O verbo no infinito
Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar

Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.

E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito

E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito…

– Vinicius de Moraes (Rio de Janeiro, 1962), do “Livro de sonetos”. 1967.

Ouça aqui Carlos Drummond de Andrade lendo “O verbo no infinito” de Vinicius de Moraes 

Saiba mais sobre Vinicius de Moraes
Vinicius de Moraes – a última entrevista
Vinicius de Moraes – entrevistado por Clarice Lispector
Vinicius de Moraes – o poeta não tem fim
Vinicius de Moraes – o poetinha
Vinicius de Moraes (poemas e crônicas neste site)

Saiba mais sobre Drummond:
Carlos Drummond de Andrade – antologia poética
Carlos Drummond de Andrade – entrevista inédita: erotismo – poesia e psicanálise
Carlos Drummond de Andrade – fortuna crítica
Carlos Drummond de Andrade – o avesso das coisas (aforismos)
Carlos Drummond de Andrade – um poeta de alma e ofício







Literatura - Artes e fotografia - Educação - Cultura e sociedade - Saúde e bem-estar