O algoz
O algoz tem olhos abertos. Tem medo de mentiras.
Tem zinco nas orelhas.
Responda ao algoz. Ignore sua casca e remoa seus
desejos. Você conhece sua cara pequena, sua negação
impedida. Despeça-se. Dessa montanha de areia, dessa
teia programada.
Comande sua decisão. Veleje em acenos, não comen-
te sua pesquisa. Sem doer, o destino comandará suas
ações. Pois tudo conta. Estórias, soluções. Perguntas.
Volte. Retorne ao início da conversa, ao planeta com
sangue. Sangue em cachoeiras e mistérios. Contos tristes,
retorcidos.
É um pedido literário, um escapar desiludido. Trans-
mitido em branco e vermelho, é uma notícia recente, uma
limpeza faminta. Ilusão?
Formigas famintas disfarçam seus rostos com a Bíblia
na boca. Mentiras de vendedores consomem quem os
observa. Sorrindo com os caninos, grudados na TV.
Mercado, seu nome é cultura? Mercado, politeísmo
dogmático?
Super… Mercado?
– Fernando Carlos Farah, no livro “O Nêmesis. (contos). Rio de Janeiro: Maanaim Editora, 2008.

BREVE BIOGRAFIA
Fernando Carlos Farah, carioca, de signo escorpião, faço das entranhas do Mistério agudo minha estrada sem grandes sinalizações. Por isso, a advertência! O caminho de meus livros é duro como pedra, ainda que seguro como a águia. Alimento-me do próprio parecer, da própria imagem, tendo em vista que o conteúdo de meus textos é reservado a quem distingue as letras do inconsciente, da memória e da alegria extemporânea.

Obras
:: O Nêmesis. Maanain Editora, 2008.
:: O rei da montanha. Editora Uapê, 2003.

E-books
:: Lágrimas de Salamandra: Uma epopeia quase virgem.
:: Ecologia mental.







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