minutos. Classificação etária: 12 anos. Ingressos: R$120 (Inteira) e R$60 (Meia). Ingressos populares: R$40 e 20(Meia).
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Teatro Faap
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