Boca: Um Solo para Gregório – Uma Celebração de Vozes, Vidas no Teatro Oficina, com participações especiais de Dráuzio Varella, Eduardo Moreira (ICL), Zélia Duncan e Maria Padilha
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Eu sou aquele que nos últimos anos Cantei na minha lira maldizente Torpezas do Brasil, vícios e enganos.
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Qual homem pode haver tão paciente, Que, vendo o triste estado do país Não chore, não suspire e não lamente?
Uma experiência teatral que transcende o tempo e as palavras! Nos dias 26, 27 e 28 de agosto, às 20h, o Teatro Oficina abre suas portas para a nova e impactante versão de “Boca a Boca: um solo para Gregório”. Este espetáculo não é apenas uma peça; é um brado poético, um mergulho visceral na obra do primeiro e mais contundente poeta brasileiro, Gregório de Matos, o “Boca do Inferno”. A voz e a alma de Ricardo Bittencourt encarnarão o próprio “Boca do Inferno”, prometendo uma performance que ecoará a ousadia e a genialidade de Gregório com encontros extraordinários, a cada noite, o solo de Gregório será amplificado com participações especiais que enriquecem ainda mais essa jornada artística. Confirmados: Dr. Dráuzio Varella, Eduardo Moreira (ICL), Zélia Duncan e Maria Padilha que, em dias alternados, darão voz, ao vivo, a uma poesia de Gregório de Matos, conectando o século XVII com a urgência do nosso presente.

A Voz que Perdurou
Com a maestria da dramaturgia de João Sanches, a envolvente trilha sonora ao vivo de Adriano Salhab e o hipnotizante vídeo ao vivo de Igor Marotti, “Boca a Boca” é uma ode à resiliência da palavra. Desde sua estreia em 2015 no prestigiado Instituto Camões, em Lisboa, e suas dezenas de apresentações em São Paulo, Bahia e Berlim, o espetáculo evoluiu. A nova versão incorpora sugestões preciosas do especialista, músico e intelectual José Miguel Wisnik, e desvela poemas que, apesar de escritos há séculos, revelam-se perturbadoramente contemporâneos.

A Fúria Poética do “Boca do Inferno”
A obra é um resgate apaixonado da importância de Gregório de Matos, o poeta baiano nascido em 1636, considerado o verdadeiro iniciador da literatura brasileira. Conhecido por suas críticas afiadas e debochadas à sociedade do século XVII, que lhe valeram os apelidos de “Boca do Inferno” e “Boca de Brasa”, Gregório foi exilado, banido de sua amada Bahia. “Queremos trazer Gregório de volta para a Bahia e mostrar o quanto ele é atual”, comenta João Sanches, em um grito de justiça poética: “queremos dar um solo para Gregório”.
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Em cena, a eletrizante parceria entre Ricardo Bitencourt e o músico Adriano Salhab transforma o palco em um verdadeiro show de rock’n roll. Entre declamações intensas e narrativas envolventes sobre a vida e a obra de Gregório, a trilha sonora pulsa com a energia de The Doors, Caetano Veloso, Nirvana, Ramones, Novos Baianos e Gilberto Gil. Para Ricardo Bitencourt, o espetáculo é um “agente do discurso do poeta”, onde “são os eus líricos de Gregório que aparecem durante as declamações”, em uma performance rápida, dinâmica e hipnotizante.
O roteiro, uma teia de quarenta poemas e trechos, não segue a cronologia, mas mergulha em temas atemporais: a sátira de costumes, o sexo, a religião e a crítica ao poder. Comentários narrativos interligam os blocos temáticos, contextualizando e associando a genialidade literária aos momentos da vida do poeta. Ricardo Bitencourt, com agilidade e ritmo, transita entre narrador e as múltiplas facetas do declamador, em um balé entre voz e música.
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O próprio título, “Boca a Boca”, evoca não só os apelidos do poeta, mas a forma orgânica como sua poesia sobreviveu: de boca em boca, de cópia em cópia, desafiando a censura da Colônia. Suas obras completas só foram publicadas no século XX, quase trezentos anos após serem manuscritas. A expressão “um solo para Gregório” é um convite a essa ressignificação: o solo do ator, o solo de guitarra, e o clamor para que Gregório retorne simbolicamente ao seu “solo natal”, à Bahia de onde foi banido.
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“O que mais importa é que o discurso de Gregório chegue às pessoas e que a memória dele seja perpetuada com as honras que merece”, declara Ricardo Bitencourt, convidando a todos para testemunhar a força viva da poesia.

Ficha Técnica
Poesias: Gregório de Matos | Dramaturgia: João Sanches | Ricardo Bittencourt como Gregório de Matos | Participações Especiais Confirmadas: Dr. Dráuzio Varella e Eduardo Moreira (dia 26), Zélia Duncan (dia 27) e Maria Padilha (dia 28) | Trilha Sonora ao vivo: Adriano Salhab | Vídeo ao vivo: Igor Marotti | Designer de Luz e Operação: Pedro Felizes | Design gráfico: Igor Marotti | Fotografia: Jennifer Glass | Assessoria de imprensa: Polliane Eliziário – Personal Press | Apoio institucional: Teat(r)o Oficina | Produção: FLO Arts

Serviço | Boca a Boca: um solo para Gregório
Datas e Horários: 26, 27 e 28 de agosto, às 20h
Local: Teatro Oficina (Rua Jaceguai, 520 – Bixiga, São Paulo/SP)
Ingressos: R$ 80 (inteira) / R$ 40 (meia) | Venda Online: Sympla| Venda física: Bilheteria do Teatro Oficina
Classificação: 16 anos
Duração: 60 minutos
Mais informações: @oficinauzynauzona e @ricardobittencourtoficial