Educação e ciência

‘A raposa e a cegonha’, uma extraordinária fábula de Esopo

“Uma fábula é uma história carregada com simbolismo, que traz em si uma lição de vida e na qual os animais possuem o dom da fala. Esopo é o fundador do gênero, e suas fábulas reúnem três atributos principais: são curtas, belas e úteis. Elas nos ensinam, entre outras coisas, que a vida é um dom de supremo valor; mas que viver é perigoso, e que, por esse motivo, cada alma deve desenvolver ao máximo virtudes como atenção, vigilância, coragem, prudência e equilíbrio.” – Carlos Cardoso Aveline

Eis, a fábula

A raposa e a cegonha
A raposa e a cegonha, de Esopo

Um dia a raposa convidou a cegonha para jantar. Querendo pregar uma peça na outra, serviu sopa num prato raso. Claro que a raposa tomou toda a sua sopa sem o menor problema, mas a pobre cegonha, com seu bico comprido, mal pôde tomar uma gota. O resultado foi que a cegonha voltou para casa morrendo de fome. A raposa fingiu que estava preocupada, perguntou se a sopa não estava do gosto da cegonha, mas a cegonha não disse nada. Quando foi embora, agradeceu muito a gentileza da raposa e disse que fazia questão de retribuir o jantar no dia seguinte.

Assim que chegou, a raposa como ganhar dinheiro extra se sentou lambendo os beiços de fome, curiosa para ver as delícias que a outra ia servir. O jantar veio para a mesa numa jarra alta, de gargalo estreito, onde a cegonha podia beber sem o menor problema. A raposa, amoladíssima, só teve uma saída: lamber as gotinhas de sopa que escorriam pelo lado de fora da jarra. Ela aprendeu muito bem a lição. Enquanto ia andando para casa, faminta, pensava: “Não posso reclamar da cegonha. Ela me tratou mal, mas fui grosseira com ela primeiro.”

MORAL DA HISTÓRIA: trate os outros tal como deseja ser tratado.

– Fábulas de Esopo. [tradução de Heloísa Jahn]. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1994.

Confúcio (551 aC – 489 aC)

“Aquilo que não desejas para ti, também não o faças às outras pessoas.”

Rabi Hillel (60 aC – 10 dC)

“Não faças aos outros o que não queres que te façam.”
– Rabi Hillel, Sabbat 31a.

 

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