Fernanda Viacava na peça 'Gabri[ELAS]' - foto: Cassandra Mello
Gabri[ELAS] solo da atriz Fernanda Viacava, dirigido por Malú Bazán, baseado na vida e obra de Gabriela Leite, faz apresentação especial no Auditório da Pinacoteca Luz, junto com o lançamento do livro Trajetórias de Vidas II – Mulheres da Luz
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O espetáculo Gabri[ELAS], que estreou em 2024 no Sesc Av. Paulista, e desde lá vem construindo uma trajetória de sucesso, faz agora uma apresentação especial no Auditório da Pinacoteca Luz, dia 14 de junho, sábado, às 14h, junto com o lançamento do livro Trajetórias de Vidas II – Mulheres da Luz, a convite do Coletivo Mulheres da Luz.
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O trabalho, estrelado por Fernanda Viacava, dirigido por Malú Bazán, escrito por Caroline Margoni e com pesquisa e curadoria de Elaine Bortolanza, e a prostituta ativista, Lourdes Barreto, registra e reativa a memória de Gabriela Leite, ultrapassando a barreira das ruas e do estigma, ao falar sobre prostituição na perspectiva do desejo e da liberdade sexual de todas as mulheres.
Já Trajetórias de Vidas II – Mulheres da Luz é o segundo livro lançado pela Associação Agentes da Cidadania, partindo da percepção de que as vivências e memórias das mulheres em situação de prostituição, tão silenciadas e excluídas, frequentadoras do Parque da Luz, não poderiam se perder no tempo.
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O objetivo do livro é evidenciar a discriminação, desigualdade e exclusão social que estas e muitas outras mulheres, vivenciam secularmente em seus cotidianos. Neste livro, conheceremos alguns aspectos das vidas dessas mulheres contatos por elas próprias, através de entrevistas. Elas narram trajetórias fortes, complexas, marcadas por contradições, como a vida de qualquer pessoa.
O espetáculo Gabri[ELAS] vem fazendo apresentações em zonas de prostituição e mantendo o trabalho em diálogo com coletivos de mulheres que fizeram parte da pesquisa. Recentemente participou do lançamento dos livros Puta História de Fátima Medeiros e Neca de Amara Moira, realizando uma apresentação no Jardim Itatinga, a maior zona da América Latina
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“Nosso desejo, ainda, é irmos para a Vila Mimosa, no Rio de Janeiro e no quadrilátero do amor, no bairro da Campina em Belém do Pará. Além de circular por outras zonas em todo o Brasil.”
Gabri[ELAS] é um monólogo que parte do encontro da atriz Fernanda Viacava com a vida e a obra de Gabriela Leite, principal referência na luta em defesa dos direitos das prostitutas no Brasil. A atriz narra em primeira pessoa o encontro com Gabriela se reconhecendo com ‘elas’, as mulheres da vida, a partir das suas inquietações como mulher e como atriz. Uma busca que parte do corpo da prostituta e transborda para o corpo de qualquer mulher que deseja.
Concepção e idealização: Caroline Margoni, Elaine Bortolanza, Fernanda Viacava e Malú Bazán | Dramaturgia: Caroline Margoni | Direção: Malú Bazán | Elenco: Fernanda Viacava | Pesquisa e curadoria: Elaine Bortolanza | Memória e curadoria: Lourdes Barreto | Direção de arte: Kabila Aruanda | Trilha sonora: Nina Blauth e Girlei Miranda | Direção interpretativa e preparação vocal: Lúcia Gayotto | Música original: Nina Blauth | Criação audiovisual: Cassandra Mello (Teia Documenta) | Assistência de criação audiovisual: Ciça Lucchesi | Iluminação: Cristina Souto | Identidade visual: Manuela Afonso | Operação de luz: Nara Zocher |Operação de vídeo e som: Larissa Siqueira | Fotos: Cassandra Mello e Ronaldo Gutierrez | Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli | Produção executiva: Marcelo Chafim | Produção geral: Clotilde Produções Artísticas
Peça Gabri[ELAS]
Local: Auditório da Pinacoteca Luz (Praça da Luz, n.02. Andar térreo da Pinacoteca – São Paulo/SP)
Data: 14/6/2025
Horário: 14h
Duração: 75 min
Classificação indicativa: 16 anos
Ingressos gratuitos. Retirada na bilheteria do museu.
Lotação da sala: 132 lugares (há acessibilidade para obesos e cadeirantes)
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Livro Trajetórias de Vidas II – Mulheres da Luz (org. Cleone Santos)
O lançamento será em seguida da peça
101 Páginas. Editora Coopacesso
Valor: R$ 50,00 | @mulheresdaluz_
Quem foi Gabriela Leite?
Nascida em 1951, em São Paulo, Gabriela se tornou a principal referência na luta em defesa dos direitos das prostitutas no Brasil. Estudante da USP e frequentadora do Bar Redondo com a turma da contracultura nos anos 70, durante a ditadura militar, trocou a faculdade de Ciências Sociais pela prostituição, primeiro em sua cidade, depois em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, onde viveu até a sua morte em 2013.
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Gabriela foi a primeira mulher a se apresentar publicamente como prostituta. Isso aconteceu no I Encontro de Mulheres de Favelas e Periferia, organizado em 1983 pela vereadora Benedita da Silva, do PT. “Foi um rebu! Uma prostituta que se diz prostituta! Aí começou toda uma onda”, disse a ativista em sua autobiografia.
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Alguns anos depois, ela conhece Lourdes Barreto nos encontros da Pastoral da Mulher Marginalizada e, juntas, tramam a organização da Rede Brasileira de Prostitutas, o primeiro movimento em rede da categoria, que conta com representantes de todas as regiões do Brasil. A criação deste movimento em rede teve como marco o I Encontro Nacional de Prostitutas: “Mulher da vida, é preciso falar”, realizado no Rio de Janeiro, em 1987, que teve o encerramento no Circo Voador com a presença e apoio de vários artistas, como Elza Soares, Martinho da Vila, Lucélia Santos, Norma Bengell, entre outros. A ativista ainda fundou em 1992 a ONG Davida e, em 2005, criou a grife Daspu, uma passarela de luta concebida para dialogar com a sociedade, por meio da arte e da cultura, os estigmas relacionados às prostitutas.
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Ela ainda foi a primeira mulher na América Latina a iniciar o trabalho de organização da categoria, a partir da desconstrução de representações socialmente aceitas sobre a prostituição, dando-lhe novos sentidos ao estigma que atravessa todas as mulheres, e buscando o seu reconhecimento como trabalho. Gabriela morreu em 2013, vítima de um câncer de pulmão.
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* Link Programa: Programa Gabri[ELAS]_v6.pdf
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