Cultura e sociedade

Aos 88 anos, morre João Gilberto, ícone da Bossa Nova

Artista baiano redefiniu a música brasileira com batida revolucionária

O cantor e compositor João Gilberto, considerado um dos precursores da Bossa Nova, morreu neste sábado (6), aos 88 anos, no Rio de Janeiro.

Os últimos anos da carreira e vida do cantor foram marcados por sua reclusão, dívidas e conflitos familiares. Não recebia ninguém em casa, a não ser alguns familiares, tampouco concedia entrevistas ou se apresentava nos palcos. O cantor e compositor baiano completou 88 anos no último dia 9 de junho.

João Gilberto morreu na casa onde vivia, no Rio de Janeiro, e deixou o imenso legado da Bossa Nova, ritmo que colocou a música brasileira em um novo patamar em relação ao mundo. O gênero, surgido no final da década de 50 pelas vozes de João Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, revolucionou o jeito de se fazer música no país, com uma mistura refinada de samba com jazz. Mais do que o resultado sonoro, a Bossa Nova tornou-se um estilo, um movimento, remetendo ao Rio de Janeiro da metade do século passado e sua Garota de Ipanema, regravada mais de 200 vezes ao redor do mundo.

Caetano Veloso definiu em poucas palavras o que a música de João Gilberto significou para o Brasil e o mundo. Após recitar estrofes de canções de outros famosos intérpretes brasileiros, proclamou: “melhor que isso só o silêncio. Melhor que o silêncio, só João”.

Com sua interpretação de Chega de Saudade, composta por Tom Jobim e Vinícius de Moraes, deu início a uma revolução que sacudiria a música brasileira e mundial. Sem aquele disco, Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e muitos outros não existiriam. João Gilberto sempre foi um perfeccionista e um sofredor nato: “Minha imagem dele é a de um Quixote que luta por afinar um universo inevitavelmente desafinado”, afirmou Zuza Homem de Mello, crítico musical e amigo pessoal do cantor.

João Gilberto Prado Pereira de Oliveira, cantor e violonista baiano, concluiu em 1961 a trilogia de álbuns fundamentais que apresentaram a Bossa Nova ao mundo, foram eles “Chega de saudade” (1959), “O amor, o sorriso e a flor” (1960) e “João Gilberto” de 1961.

O artista não parou com suas criações e seguiu com shows e discos que se tornaram obras de arte, como é o caso de “Amoroso”, álbum gravado nos Estados Unidos entre 1976 e 1977 sob o selo Warner Music.

O disco foi relançado no Brasil em formato longo no ano passado, durante os festejos dos 60 anos da Bossa Nova. O álbum celebra o encontro harmonioso do artista brasileiro com o maestro alemão Claus Ogerman (1930 – 2016).

“Não se pode machucar o silêncio, que é sagrado.” 
– João Gilberto

*Saiba mais sobre a vida e obra desse imenso nome da Música Brasileira, João Gilberto AQUI!

Revista Prosa Verso e Arte

Literatura - Artes e fotografia - Educação - Cultura e sociedade - Saúde e bem-estar

Recent Posts

Cia de Mystérios apresenta ‘Os Prazeres de Heitor, o mestre sala da Pequena África’

O espetáculo inédito “Os Prazeres de Heitor, o mestre sala da Pequena África” apresenta ao…

5 horas ago

O jornalista Antonio Augusto Brito lança ‘Histórias de Botafogo 2’

“Histórias de Botafogo 2” - mais de 200 anos de crimes, tramas políticas, personagens marcantes,…

18 horas ago

Duo Rodrigo Mendonça e Flávio Danza lançam álbum audiovisual ‘Revoada’

Trabalho consolida a parceria dos instrumentistas Rodrigo Mendonça e Flávio Danza . O Duo Rodrigo…

18 horas ago

Boca Livre lança ‘Rasgamundo’, 16º álbum do grupo

Disco lançado em 17 de maio, traz parcerias com Nando Reis, Guilherme Arantes, Zeca Baleiro,…

20 horas ago

MPB4 ao lado de Chico Buarque relança clássico ‘Angélica’

MPB4 lança primeiro single do álbum comemorativo de seus 60 anos de carreira. “Angélica”, parceria…

2 dias ago

Marcelo Jeneci lança álbum ‘Night Clube Forró Latino (Volume I)’

Marcelo Jeneci apresenta sucessos consagrados do pagode, do sertanejo, do pop e do reggae no…

2 dias ago