O pernambucano Beto estreia com “Matriz Infinita do Sonho”, álbum produzido por Negro Leo, Rafa Prestes e Beto, que transita entre o sagrado e o etéreo com voz marcante e clima experimental. O disco reúne mais de 20 músicos em faixas que mesclam frevo, indie e rock progressivo. Participações de Junio Barreto e Vitor Araújo e uma parceria (“Valsinha”) com o ator Matheus Nachtergaele. A capa do disco conta com foto de Cafi (1950/2019) e projeto gráfico de Maria Cau Levy.
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Matriz Infinita do Sonho” é um disco de muitas camadas, embora aparentemente simples em suas composições. Feito em um intervalo largo de tempo, ele percorreu variados espaços e por diferentes corpos. Mesmo que Beto seja o nome que assina, os seus alicerces foram construídos por mãos e por sonhos diversos. Ele é a concretização de um projeto que, contra a corrente imediatista contemporânea, se caracterizou pela sedimentação de um tempo criativo insólito. Livre das amarras do instantâneo. Nesse sentido, ao radicalizar o caminho da visão do autor, acredito que esse disco contém uma promessa de felicidade possível. ‘Matriz Infinita do Sonho‘ é sobre como todos carregamos em nós a possibilidade e a necessidade de sonhar, a capacidade de criar mundos dentro do mundo, que é o ofício do compositor e do artista em geral. PS: ‘Matriz Infinita do Sonho’ é um verso de Joaquim Cardozo que se encontra no seu poema ‘Visão do Último Trem Subindo ao Céu’, a quem o disco presta homenagem.” (Beto)

Para lançar seu álbum de estreia, Beto abriu a gaveta onde guardava, há anos, poemas, construções melódicas e boa parte das suas inspirações. Esse material foi a matéria prima com a qual ele começou a transformar, em parceria com Negro Leo, produtor do álbum, suas construções poéticas. Da palavra sentida e escrita para a palavra cantada. As nove canções de “Matriz Infinita do Sonho” são o resultado final de um processo de criação que já duram alguns anos e que mira a visão particular e peculiar de Beto sobre o sagrado e o sensível.
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A partir das trocas com Negro Leo, Beto reuniu, tal qual diz a música de Junio Barreto, um time de amigos bons. Ao todo, entre parceiros de composição, produção e mixagem, “Matriz Infinita do Sonho” conta com mais de 20 profissionais da música, num trajeto que une estúdios no Rio de Janeiro, Recife e Gravatá, no Agreste pernambucano. Nomes como o próprio Junio Barreto, que divide os vocais com Beto na música “Dandara”, além do pianista Vitor Araújo, o percussionista Gilu Amaral, o baterista Thomas Harres, Pedrinhu Junqueira e Thiago Nassif, nas guitarras, e Pedro Dantas, no baixo.

Capa do disco ‘Matriz Infinita do Sonho’ • Beto • Selo Ybmusic • 2025

Disco ‘Matriz Infinita do Sonho’ • Beto • Selo Ybmusic • 2025
Canções / compositores
1. Coração Preto (Beto e Nana Carneiro da Cunha)
2. Pedra Verde (Beto)
3. Dandara (Beto e Junio Barreto)
4. Brinquedo (Beto)
5. Marx Mellow (Beto)
6. Valsinha (Beto e Matheus Nachtergaele)
7. Peixa (Beto e Nana Carneiro da Cunha)
8. Yara do Mar (Beto)
9. Never Die (Beto e Pedrinhu Junqueira)
– ficha técnica –
Faixa 1: Beto – Voz; Thomas Harres – Bateria; Vitor Araujo – Piano; Gilu Amaral – Percussão; Pedro Dantas – Baixo; Pedrinhu Junqueira – Guitarra; Thiago Nassif – Guitarra; Henrique Albino – Flauta transversal e sax; Jonatas Gomes – Trompete; Nilsinho Amarante – Trombone; Alexandre Gismonti – Bandolim; Rafael Marques – Bandolim; Arranjo de sopros: Ivan Espírito Santo | Faixa 2: Beto – Voz; Alexandre Gismonti – Violão; Gilu Amaral – Percussão; Nana Carneiro da Cunha – Cello; Rafaela Prestes – Coro e palmas; Vovô Bebê (Pedro Carneiro) Beto – Coro e palmas | Faixa 3: Beto – Voz; Thomas Harres – Bateria; Vitor Araujo – Piano; Gilu Amaral – Percussão; Pedro Dantas – Baixo; Pedrinhu Junqueira – Guitarra; Thiago Nassif – Guitarra; Alexandre Gismonti – Violão | Faixa 4: Beto – Voz; Thomas Harres – Bateria; Vitor Araujo – Piano; Gilu Amaral – Percussão; Pedro Dantas – Baixo; Thiago Nassif – Guitarra; Coro: Rafaela Prestes, Vovô Bebê, Pedrinhu Junqueira, Thomas Harres, Pedro Dantas e Beto | Faixa 5: Beto – Voz; Thomas Harres – Bateria; Vitor Araujo – Piano; Gilu Amaral – Percussão; Pedro Dantas – Baixo; Pedrinhu Junqueira – Guitarra; Thiago Nassif – Guitarra | Faixa 6: Beto – Voz; Thomas Harres – Bateria; Vitor Araujo – Piano; Gilu Amaral – Percussão; Pedro Dantas – Baixo; Pedrinhu Junqueira – Guitarra; Thiago Nassif – Guitarra | Faixa 7: Beto – Voz; Vitor Araujo – Piano; Nana Carneiro da Cunha – Cello e voz; Alexandre Gismonti – Violão; Gilu Amaral – Percussão | Faixa 8: Beto – Voz; Una Menino (Ana Martins) – voz; Gilu Amaral – Percussão; Lais de Assis – Viola de 12 cordas; Alex Santana – Tuba; Rafael Marques – Bandolim | Faixa 9: Beto – Voz; Una (Ana Martins) – Voz; Thomas Harres – Bateria; Vitor Araujo – Piano; Gilu Amaral – Percussão; Pedro Dantas – Baixo; Pedrinhu Junqueira – Guitarra; Thiago Nassif – Guitarra | Participações especiais: Junio Barreto e Vitor Araújo | Produção musical: Negro Leo, Rafa Prestes e Beto | Gravações: Estúdio Sideral (Rio de Janeiro), com Martin Scian / Estúdio Glandulalab (Gravatá), com Cássio Sales / Estúdio Carranca (Recife), com Vinicius Aquino / Gravações adicionais: Rafa Prestes | Mixagem: Rafa Prestes | Masterização: Manabe | Fotos: Cafi (1950/2019) | Projeto gráfico: Maria Cau Levy | Coordenação e planejamento: Érica Colaço | Vídeo e designer: Mary Gatis e Matheus Melo | Comunicação digital: Joyce Santana | Assessoria de imprensa: Bebel Prates |Selo: Ybmusic | Formato: CD digital | Ano: 2025 | Lançamento:  de junho | ♪Ouça o álbum: clique aqui | ♩Assista o clipe ‘Yara do mar’: clique aqui.
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>> Siga: @matrizinfinitadosonho

Beto, por Cafi

FAIXA A FAIXA POR BETO
Coração Preto (Beto/Nana Carneiro da Cunha)
Embora seja de alguma forma uma canção de amor. Ela é antes de tudo uma declaração de amor à música. Pois através dela pretende tocar como uma agulha no coração de quem se ama e assim fazer soar sua canção. Destaque para o arranjo de sopro de Ivan do Espírito Santo. Participações especiais: Alexandre Gismonti, Henrique Albino e Rafael Marques.
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Pedra Verde (Beto)
Canção inspirada no Samba de Roda do recôncavo baiano, influência direta do contato com a obra de Roberto Mendes. Essa canção conta com o violão de Alexandre Gismonti, o cello de Nana Carneiro da Cunha e Gilu Amaral na percussão. Coro: Rafa Prestes, Vovô Bebê e Beto.
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Dandara (Beto/Junio Barreto)
Dandara é uma parceria minha com Junio Barreto e a faixa conta com a sua participação nos vocais. Compositor de Caruaru que me influenciou e continua influenciando na sua sensibilidade.

Brinquedo (Beto)
Dentro do meu processo de composição existem muitos caminhos possíveis. Neste caso essa faixa nasceu de um poema escrito e tem essa influência do spoken poetry e da poesia do Pajéu das Flores. Poesia recitada que é um traço marcante da expressão popular nordestina em geral.
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Marx Mellow (Beto)
Destaco aqui a linha de baixo majestosa criada por Pedro Dantas. A ideia da composição é como certas frases de Marx e de mestres do reggae como Bob Marley e Edson Gomes são tão parecidas. Uma maneira de falar de Carlos Marx sem parecer tão pesado e professoral. Carlos Marx para crianças, Carlos Marx nas escolas.
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Valsinha (Beto/Matheus Nachtergaele)
Valsinha é uma parceria minha com Matheus Nachtergaele. Ele chegou a adicionar uma primeira parte com outro parceiro e ela foi incluída no seu espetáculo “Concerto do Desejo”. Ainda quero gravar essa versão completa. Na época que gravei essa versão não conhecia a versão que entrou no espetáculo.

Peixa (Beto/Nana Carneiro da Cunha)
Peixa é uma parceria minha com Nana Carneiro da Cunha. Ela também é minha parceira em ´Coração Preto´. Cellista e amiga ímpar, essa faixa foi inspirada em uma música de Nana que foi gravada em seu primeiro disco com mesmo título. Ela é originalmente instrumental. Nessa versão ela foi alterada e a melodia original aparece somente no final. Nela participam Nana Carneiro da Cunha nos vocais e cello, Vitor Araujo no piano e Gilu Amaral na percussão. Participação especial da Una nos vocais.
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Yara do Mar (Beto)
Yara do Mar foi cronologicamente a última faixa a ser gravada e composta. Ela também conta com uma formação diferente. Embora também conte com Gilu Amaral percussão. Ela tem a presença de Lais de Assis na viola de 12 cordas, Alex Santana na tuba e Rafael Marques no bandolim. É uma canção de amor e ao mesmo tempo uma louvação à figura mítica da Yara.
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Never Die (Beto/Pedrinhu Junqueira)
Parceria minha com Pedrinhu Junqueira. Destaque para o piano de Vitor Araujo e a participação especial da Una.

Beto, por Flora Negri

SOBRE BETO
Beto é um pintor e realizador pernambucano. Escreve poemas e músicas, além de dirigir documentários, a exemplo de “Solano Trindade – Poeta do Povo” e “João Câmara – Duas Cidades”. Trabalhou no cinema com Cláudio Assis, Paula Gaitan, Lírio Ferreira, em diferentes funções. Em 2025, Beto vai dirigir sua primeira série, intitulada “Arte – Território Latino-Americano”, para o Canal Curta. Como pintor já fez exposição individual, além de coletivas pelo Brasil.

Beto, por Cafi
Beto, por Cafi
Beto, por Flora Negri

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Série: Discografia da Música Brasileira / Samba / Canção / Álbum.
* Publicado por ©Elfi Kürten Fenske

Revista Prosa Verso e Arte

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