Chega às plataformas o álbum “Francisca Gonzaga por Maria Teresa Madeira” (Biscoito Fino), no qual a pianista Maria Teresa Madeira volta a explorar a rica obra da compositora, pianista, maestra e arranjadora Chiquinha Gonzaga.
Carioca, nascida na Lapa e criada em Nova Iguaçu, Maria Teresa Madeira é uma das maiores especialistas na obra de Chiquinha Gonzaga: em sua trajetória musical, protagonizou inúmeras apresentações e gravações de composições de Chiquinha. A obra da também carioca Francisca Edwiges Neves Gonzaga, conhecida como Chiquinha Gonzaga, surgiu na trajetória musical de Maria Teresa em 1995, quando a musicista participou de quatro concertos e fez a direção musical de “Forrobodó”, sucesso de Chiquinha do ano de 1912.
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Na sequência, Maria Teresa Madeira participou da minissérie televisiva sobre Chiquinha Gonzaga e gravou três discos. Em 2020 lançou, em parceria com Wandrei Braga, a coleção de partituras “Chiquinha Gonzaga para Todos”, em quatro volumes por ordem de dificuldade de execução, reunindo 145 músicas pinçadas do acervo digital oficial da compositora. É a primeira edição didática da obra de Chiquinha. Festejar Chiquinha e sua obra tornou-se uma constante na carreira de Maria Teresa, que se dedica há 3 décadas a pesquisar e interpretar temas da compositora, dentro e fora do Brasil.
Oito das nove músicas gravadas no álbum “Francisca Gonzaga por Maria Teresa Madeira” são de autoria de Chiquinha Gonzaga. “Querida por todos” foi composta em homenagem a ela por seu grande amigo, Joaquim Callado. Já “Abre Alas”, “Lua Branca” e “Canção dos Pastores” foram arranjadas por Maria Teresa especialmente para este registro.
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Neste ano de 2025, Maria Teresa concedeu entrevista à rádio BBC de Londres, na qual divulgou seu novo trabalho, além de contar passagens sobre a vida e a obra de Chiquinha Gonzaga.

FRANCISCA GONZAGA por MARIA TERESA MADEIRA
Nascida em 17 de outubro de 1847 no Rio de Janeiro, Francisca Edwiges Neves Gonzaga, a Chiquinha Gonzaga, iniciou-se no piano na infância. Aos 16 anos casou-se, mas a união acabou quando o marido lhe colocou a escolha entre a família e a música. Nessa época, Chiquinha viajou pelo sul do País e, ao iniciar a relação com um jovem engenheiro, estabeleceu-se em Minas Gerais, em 1870. Cinco anos depois, mudou-se para o Rio de Janeiro. O casal se separou e, julgada por crime de abandono do lar e adultério, foi condenada à “separação perpétua” de seu primeiro marido.
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Então com 29 anos, Chiquinha passou a trabalhar na cena musical carioca para sobreviver: deu aulas de piano, participou de conjuntos musicais (como o Choro Carioca, liderado por Joaquim Antônio Callado) e começou a compor para teatro, estreando sua primeira obra teatral, a opereta A corte na roça, em 1885. Foi a primeira compositora para o teatro no Brasil.
Em 1899, escreveu aquela que seria a mais famosa marcha de carnaval, “Ó abre alas”, composta durante período em que morou no bairro do Andaraí, onde ficava a sede do cordão Rosa de Ouro. É considerada a primeira obra escrita especialmente para uma agremiação carnavalesca, antecipando o surgimento dos sambas-enredo criados para os desfiles das escolas de samba.
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Tem uma obra extensa para piano e para canto e piano, que engloba diversos gêneros e estilos musicais, como polcas, maxixes, tangos, habaneras, valsas, choros, fados e mazurkas, entre tantos outros. Utilizando a música como meio de subsistência, Chiquinha Gonzaga abandonou a família e saiu em busca da realização das próprias vontades. Além da intensa atividade musical, envolveu-se em grandes questões de seu tempo, como o abolicionismo e a proclamação da República, bem como liderou uma luta pioneira pelo respeito aos direitos autorais no Brasil.

Sobre Maria Teresa Madeira
Maria Teresa Madeira já gravou mais de 30 CDs como solista, e realizou recitais nos Estados Unidos, Colômbia, França, Argentina, Finlândia, Tunísia, Espanha, Alemanha e Portugal, sempre priorizando a divulgação da música brasileira. Na área acadêmica, é Bacharel em piano pela Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mestre em Música pela Universidade de Iowa (EUA) e Doutora pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). É professora da UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) desde 2009 onde ministra aulas nos cursos de bacharelado e de extensão. Faz parte ainda do quadro de professores do PROEMUS (Mestrado Profissional). Maria Teresa lançou em 2016 a caixa com 12 cds da “Obra Integral de Ernesto Nazareth” que recebeu o prêmio de Melhor Álbum Erudito do Prêmio da Música Brasileira e do Prêmio Bravo! de Cultura.

Disco ‘Francisca Gonzaga por Maria Teresa Madeira’ • Maria Teresa Madeira • Selo Biscoito Fino • 2025
Músicas / compositores
1. Abre-alas (Chiquinha Gonzaga) / Maria Teresa Madeira – arranjo
2. Lua branca (Chiquinha Gonzaga) / Maria Teresa Madeira – arranjo
3. Querida por todos (Joaquim Callado)
4. Meditação (Chiquinha Gonzaga)
5. Faceiro (Chiquinha Gonzaga)
6. Canção dos pastores (Chiquinha Gonzaga) / Maria Teresa Madeira – arranjo
7. Mulher-homem (Chiquinha Gonzaga)
8. Walkyria (Chiquinha Gonzaga)
9. Saudade (Chiquinha Gonzaga)
– ficha técnica –
Piano e arranjos: Maria Teresa Madeira | Engenheiro de gravação: Marcio Dorneles | Mixagem e masterização: Alexandre Hang | Produção: Carlos Sion | Fotos: Marcio Monteiro | Assessoria de imprensa: Belinha Almendra / Coringa Comunicação | Selo: Biscoito Fino | Formato: CD digital | Ano: 2025 | Lançamento: 29 de abril | ♪Ouça o álbum: clique aqui.
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Série: Discografia da Música Brasileira / Música Instrumental / Piano.
Publicado por ©Elfi Kürten Fenske