“O verdadeiro fotógrafo da natureza, como de resto qualquer fotógrafo, deve escolher o caminho com o coração e nele viajar incansavelmente, contemplando como pessoa inteira tudo o que é vivo. Absolutamente íntegro, sem propósito a alcançar, sem submissão a regras e fórmulas, sem necessidade de parecer brilhante ou original. Só assim, autêntico e livre, pode captar o espírito criador em movimento e criar coisas belas.
Aquele que mergulha na viagem do ver tem que estar sempre com as portas da percepção abertas. Sabe que diante do eterno, precisa esquecer de si próprio. A criação é o que importa, gesto fundamental, caminho de conhecimento, poderosa arma de encontrar o mundo. O ato criativo é contínuo e sem fim. A prática sempre renovada de contemplar humaniza a visão, anula verdades, permite a inventividade, realça o eu interior.
A recompensa é a experimentação mística do encontro com a beleza. O fotógrafo sente, neste momento fugaz, algo parecido com o satori hindu, um momento de revelação, um indefinido e maravilhoso prazer. Nesta respeitosa relação consigo mesmo, o fotógrafo cria algo de original e significativo, com espontaneidade e fluência. O observador se confunde com a coisa observada, o vazio se instaura. O que estava contido volta a pulsar, o que antes era pressentimento agora é realização. A pureza do seu diálogo lhe diz que na verdade, por mais fotos que faça, por mais poeira que tire dos olhos, continuará andando solitário com sua câmera. Mas, ele também sabe que está aprendendo outra arte bem maior: a arte de não ser coisa alguma, de não ser mais que o nada, de dissolver-se a si próprio no vazio entre o céu e a terra.”
– Araquém Alcântara, em “a mira e o alvo (13.8.2015)”.

Uma breve viagem em preto e branco por instantes e histórias da vida no Brasil

“Meu trabalho é a crônica da beleza e do extermínio. Retratos de um país que breve não veremos mais. Coleciono rostos, paisagens, movimentos, brilhos com a esperança de que não estarão condenados a viver apenas na memória e no papel. Cada imagem que capturo conduz à fé de que a natureza e o homem humilde do sertão e das matas resistirão, apesar de tanta invasão, inconsciência, devastação e morte. O genocídio dos povos primitivos, a miséria, a violentação impune dos ecossistemas – de um lado, de outro a fertilização imensa deste país amazônico, verdadeira sinfonia de belezas. Meu canto é cumplicidade e reverência. Minha fotografia é oxigênio”
– Araquém Alcântara

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© Araquém Alcântara – Lagoa do Sal, Rio Grande do Norte
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© Araquém Alcântara – Tefé, Amazonas
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© Araquém Alcântara – Seabra, Bahia
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© Araquém Alcântara – Areia Branca, Rio Grande do Norte
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© Araquém Alcântara – Cachoeira do Arari, Pará
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© Araquém Alcântara – Cruz, Ceará
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© Araquém Alcântara – Dom Pedrito, Rio Grande do Sul
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© Araquém Alcântara – Manacapuru, Amazonas
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© Araquém Alcântara – Mococa, São Paulo
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© Araquém Alcântara – Santa Vitória do Palmar, Rio Grande do Sul
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© Araquém Alcântara – Santarém, Pará
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© Araquém Alcântara – Santos, São Paulo
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© Araquém Alcântara – Santos, São Paulo
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© Araquém Alcântara – Santos, São Paulo
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© Araquém Alcântara – Santos, São Paulo
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© Araquém Alcântara – São Paulo, São Paulo
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© Araquém Alcântara – São Rafael, Rio Grande do Norte
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© Araquém Alcântara – São Vicente, São Paulo
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© Araquém Alcântara – Vale do Catimbau, Pernambuco
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© Araquém Alcântara – Trancoso, Bahia
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© Araquém Alcântara – Óbidos, Pará
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© Araquém de Alcântara – Gilbuês, Piauí
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© Araquém de Alcântara – Pedro da Neves, Minas Gerais

“A fotografia é, para mim, o caminho do autoconhecimento”
– Araquém Alcântara

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Araquém Alcântara

BREVE BIOGRAFIA
Araquém Alcântara Pereira (Florianópolis SC, 16 de janeiro de 1951). Fotógrafo, jornalista e professor. Em 1970, ingressa na Faculdade de Jornalismo da Universidade de Santos. Durante a graduação, trabalha como repórter dos jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde, e inicia-se na fotografia. Em 1979, realiza sua primeira matéria de cunho ambientalista, a documentação do Parque da Juréia, em Iguape, São Paulo. A partir daí, faz expedições fotográficas à Mata Atlântica. Entre 1972 e 1982, trabalha também nos jornais Cidade de Santos, O Globo, Tribuna de Santos e na revista IstoÉ, além de desenvolver projetos pessoais engajados em questões ecológicas e sociais. Na década de 1980, participa de protestos contra a instalação de usinas nucleares na praia de Grajaúna, São Paulo. A partir de 1985, torna-se free-lancer e colabora em periódicos nacionais e internacionais. De 1988 a 1998, dedica-se à documentação da fauna e da flora dos 36 parques ecológicos brasileiros, o que dá origem ao livro Terra Brasil, de 1998. Entre prêmios recebidos, destacam-se a Presença das Crianças nas Américas, concedido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância – Unicef, em 1979; o Grande Prêmio da 1ª Bienal de Fotografia Ecológica, realizada em Porto Alegre, em 1982; e de melhor exposição em 1993, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA. É autor de 44 livros de fotografia, sendo a maioria sobre os ecossistemas nacionais. Além das atividades fotográficas, atua como professor em worshops em vários Estados do Brasil.
Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural

REVELANDO O BRASIL – ARAQUÉM ALCÂNTARA
O Grande Sertão: Veredas no olhar de Araquém Alcântara
Sertão sem fim: Araquém Alcântara revelando o Brasil

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