‘Não conseguimos acreditar como 4 homens puderam fazer uma peça de arte tão impressionante’, diz McCartney em edição especial. Obra básica da psicodelia liderou por 27 semanas no Reino Unido.

Considerado um dos discos mais influentes da história mesmo meio século depois de seu lançamento, “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” foi concebido quando John Lennon, Paul McCartney, Ringo Starr e George Harisson não tinham nem completado 30 anos.

Em 1º de junho de 1967, “Sgt. Pepper’s”, uma obra básica da cena emergente do rock psicodélico, chegou às lojas e liderou a lista de sucessos no Reino Unido durante 27 semanas, além de ficar 15 semanas no lugar mais alto do ranking da revista americana “Billboard”.
O oitavo disco de estúdio dos Beatles, editado na véspera do “verão do amor”- ao início da era hippie – marcou um antes e um depois no panorama musical, rompendo com os limites da música.

Não se tratava de um simples disco de 13 canções, senão que as músicas se sucediam de maneira contínua, sem interrupções, criando uma obra global, passando a ser conhecido como o primeiro álbum conceitual da história.

Edição especial

“É uma loucura pensar que, 50 anos depois, ainda estamos olhando para trás com tanto carinho. Também não conseguimos acreditar como quatro homens, um produtor genial e sua equipe de engenheiros puderam fazer uma peça de arte duradoura tão impressionante”, comentou Paul McCartney.

Essas declarações podem ser lidas em um dos textos que acompanham a edição especial do disco por ocasião da comemoração dos 50 anos do lançamento (2017).

Uma equipe liderada por Giles Martin, filho do produtor George Martin, braço direito dos Beatles, conduziu este projeto que foi lançado em formatos para todos os gostos: desde um CD com uma nova mixagem estéreo, até uma edição de luxo com seis discos, cortes inéditos e um livro de acompanhamento.

Martin afirmou recentemente que esta nova edição do disco foi um “desafio enorme” e que o seu objetivo com os conteúdos extraordinários era mostrar “o quão bom o grupo era”, além do “misticismo”, já que eram “quatro caras” que formavam uma banda “realmente boa” quando tocavam lado a lado.

De fato, as 13 músicas não só compunham o trabalho mais intrépido dos Beatles, mas, em cada uma das aventuras em “Sgt. Pepper’s”, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr demonstraram que, como um grupo musical em pleno rendimento, não tinham rivais.

A ideia do disco surgiu de McCartney em uma viagem de Nairóbi a Londres. Depois, propôs ao resto da banda criar “outro grupo” e sugeriu o nome de “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, inspirado em bandas que se proliferavam naqueles anos nos Estados Unidos.
A música de “Sgt Pepper’s” foi fruto de uma elaborada gravação, não podia ser reproduzida ao vivo, e, pela primeira vez, as letras das canções tinham sido impressas na capa.

De Marlon Brando a Karl Marx

Um disco icônico que requeria de uma não menos especial capa: uma montagem fotográfica encomendada a Peter Blake, na qual os Beatles apareciam vestidos com fardas de cores chamativas e rodeados de um sem fim de personagens, de Marlon Brando a Karl Marx, de Bob Dylan a Edgar Allan Poe e Sr.H. Lawrence, apenas para citar alguns.

Além disso, “Sgt. Pepper” foi muito bem recebido pela crítica. O escritor britânico Kenneth Tynan assegurou, por exemplo, que o disco representava “um momento decisivo na história da civilização ocidental”.

O grito de “With a little help from my friends”; a psicodelia de “Lucy In the sky with diamonds”; a ironia de “When I’m sixty four”; a fanfarra multicolor de “Being for the benefit of mr. Kite!” e a colagem experimental da “Day in the life” são só alguns dos marcos que compõem o disco mais importante da história.

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Fonte: Agência EFE | O Globo







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